sexta-feira, dezembro 28, 2007

Balanço de 2007 e previsões 2008 - descrição (2)

Saúde - Indiscutivelmente o pior aspecto desse ano. Aflorou a tendência materna de insônia em mim e, por isso, o segundo semestre foi o "semestre Rivotril".

Previsão para 2008 - A tendência é descer a ladeira, já que o volume de trabalho irá aumentar (pré-vestibular, graduação, pós, concurso...).

Amor/Sexo - A mesma barafunda de sempre, com a diferença que no segundo semestre vivi para o trabalho.

Previsão para 2008 - Porra, moro sozinho e estou num ap espaçoso... Isso pede festas! Pretendo investir nisso. Ah, no meio do ano parece que irei tentar algo imbecil para o amor, aguardem e confiem.

Update - Parece que 2007 me reservou uma surpresa bastante agradável aos 44 min do segundo tempo... :P

Esporte - Bom, o Vasco não foi vice-campeão de nada esse ano, o que faz com que 2007 seja indiscutivelmente melhor que 2006. Mas o flamerda não só ganhou título como se classificou pra Libertadores de ano, o que ainda faz com que 2007 tenha sido uma merda. Ao menos teve o rebaixamento do Corinthians e o pentacampeonato do São Paulo, o que faz com que o 'time dos Rickies' (hahaha!) seja o primeiro pentacampeão de facto (pois ganhou no campo) e de jure do Brasil, para desespero dos urubus e imprensa carioca aliada.

Previsões para 2008 - Em termos de futebol, para o Vasco a coisa vai ser catastrófica, enquanto a administração do clube for amadora desse jeito. Vamos flertar com o rebaixamento de novo... Em termos olímpicos, vamos ganhar menos medalhas no total e no ouro que nas últimas olimpíadas (e olha que tenho esperanças no Tiago Pereira...). Em termos de Eurocopa, seria tão bom se a Holanda finalmente ganhasse ela de novo...

Música - Indiscutivelmente foi o segundo pior aspecto desse ano, em que os grandes produtores decepcionaram (Rick Rubin com o Linkin Park e o Timbalake com o The Hives) e em que o Radiohead voltou a fazer experimentações jazzísticas.
Outro destaque negativo (ainda maior que no parágrafo anterior) é o péssimo gosto musical do populacho de Betim. Primeiro foi aquela música nojenta da Ferguie, que já acho nojenta por si só, cantarolada diuturnamente pela secretária do trampo. Depois (e durante) foi a tal da música da Periguete*... PUTA QUE PARIU, QUE MÚSICA HORRÍVEL!!! Desde que eu cheguei naquela porra da cidade não para de tocar essa merda. Basicamente é um axé/reggaeton pessimamente cantado (pessimamente até para os padrões axé/reggaeton!).

Previsões para 2008 - Não sei, pois agora que sou um adulto responsável não tenho tempo para essas coisas... :P Uma fonte não muito confiável (Lúcio Ribeiro) disse que teremos show do Ozzy esse ano. Se tiver mesmo, e se for num sábado a noite para que eu tenha tempo de chegar lá - com camisa do Iron! - só isso já bastará para que 2008 seja melhor que 2007. Ou então se eu souber de um show do Wander Wildner em BH.
Quanto ao outro aspecto, a tendência é semrpe piorar, como já diz a minha experiência. Reclamo da Periguete hoje, mas o futuro sempre é mais pavoroso que meus temores nesse aspecto...

*Pesquisando agora descobru que a puta que pariu essa praga foi um tal de MC Gato que, (surpresa!) é de Minas. Tá explicado porque graças aos céus não chegou isso a Brasília. Minas Gerais é a terra do Sepultura, mas também é a terra do Clube da Esquina e da Periguete...

(Intermezzo 2 - Work in Brazil / Trabajo en Brasil)

Do you want to work in Brazil? Yesterday I was searching about jobs abroad to me, jobs who ask fluency in Portuguese, and I noticed that there are people who wants to give up everything and start a new life in the tropics. Well, I am only a blogguer, and I am posting this only to see the feedback. But I'm a Brazilian, and I can start search about it (and maybe open something related to it...)

Quieres trabajar en Brasil? Ayer estaba procurando trabajos en el exterior, trabajos que piden fluencia en portugues, y descobrí que hay personas que quieren terminar con tudo y empezar una nueva vida en los trópicos. Bien, solo soy un blogueiro, y posto eso acá solamente para ver se hay feedback, pero soy brasileño, y podría empezar a hacer una búsqueda sobre eso (y tal vez abrir algo relacionado a eso...). Mi español es una mierda, pero creo que pueden comprender la mesaje :)

(Interlúdio 1 - Google Analytics)

Legal essa coisa do Google Analytics que instalei outro dia. Descobri que hoje 12 pessoas me visitaram desavisadamente (o que fez com que meu contador do Google Adds ainda não tenha chegado nem ao 1º dolar), o que é reconhecido como "taxa de rejeição". A minha é de 100%, uhu!!!

Coisas interessantes:

- Dessas 12 pessoas, 11 foram do Brasil Varonil (uma de Salvador, de um lugar onde não vou há exatos 10 anos e uma de Manaus, lugar onde nunca fui) e uma na gringa, mais exatamente em Ohio (Hello, people from Cleveland, Massachusetts, Texas!!!).

- A visualização desavisada de posts está bem distribuída. O estranho é que dois avoados foram no lingínqüo post do Ligeirinho de 2006, um que reclamo que todos os desenhos do ligeirinho dublados possuem a mesma música de fundo, o que tira a graça dele (infelizmente não acho que tenha mudado).

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Balanço de 2007 e previsões 2008 - Descrição (1)

Finanças - Indiscutivelmente, o melhor aspecto desse ano. Já aumentei em quase 70% as minhas reservas, o que me permite fazer planos mirabolantes a médio prazo e planos idiotas (mas não burros) a curto prazo.

Previsão para 2008 - Estabilidade durante o primeiro semestre, salvo se acontecer uma catástrofe. Depois, o que vier é lucro, salvo os R$1500 de multa que pagarei caso tenha que me mudar abruptamente a partir de agosto - bem, talvez menos de R$1000, se conseguir negociar com a Sra. Barriga a venda de alguns móveis.

Trabalho - Indiscutivelmente, o segundo melhor aspecto desse ano. Inaugurei minha carteira de trabalho e num emprego que, apesar de não ser a minha área, não é nada desabonador.

Previsão para 2008 - Não acho que irei receber o bilhete azul antes de julho, mesmo considerando que o saldo de 2007 no lugar onde eu trabalhei tenha sido negativo e mesmo considerando que o cenário se repita no ano que vem (é possível que isso aconteça). Alcançando julho, conseguirei atingir a minha primeira meta, que é de ter o maldito "um ano de experiência". A partir daí, estarei aberto a novas propostas, mas apenas de Brasília e Santa Catarina.

Política - Indiscutivelmente, o terceiro melhor aspecto desse ano. Horroriz ter que renunciar e sair do Senado com o rabo entre as pernas do Senado foi a melhor coisa que aconteceu no DF desde a posse do Lula em 2002 (apesar de eu não apoiar mais o Lula, ainda considero isso um passo importante para a democracia brasileira - o próximo passo é alguém do DEM, passada a geladeira, chegar à Presidência, para ambos os lados se convencerem que a democracia é algo bom). Pessoalmente falando, foi o ano que começei a ler colunistas da direita (principalmente Reinaldo Azevedo - e a Veja em geral, a quem serei eternamente grato por escurraçar Horroriz do Senado - e Olavo de Carvalho) com mais carinho.

Previsão para 2008 - Já disse aqui nesse blog: Arruda, invista mais na Ceilândia... Capitalize o máximo possível a inauguração das estações do metrô de lá, e torne-as sua base para conquistar o coração daquele povo. OUTRA COISA: Ano que vem tem eleições no Entorno. Invista bastante também ali. Use a máquina mesmo e consiga o máximo de prefeitos aliados e, se não conseguir, você tem dois anos para confabular com os prefeitos de Águas Lindas, Formosa, Luziânia, Valparaíso, Cidade Ocidental e Planaltina de Goiás.

Falando em cidades periféricas, vamos a Betim. O nível da política lá é baixíssimo. O atual prefeito, reeleito de lá é um tal de Carlaile Pedrosa (PSDB) - minha leitura disléxica lia "Cariale", forma que acho mais simpática. Graças ao jeito mineiro de se fazer política (Cf. relação Aécio Neves/ Fernando Pimentel - prefeito petista de BH - quase não há oposição por lá), quase não há oposição por lá, salvo a do PT, cuja estrela solitária é a deputada federal Maria do Carmo. Como bom coronel, o Carlaile já indicou o sucessor oficial dele, um tal de Rômulo Veneroso, que, parece, vem a ser o dono da Tremnet, pequena operadora telefônica/provedora de acesso à internet que usa o prefixo 99.

Como soi acontecer em "governos de coalizão" onde não há boquinha para todos, já apareceu um candidato dissidente, que me esqueci o nome, mas é do PMDB. Já o PT vai de Maria do Carmo mesmo, refletindo a falta de alternativas carismáticas do partido a âmbito nacional.

Minha previsão é que o indicado do "Cariale" ganhe, já que tem apoio dos principais caciques políticos. Destaco il signore (porque é italiano nato) Vittorio Medioli*, dono da SADA, fábrica de autopeças da Fiat (e de um timeco vagabundo de volei com o mesmo nome em Betim) e, principalmente, da Sempre Editora, responsável pela publicação do "O Tempo", segundo jornal mais importante de Minas Gerais (o primeiro é o "Estado de Minas", da sempre amaldiçoada Associados - o terceiro, "Hoje em Dia", foi comprado pela Universal!) e do SuperNotícia, tablóide (porque possui esse formato e é voltado para a classe 'C' e 'D', com o nível de notícias que você está pensando) com a maior tiragem do país - lido avidamente pela secretária e pela auxiliar de serviços gerais do meu trampo e, principalmente, pelo "O Tempo Betim", jornal gratuito distribuído às sextas-feiras e principal fonte de notícias da cidade, com tiragem de 40.000 exemplares. Para quem é de Brasília, O Tempo Betim é um "Jornal da Comunidade" com muito mais relevância, e que não perde a oportunidade de atacar a Maria do Carmo, como quando teve um rolo de ONGs ligada ao PT de lá.

Realizando-se isso, o "Cariale" credencia-se com muito boas chances para ser deputado federam em 2010. Em 2004 ele foi reeleito com 95.225 votos. Mantendo esse eleitorado (não sei como funciona essa dinâmica de tranferência de votos), ele poderia ser eleito. Elegendo o prefeito, a possibilidade disso acontecer aumentaria bastante, ainda mais se tiver um apoio maciç($)o do Medioli

Em tempo (mas não n'O Tempo): o PT em Betim, como no resto do país, não é esse paladino da ética não. Googleiem "Jésus Lima Betim" para ver do que estou falando. E para verem o nível da política por lá.

Meu lado "cientista político" apareceu demais por aqui. Continuo o balanço no próximo post.

*O Vittorio Medioli foi uma boa surpresa para mim. Apesar de achar "O Tempo" um jornal muito raso, ele, por ser um ex-deputado, conhece a política brasileira por dentro
e, por ser gringo, possui um distanciamento cultural em relação a nós outros saudável. Resultado: é um analista político e articulista muito bom. Quem duvida pode ler uma amostra aqui.

terça-feira, dezembro 25, 2007

Notas sobre a vida (divagações natalinas)

- Já é oficial: Tenho 6 meses de experiência!!! Significa que já tenho direito ao seguro-desemprego, se for o caso (3x R$700).

- Estou em Brasília para o natal, e a primeira coisa que me acontece é ameaçar ficar resfriado...

- Já tenho um plano a médio prazo de vida, que é razoavelmente plausível: basta eu não ser demitido nos próximos 18 meses e nenhum parente meu morrer. É algo que pode permitir com que eu escape do destino "tô estudando pra concurso!", viver com um trabalho meia-boca e mesmo assim não morrer de fome - talvez velho e fudido numa fila do INSS, mas de fome não.

- Já tenho um plano a curto prazo de vida, que é razoavelmente plausível: basta eu não ser demitido nos próximos 6 meses e nenhum parente meu morrer. Esse plano é um pouco louco. Diria que sou um tanto idiota (mas não burro) em fazer isso, mas o que a luta por uma vida menos ordinária não faz.

Não vou contar nenhum detalhe dos dois planos para que eles sejam vitmas de mau agouro.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

About Lula & Morales

Lula is supporting Morales to avoid Bolivia's split. Strategically, it will be horrible for Brazil have a civil war behind its kidney (I've always noticed Brazil like a smiling monster - Acre IS smiling!). But fuck off, I'm supporting the Half Moon (Santa Cruz, Tarija, Beni and Pando). If they want, I wanna be a kind of Abreu e Lima (google him) over there. The hell with Morales!!!

domingo, dezembro 16, 2007

Pesquisa Datafolha de hoje

Deu que o Arruda ficou em 9º de 10 governadores avaliados. Ainda não li a Folha de hoje (só pego na segunda - no caso, vai ser na terça, porque não vou trabalhar amanhã).

Apesar da recomendação maquiavélica de fazer as coisas más de uma vez, acho bom o Arruda acender o sinal amarelo. Não é a hora de se descolar a imagem d'Horroriz. Ele deve passar a imagem de aliado do goiano safado, por mais que, na prática, seja um dissidente. De resto, ele tem que pensar em concluir as estações de metrô restantes da Ceilândia. Aliás, ele deve fazer o diabo para conseguir os eleitores dali. Conseguindo, ele pode ficar mais tranquilo.

O que irá acontecer depois? Simples, Horroriz se candidatará a governador em 2010, para recuperar o orgulho perdido com a renúncia. Terá o apoio dos escroques de sempre, além do ENTORNO (alô Arruda, o que você anda fazendo por lá?), do Alcides Rodrigues e do judiciário local (de novo: alô, Ministério Público, CNJ, quem for: e a denúncia que Horroriz dava dinheiro para um fundo de juízes locais, como que anda?). Já o Arruda terá seus partidários (mais ou menos uns 20% do DF) e poderá convencer aquela gente que votava n'Horroriz por pura e simples ojeriza ao PT para que votem nele. Sobram os petistas, que podem até dar um apoio de ocasião ao mineiro careca no segundo turno, e os "populeiros" (que gozam das benesses dos populistas). Nada que umas escrituras de lote não resolvam...

sábado, dezembro 15, 2007

Delírios insones

E se na verdade na hora de nossa morte não morremos, apenas nossas almas são sugadas por um vórtex buraco-de-minhoca para outra dimensão? Então seria Deus um buraco-negro?

Sonho

Sonhei que estava no meio de um filme "As Panteras", e a Drew Barrimore estava me pegando. A Cameron Diaz, quem eu queria, estava pegando o Rodrigo Santoro :\

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Faltam 18 meses...

Finalmente apareceu um plano pessoal a médio prazo (2 anos - mais exatamente um ano e meio) para mim! Algo que, na pior das hipóteses fará que eu viva uma vida bem medíocre, mas pelo menos viverei mediocramente num lugar agradável.... No que depender de mim, basta eu não ser demitido. No que não depender de mim, basta que a empresa onde trabalho não vá à breca e que nenhum parente meu (principalmente mãe e avós) morra daqui até lá.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Ike Turner, R.I.P

Morreu hoje o ex-marido e ex-croque da Tina Turner, o Ike. A vida dele peço para vocês lerem no link. Aqui conto uma história pessoal:

Dezembro de 2003. Estava em Moscou, num dos piores momentos da minha vida, tentando me embebedar com duas doses de conhaque (ignoro a procedência) no Sheremetevo*, aeroporto internacional de lá. Na sala de espera, a TV do aeroporto passa clipes diversos. O bom da Rússia é que ela quer ser européia, por mais que tenha mentalidade de terceiro mundo. Por isso, os clipes eram só cousa fina. Até que, de repente, começo a ver um clipe das antigas do Ike & Tina Turner tocando "Proud Mary", do Creedence Clearwater Revival.

Naquele momento, querendo ficar bêbado mas bem fora do ponto desejado, me deixei maravilhar por aquilo, e tive uma felicidade fugaz. Puta que pariu, aquela performance era muito elétrica! E era bem melhor que o original! E sou muito rigoroso em relação a covers. Por exemplo, não acho que "Sympton of the Universe" do Sepultura esteja a 1/1000 da do Black Sabbath, e nem mesmo o "Lugar do Caralho" do Wander Wildner seja comparável ao original do Júpiter Maçã. Só "Whiching Hour" versão Kreator merecia até então o posto de "cover melhor que o original". Mas essa versão põe o original do Creedence no chinelo (fodam-se os fãs do John Fogerty!!!)

Daí começei a relevar aquele preconceito que o Ike era um grande fdp que metia o braço na Tina... Sim, ele era um fdp, mas tocava bem pra caralho!!! Não me aprofundei em R&B, mas curto um funk/soul muito das antigas...

É impressonante o que você descobre quando viaja para o exterior. Precisei ir para Buenos Aires descobrir o AC/DC do Bon Scott, para Budapeste conhecer o Lynyrd Skynyrd. Enquanto isso, aqui em Betim escuto aquela porra da música da periguete todo santo dia...

*Moscou tem outro aeroporto, o Domodedovo, que foi de onde terroristas chechenos subornaram com U$50 os policiais da alfândega para entrarem com bomba em um avião causando a morte de umas 50, 60 pessoas.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Vodu é pra Jacu!

Serei um jacu no ano que vem, torcendo para que o Nelsinho Piquet bata e fique tetraplégico na F1.

Notícias da Baixada Candanga

"Agentes da FNS prendem primos de político e são dispensados

Publicidade

RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

Duas semanas após prenderem dois primos do ex-senador e ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, em Luziânia (GO), agentes da Força Nacional de Segurança (FNS) foram ontem dispensados e avisados de que voltarão ao Rio, Estado onde atuam como policiais militares.

No dia 24 de novembro, Ricardo Mendes Roriz, primo do ex-governador, foi baleado e preso com maconha pela Força Nacional, após atropelar dois agentes ao tentar escapar de cerco em operação contra o tráfico de drogas.

O contingente do Rio na FNS, composto por 28 policiais militares, chegou ao entorno de Brasília em 9 de novembro e ficaria por seis meses, prorrogáveis por mais seis. O grupo atribui o abrupto retorno à retaliação política pelo caso.

Dos cerca de 150 agentes da FNS que foram para Brasília após o jornalista Amaury Ribeiro Júnior ser baleado, durante reportagem, só o grupo do Rio sairá do local.

Na sexta-feira, o major responsável pelo efetivo da Força Nacional reuniu os policiais do Rio e lhes contou que seriam "desmobilizados" e voltariam para casa nos próximos dias.

Agentes ouvidos pela Folha disseram não terem sido informados sobre o motivo para o retorno antecipado e que a PM não solicitou seu regresso.

Segundo "auto de exibição e apreensão" da Polícia Civil de Luziânia (a 60 km de Brasília), dois agentes que faziam cerco a uma casa no centro da cidade foram atropelados por carro dirigido por Ricardo Mendes Roriz, filho do ex-prefeito da cidade, Juarez Luiz Roriz, primo de Joaquim Roriz.

Segundo os policiais, Ricardo --acompanhado de Bruno Gomes Roriz, que seria seu primo-- tentou furar o bloqueio em alta velocidade e estaria sob o efeito de álcool e/ou drogas. O carro atingiu o joelho de um agente e o pé de outro.

"Surgiu um veículo Fiat Palio em alta velocidade. Ao ver o suposto autor aproximar-se com velocidade, gritou "devagar, devagar", e como viu que ele [Ricardo Roriz] acelerou o carro, outros policiais gritaram "Pára, polícia, pára, polícia'!; apesar dos gritos de advertência, ele não parou o carro e atropelou os policiais. Só não atropelou mais porque estes se jogaram no chão", afirma comunicação da capitão da PM Maria Clara Lima Padrão Barbosa, responsável pelo grupo.

Agentes da Força Nacional dispararam contra o Fiat Palio com placa do Distrito Federal e atingiram Ricardo ao menos duas vezes. "Naquele momento, dois ou três policiais da FNS atiraram contra o veículo do suposto autor [Ricardo Roriz], atingindo de início o carro, mesmo assim o suposto autor conseguiu fugir", diz a versão da capitão. A FNS afirmou ter achado no carro "duas porções de substância de cor esverdeada, que laudo evidenciou se tratar da droga conhecida por maconha". Foi apreendida no carro ainda uma porção de "substância desconhecida".

Ricardo Roriz foi atingido por tiros no braço, na perna e lombar. Ele não corre risco de morte.
A Folha não conseguiu contatar a família."



Comentário:


Tá legal: Quem foi o filho da puta puxa-saco d'horroriz que fez essa merda? Pelo fato da operação ser no Entorno (Luziânia-GO é a terra natal do traste), quero acreditar que seja alguém ligado ao Alcides Rodrigues, ocupante do Palácio das Esmeraldas. Não quero acreditar que seja alguém do DF, o que significaria que Horroriz ainda não está mais de 50% morto politicamente.



Ao senhor da FNS responsável pela execução dessa carteirada: perdôe-me o clichê, mas o senhor é um fanfarrão de merda.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O mal do platônico

Foi o João Pereira Coutinho que disse uma vez que o mal do insone não é o cansaço no dia seguinte, mas o porvir desse cansaço, aquele momento que você rola na cama e já antecipa o sofrimento da manhã.

Aproveito para fazer uma analogia com o mal do platonismo (não a filosofia, mas o sentimento). O mal do platônico não é aquele sofrimento perene pelo amor não-correspondido, mas sim naquele momento com que você luta com todas as suas forças para não se apaixonar, antevendo todos aqueles sentimentos que você sabe que irá acontecer, e naquele momento você não pode fazer mais nada. Acho que foi o Espinoza quem disse que uma vez que, quando você tem consciência da Verdade, Ela estará sempre em seu íntimo, por mais que você não queira admitir. Assim é o amor.

Falo tudo isso não porque esteja apaixonado (na verdade já saí de outro platonismo - sempre para me meter em outro, infelizmente; e la nave va), mas é porque descobri que puxei a minha mãe e tenho tendência a ter insônia. :(

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Sobre o que acontece no Pará 2

Que a Tatiana (que Deus a tenha...) que me perdoe, mas sou da opinião é de que o Pará tem que ser rebaixado a Território.


Sim, eu sei que me repito, mas a situação pede.

O adágio do dia - O segundo degrau do emprego

Quando você está fora do trabalho, a palavra no anúncio de emprego que complica a sua vida é a "experiência". Quando você finalmente consegue passar por essa palavra, surgem outras duas: "na área".

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Post de Protesto [3] - A Opinião

Foda-se se sou um beija-flor querendo apagar o incêndio na floresta com água em um dedal!

Toda vez que há um ato absurdo desses tem que se protestar. Atentem bem para as charges e digam se elas falam algo de indecoroso, se há algo que ao menos atente contra a moral e os bons costumes. Também não acharam? Pois bem, isso é um ato explícito de CENSURA! Em tempos que se reclama com razão do Chavez, isso é o mais perfeito exemplo de censura "de direita", pois é a censura do "Dpto. Comercial". Isso mostra que esse Jornal do Comércio não serve nem pra forrar gaiola de passarinho.

Se eu fosse assinante desse jornal pediria hoje mesmo o cancelamento da minha assinatura. Se eu fosse um pequeno anunciante, nem perderia tempo anunciando nele, mas sim no Zero Hora, que tem um público muito maior (apesar de eu odiar formato 'tablóide'). Isso prova também que o PSDB (da governadora Yeda Crucius) vive metendo o pau no PT (com razão) falando que ele pressiona a mídia, mas também é adepto da mesmíssima politiquinha "Odorico Paraguaçú". Olha, se estamos em uma democracia melhor que a média nas Américas, não é por causa nem da esquerda nem da direita, porque NENHUM DELES É DEMOCRÁTICO.

Minha solidariedade aos três cartunistas, e que isso serve mais para botar no currículo do que como fato desabonador.

Aproveito para mandar esse Sr. Pedro Maciel tomar no olho do cu.

Post de Protesto [2] - As Charges

















Por Kayser Por Santiago

Post de Protesto [1]

Chargistas têm desenhos vetados e são demitidos de jornal do RS

"Santiago, Kayser, Moa,

Agradeço o trabalho que fizemos em conjunto até agora e comunico que o JC está dispensando o serviço de vocês."

Foi com esse e-mail, enviado na tarde de quinta-feira, que os três chargistas do Rio Grande do Sul souberam que tinham sido demitidos do "Jornal do Comércio", de Porto Alegre, onde trabalhavam desde 2003.

Os três se alternavam na produção das charges publicadas na página dois do jornal, que é voltado à área econômica. Pelo serviço, cada um ganhava R$ 504 por mês.

O que motivou o desligamento foram estas duas charges, feitas por Santiago e Kayser


[O] Banrisul, mencionado na segunda charge, é a sigla do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, mantido pelo governo estadual.

O banco foi escolhido como o preferido por empresários, profissionais liberais e executivos na pesquisa "Marcas de Quem Decide", organizada pelo jornal e pelo instituto QualiData. A pesquisa foi divulgada no começo de março deste ano.

As duas charges –feitas nesta semana- não foram publicadas pelo jornal.

No caso de Santiago, a justificativa foi dada por telefone.

"Você não pode fazer um desenho sobre o lucro, porque nós não somos contra o lucro", relembra o desenhista de 57 anos, visto na área como um dos principais de sua geração.

"O jornal é quase um órgão oficial da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul", diz Santiago, forma como Neltair Revés assina os trabalhos que faz.

Segundo ele, o jornal restringia os temas e as pessoas que poderiam ser trabalhadas nas charges.

"Uma hora, não podia falar mal de juiz. Depois, não podíamos falar mal do Germano Rigotto [governador do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2006]. Depois, da Yeda Crucius [atual governadora]."

Ele define o caso com uma frase do escritor Millor Fernandes: "Trabalha-se para perder o emprego".

Os outros dois desenhistas também confirmam que era comum a charge não ser veiculada ou eles receberem um telefonema do jornal pedindo mudanças no conteúdo.

"Depois que a charge chegava, eles ligavam dizendo que não poderiam publicar por isso ou aquilo", diz Luciano Kayser, de 37 anos, que leu o e-mail sobre a demissão apenas na sexta-feira de manhã.

Quando o desenho era vetado, era comum uma foto ser usada no espaço reservado à charge.

Esse desgaste, dizem os três chargistas, existe desde que ingressaram no jornal.

"Muitas vezes, os jornais até fazem uma média de que ´somos um veículo democrático´, mas nesse caso nem esse teatro os caras quiseram fazer", diz Moacir Knorr Guterrez, de 45 anos, mais conhecido pelo apelido, Moa.

"Nós já estamos nos reunindo para fazer um livro com nossa visão sobre esse episódio, com as charges que foram publicadas e com as que não foram", diz o desenhista, que teve uma menção honrosa neste ano no Salão Internacional de Humor de Piracicaba.

A Grafar (Grafistas Associados do Rio Grande do Sul) vê na atitude do jornal um ato de censura.

"Censura aberta, inequívoca, clara, pior até do que na ditadura. Vivemos um momento negro do jornalismo gráfico visual", diz Eugênio Neves, secretário da entidade.

A associação, que conta hoje com cerca de 50 integrantes, não pretende tomar nenhuma providência sobre o caso.

"Numa mídia em que um cliente decide o que é pauta e o que não é, você vai fazer o quê?", diz Neves.

Outro lado.

Pedro Maciel, editor-chefe do "Jornal do Comércio" e autor do e-mail sobre as demissões, diz que os desenhistas não seguiam as orientações do jornal.

"Eu achei que o trabalho deles não estava mais adequado à linha editorial do jornal", diz, por telefone.

"É como uma relação. Quando a relação não está mais adequada, ela é rompida."

O Blog perguntou qual era a linha editorial do "Jornal do Comércio".

"O jornal é especializado em economia e negócios e circula em classes A e B", diz.

Após essas respostas, Maciel preferiu dar o assunto por encerrado.

Leia mais sobre o caso aqui.

domingo, dezembro 02, 2007

2007 is dead. Long live to 2008!

Bom, tudo o que tinha que acontecer já aconteceu. Salvo se morrer na ida pra Brasília, o que pode perfeitamente acontecer.

- Em termos de amor, foi a mesma merda de sempre, mas ao menos dessa vez teve mais sexo. Falta só Betim engrenar quanto a isso...

- Em termos de finanças, está sendo o melhor da minha vida até agora, disso não posso reclamar. Apesar de trabalhar como um Bob Esponja - infelizmente sem a mesma alegria pasmada dele - (trabalhei hoje, num domingo, das 7h30 às 14h, por exemplo) a grana tá entrando, e já consigo ver outra daquelas viagens épicas no horizonte...

- Em termos de saúde: rumo ao AVC com 55! I'm in the half way...

- Em termos de esporte: O Vasco foi a mesmíssima merda do ano passado, mas ao menos não me deu o desgosto de ter sido vice do Flamerda em alguma coisa (Atenção Pai Santana! Isso é macumba que estará funcionando). E, como a mesma entidade foi pra libertadores esse ano, posso concluir que o ano foi uma bosta, mas ainda sim muito melhor que aquele desgosto do ano passado.

PORÉM, o Gigante da Colina deu um gostinho final pra mim: Rebaixamos o Paraná, quem pegou nossa vaga na Libertadores no ano passado e, muito mais importante, rebaixamos o Corinthians (que volta no ano que vem, mas em 2º ou 3º), quem pegou de gaiato aquele 'mundial interclubes' (se o Vasco fosse campeão seria de facto e de jure, já que tinha sido campeão da libertadores...). Além disso, e isso poucos vascaínos sabem, aquele "Campeão dos Campeões" do hino foi por um torneio que eles ganharam em cima da gente no tempo do Onça. Por isso: "'Campeão dos Campeões' this!" hahahaha!!!

quinta-feira, novembro 29, 2007

Sobre o que acontece no Pará

Que a Tatiana (que Deus a tenha... :( ) que me perdoe, mas não é de hoje que acho que o Pará deve ser rebaixado a Território.

domingo, novembro 25, 2007

Previsões Copa 2010 - Classificação Europa

Como aprendi no ano passado, quanto mais eu detalhar nas minhas previsões, maior é a possibilidade de errar. Por isso, aqui vão meus prognósticos para cada grupo:

Grupo 1: Portugal, Suécia, Dinamarca, Hungria, Albânia e Malta.
País Classificado: Suécia
Irá pra repescagem: Portugal

Desde 2002 a Suécia aprendeu o caminho das pedras em eliminatórias, e acredito que a frieza nórdica vai suplantar a passionalidade gaúcha do Scolari que, no entanto, irá se reabilitar na repescagem, também se classificando. A Dinamarca ainda não tem nenhum bom Laudrup que a capitaneie e, se pode roubar pontos da Suécia no derby escandinavo, também pode perder pontos para a Hungria.

Grupo 2: Grécia, Israel, Suíça, Moldávia, Letônia e Luxemburgo.
País Classificado: Suíça ou Grécia
Irá para repescagem: Suíça ou Grécia ou Israel

Depois da Suíça ter feito o bizarramente extraordinário papel de ter sido eliminada na Copa de 2006 sem ter sofrido E NEM MARCADO nenhum gol, acredito que ela ainda tem forças para ou se classificar ou ir para a repescagem. Vejamos como se comportará na Euro 2008, que sediará junto com a Áustria. A Grécia é a principal incógnita desse grupo. Ela pode jogar muito bem, como jogou nas eliminatórias da Euro '08, ficando à frente da Turquia ou da Noruega, ou pode tropeçar para Israel. Esta pode ser a grande surpresa desse grupo. Não tem capacidade para ficar em primeiro lugar, mas tem para ser segundo e, dependendo do cruzamento na repescagem, pode se classificar e dar uma ótima dor de cabeça pra FIFA para que evite coloca-la para enfrentar um país árabe.

Grupo 3: República Checa, Polônia, Irlanda do Norte, Eslováquia, Eslovênia e San Marino
País Classificado: República Checa
Irá para a repescagem: Polônia

Acredito que as duas seleções irão se classificar, mas a República Checa fica em primeiro porque acredito que a Irlanda do Norte, apesar de ser fraca o bastante para ficar em segundo, roubará pontos preciosos da Polônia. Talvez, com o cruzamento, o segundo lugar daqui pegue Israel, e essa será a chance deles... Mas só.

Grupo 4: Alemanha, Rússia, Finlândia, País de Gales, Azerbaijão e Lichstenstein
País Classificado: Alemanha
Irá para a repescagem: Rússia

Grupinho semi-chato, com os dois últimos países servindo de sparring, Finlândia e País de Gales disputando o segundo lugar com a Rússia (mais a Finlândia que Gales) e a Alemanha, previsível como sempre, ganhando a vaga. Espero que o Gus Hidding esteja fazendo um trabalho bom com aqueles russos pernas-de-pau (e que se classificaram por cagada pra Eurocopa), senão eles não passam na repescagem.

Grupo 5: Espanha, Turquia, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Armênia e Estônia
País Classificado: Espanha
Repescagem: Turquia ou Bélgica

A Fúria, se amarela nas copas, é boa de eliminatória, tanto que se classificou em primeiro no seu grupo pra Euro '08. A Bélgica, apesar de não ter se classificado pra 2006 e nem pra Euro '08, talvez surpreenda (e caia na repescagem), mas a Turquia está mais azeitada, tendo potencial para perder na repescagem.

Grupo 6: Croácia, Inglaterra, Ucrânia, Belarus, Cazaquistão e Andorra.
País Classificado: Inglaterra
Repescagem: Croácia

Sim, acredito que a Inglaterra dará o troco na Croácia por tê-la desclassificado em pleno Wembley, e que a Croácia passa tranqüila na repescagem, porque tem futebol pra isso. A Ucrânia não tem mais o Shevchenko e o Hleb na Belarus é muito pouco pra fazer algo.

Grupo 7: França, Romênia, Sérvia, Lituânia, Áustria e Ilhas Faroe
País Classificado: Romênia
Repescagem: França

Bom, taí a zebra na minha previsão. A França tropeçará na Romênia, que, para quem não sabe, ficou à frente da Holanda nas eliminatórias para a Eurocopa. Vai passar no sufoco para a repescagem, ficando pouco à frente da Sérvia. Mas mesmo assim se classifica tranquila. A não ser que pegue Portugal...

Grupo 8: Itália, Bulgária, Irlanda, Chipre, Geórgia e Montenegro
País Classificado: Itália
Repescagem: Irlanda ou Bulgária

Acho um absurdo esse negócio de campeão do mundo ter que disputar eliminatórias. Mas enfim, a Azzurra passa jogando o canetaccio horrível de sempre. Quanto ao segundo lugar... Irlanda e Bulgária brigarão ferrenhamente pela vaga, com um leve favoritismo para a Irlanda, que sabe jogar um futebol funcional quando precisa.

Grupo 9: Holanda, Escócia, Noruega, Macedônia e Islândia
País Classificado: Holanda
Repescagem: Noruega ou Escócia

Grupinho muito fácil esse. O futebol holandês sobra aqui. Um tropeço para a Escócia e/ou Noruega não vai atrapalhar o alcance do primeiro lugar pela laranja mecânica. A Noruega tem uma levíssima vantagem em relação à Escócia, mas não é quase nada.

Se eu tivesse cartão de crédito internacional e pudesse ir num site inglês de apostas, as seleções classificadas em primeiro lugar para mim seriam:

Suécia, Grécia, República Checa, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Romênia, Itália e Holanda.

Já em relação ao mata-mata entre os segundos lugares, não posso ainda palpitar nada, porque o cruzamento depende de sorteio. Mas França, Portugal, Croácia e Rússia (essa apenas pelo técnico) saem em vantagem.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Sobre política 2 - Política Internacional

Vocês estão acompanhando a questão da desvalorização do dólar internacionalmente? Pois é, grande parte da valorização recente do real advém disso... Até o dólar canadense tá valendo mais que o americano! Na OPEP, esses dias, discutiram se o valor do barril de petróleo deveria ser desvinculado do dólar e associado a outra moeda, como o euro - engraçado, sempre pensei que o barril do petróleo fosse cotado em libras...- com o Chávez e o Ahmedjad (sic) fazendo o escarcéu de sempre.

Digo o seguinte: o mundo está deixando de ser unipolar (capitaneado pelos EUA) para ser multipolar (capitaneado pelos EUA e uns outros). Mas isso ainda vai durar muuuuuuuito tempo. E essa desvalorização simplesmente NÃO TEM NADA A VER com isso! O que acontece é que os EUA estão desvalorizando a moeda para conter a concorrência com a China, que mantém a cotação do Yuan fixa (algo como U$ 1 = YU$ 8,50), cotação esta totalmente artificial mantida exatamente para que os produtos chineses cheguem baratos no resto do mundo.

Sim, a Gisele Bündchen falou que o cachê dela é só em euros agora. Mas me digam: qual é o poder político e, principalmente, militar, da União Européia? Comparado com os EUA é nenhum. Podem adquirir com o tempo, assim como a China e a Rússia (não falo o Brasil porque estou tentando escrever um artigo sério), mas enquanto não adquirirem, todos nós ficaremos a reboque do Tio Sam mesmo.

PS: Sou um dos pessimistas em relação à China. Como eles mesmo sabem, eles possuem reservas de U$ 1,4 trilhão. E esse é o problema: eles só têm dólares. Estivessem com dólares, euros, libras, ienes, etc. o yuan não teria que ficar nessa cangalha, que - escrevam o que digo - vai causar o mesmíssimo problema de créditos podres que estagnou o Japão na década de 90, sendo as consequências políticas disso imprevisíveis.

Sobre política 1 - Política Doméstica

Tenho que escrever isso antes que me esqueça:

Meu professor, o Chacon, me disse uma vez que a eleição do Lula (em 2002) era o verdadeiro fim da transição da ditadura para a democracia, uma vez que o poder finalmente passaria democraticamente para o espectro ideológico oposto ao que vigorou desde 1964. Eu em parte concordo com ele. Porém, acrescento que para consolidar essa democracia ainda falta algo muito importante: que a então situação (e agora oposição) adquira valores democráticos. Pois da mesma maneira que se demonizava a esquerda antes ("ah, porque eles são tudo um bando de comunistas a mando de Moscou!" - tudo bem que hoje tem gente que fala parecido, mas enfim), hoje se demoniza a direita ("ah, mas eles são tudo filhotes da ditadura!").

Espero que essa bonança econômica que vivemos (e os três anos restantes) permita que os setores conservadores do Brasil saibam que eles podem ser conservadores E democráticos. Para que, em 2010, caso eles sejam eleitos, possam iniciar outro processo da consolidação democrática no Brasil: a democratização da esquerda - que seria a eliminação total do revolucionarismo. Porém, neste caso, é bem mais difícil...

(...) And the Wheel of Pain keeps spinning...

É engraçado... Em Brasília, no começo do ano, estava muito mal por ter saúde, mas não ter mulher nem ocupação, daí comecei a me envolver (nada sério) com uma mulher. Mas aí encontrei trampo em Betim. Daí consegui ocupação, e saúde - ainda que o meu consumo de calmantes para dormir tenha aumentado expoencialmente...- mas hoje me toquei - graças à inveja, uma má característica de mim: "Sua besta! Você está sem mulher!". E agora estou começando a ficar mal... Ao menos dois dos três vértices estão preenchidos. O foda é que acho que quando tiver preenchido o terceiro vou começar a não ter saúde pra tanto... :S

PS: Mais uma vez: meu blog não é uma democracia, mas uma autocracia - tipo a Venezuela do Chávez, mas no lado oposto à moeda. Ofendeu o blogueiro, ou não discordou com argumentos minimamente factíveis, bloqueio na hora.

terça-feira, outubro 30, 2007

Copa 2014

Dentro de um ano, serão anunciadas as cidades que sediarão os jogos. Dentro de um ano também esse nobre blogueiro criará um ING (Indivíduo Não-Governamental) que será responsável pela fiscalização dos orçamentos e dos programas de obras. Stay Tuned

terça-feira, outubro 23, 2007

Alô Arruda!

A quantas anda o Brasília Integrada? E a construção das linhas de VLT? Não dá pra dar uma palavrinha sobre o tema antes de anunciarem o Brasil como sede da Copa 2014 não?

Alô MP-DF!!!

E a denúncia que o Roriz pagava proprina a meretríssimos juízes do DF, está em que passo? Aproveitem que ele não tem cargo gente, e metam-lhe o sarrafo!

sábado, outubro 13, 2007

Anti-horário de verão

A pesar de agora trabalhar a partir das13:30, e não sofrer tanto com a mudança de horário, ainda sim gostaria encarecidamente de mandar todos os simpatizantes do horário de verão tomarem no meio de seus respectivos cus.

PS: Quanto à Oi, acabei tendo que voltar com ela (monopólios regionais são uma coisa :@). Ainda assim fica o registro do PÉSSIMO atendimento deles e da sua imensa INCOMPETÊNCIA.

sábado, setembro 29, 2007

Contra a incompetência da Oi (3)

Ontem, um dia depois do último prazo que a maldita Oi me deu, ontem FINALMENTE chegou o modem. Para a sorte deles (e azar meu...) eu tive que levar meu carro pra revisão ontem, pela manhã, quando já tinha me programado para ligar pedindo o cancelamento da linha. Detalhe 1: o entregador me disse que tinha ido na minha casa DUAS vezes e não tinha ninguém (trabalho à tarde e à noite, dãããã). Detalhe 2: por um acaso, eu forneci o meu celular para eles, e EM NENHUM MOMENTO SE DIGNIFICARAM A ENTRAR EM CONTATO COMIGO POR CELULAR. Falei isso com eles após entrarem em contato comigo por causa da minha reclamação no Procon.

Ok, chego ontem em casa às 23h, e vou correndo instalar a internet, pensando que terei problemas. Mas me enganei, a internet entrou sem nenhum problema!!! Para matar a saudade, fiquei até as 0:30. No dia seguinte, tive que ir até Contagem para pegar meu carro. Chego em casa mais ou menos às 11:30, preparo correndo meu almoço (miojo com ovo) e ligo de novo a internet. Ela entra de novo! Que legal, acho que vou poupar a Oi da minha fúria. Almoço quase no computador de tanta felicidade, e saio de casa às 1:20, quase em cima da minha hora.

Volto pra casa pensando que passarei o resto da noite na rede, eis que... A PORRA DA INTERNET NÃO ENTRA!!! Tento fazer de tudo, desnstalo, tiro cabo, desligo o pc, e nada. Daí ligo para o serviço de atendimento da Oi. A primeira (e já tenho preconceito contra atendente técnica mulher...), me manda inverter os cabos ethernet e, se não der certo, chamar a assistência técnica. Desligo na cara dela. Ligo de novo, e falo com um atendente ("aí sim!", penso eu). Confirmando meu preconceito, ele me manda fazer muito mais coisas... mas não resolve. Daí peço para acionar a assistência técnica, e ele me tem a coragem de falar que "se a culpa não for da oi o cliente tem que arcar com as despesas de deslocamento". Não espero ele terminar de falar para desligar, já totalmente puto.

Tento pela derradeira vez fazer a porra do modem funcionar. Desligo tudo, desconecto tudo, desinstalo tudo, mas nada. Chega. Liguei para a Oi de novo, mas dessa vez para CANCELAR o Velox E a linha. Depois de meia hora da operadora de telemarketing fazer o serviço dela e tentar me demover por todas as maneiras possíveis, eu entrei com um protocolo de cancelamento. Sim, vou pagar uma multa de R$300 (quero ver com o procon e com o pequenas causas se dá pra mudar isso - para além da cobrança indevida do Velox que deve vir na próxima conta...), mas sinceramente, prefiro levar essa facada a ficar dependente da incompetência deles. Já pensou se também demora dois dias do pedido da assistência até esse pedido entrar no sistema? Não, prefiro a multa!

OI, NUNCA MAIS!!!

Quero acreditar que por causa do cancelamento algumas cabeças rolem naquela porcaria de companhia. Mas não acredito não... Talvez a operadora de telemarketing dance, por não ter conseguido me convencer. Mas seu trabalho era ingrato: depois de duas semanas de total incompetência é impossível mudar de idéia um consumidor furioso... Se eu pudesse escolher, TODO o serviço de atendimento Velox cairia.

Consumidores insatisfeitos com o produto/serviço oferecido são os piores, pois espalham para todos os conhecidos o ocorrido. Vide o meu caso com a Schincariol...

terça-feira, setembro 25, 2007

Contra a incompetência da Oi (2)

Nunca pensei que iria dizer isso, mas...

Que saudades da Brasil Telecom. Noves fora o caso da Cicarelli, quando foi a primeira a enfiar o rabo entre as pernas e acatar a censura, ao menos ela possui algo chamado PÓS-ATENDIMENTO. Explico: toda vez que um técnico ia na minha casa arrumar a internet (somente em 20% dos casos o cara que está na outro lado da assistência remota resolve), eles ligam para o cliente perguntando se o atendimento presencial resolve (em 100% dos casos). Com essa INCOMPETÊNCIA da Oi, duvido que façam isso. Aliás, deve demorar uns 4 dias úteis (assim que o "sistema" reconhecer o pedido...) para mandar a assistência.

Sim, o monopólio público é horrível, mas o oligopólio privado não fica muito atrás não. Essa coisa de territórios exclusivos de operadora é um absurdo! A Telefônica, a BrTelecom e a Oi deveriam competir entre si NACIONALMENTE! O nível do serviço prestado melhoraria muito, garanto... Felizmente aqui em Betim existe a Tremnet, que trabalha com linha e com internet. Apesar do perrengue do meu primeiro mês de trabalho, quando eles não mandaram a conta, disseram que mandaram e cortaram a internet, depois disso eles não fizeram mais mancada. Vou pedir pra cortar a minha linha na Oi e instalar uma da Tremnet. E se eles fizerem merda comigo... dessa vez esperarei bovinamente até a GVT chegar a Betim. Isso se eu não for embora antes.

Contra a incompetência da Oi (1)

Escrevo esse artigo na esperança de que a Oi tome VERGONHA NA CARA e aprenda a não tratar seus clientes feito PALHAÇOS.

No dia 17 de setembro (segunda-feira), eu vou na agência da Oi em Betim para pegar o e-mail e a senha do provedor Oi. A atendente, bastante simpática e solícita, diz que meu modem chegará em 5 dias úteis. Vou contente para casa, pensando inocentemente que a minha única preocupação será que, por algum motivo, não saberei configurar o modem e terei que pedir assistência remota pelo telefone. Ledo engano...

No dia 20 de setembro (quinta-feira), ligo para Oi para saber sobre meu pedido, na esperança de que está tudo ok com ele. Descubro o primeiro exemplo de falta de consideração para com seus clientes: por algum "problema no sistema", o pedido de envio do meu modem NÃO TINHA SIDO FEITO! Resultado: o pedido foi feito naquela quinta feira e me deram mais quatro dias úteis (não sem antes fazer uma confusão entre três e quatro dias, pelo fato de Betim ter também o prefixo 31; para meu azar, os dias finais foram quatro).

Depois disso, no mesmo dia, eu fui de novo na sede da Oi aqui em Betim. Falei com a mesma atendente, que me mostrou sua tela dizendo que já constava que eu já tinha o Velox! Tudo bem, ela até poderia ter feito isso na hora para dar uma de Maria-sem-braço comigo, mas pelo que me acabou de acontecer, essa só é outra prova da incompetência da Oi.

Hoje, dia 25 de setembro (terça-feira), ligo para Oi para saber sobre meu pedido, na esperança de que (dessa vez) está tudo ok com ele. Descubro o segundo - e definitivo, para mim - exemplo de falta de consideração para com seus clientes. Na quinta-feira, o primeiro atendente, o supervisor para quem eu fiz a reclamação e o segundo atendente (liguei de novo para Oi a partir da Oi de Betim) me disseram que seriam quatro dias úteis - a partir do dia 20. Já o atendente de hoje disse que são quatro dias úteis A PARTIR DE QUANDO O SISTEMA RECONHECEU O LANÇAMENTO DO PEDIDO, que foi... Surpresa! No dia 22 de setembro (sábado)!!! A porcaria do sistema deles demorou DOIS DIAS para jogar um maldito pedido de entrega do modem.

Enfim, não confio mais na Oi. Amanhã ligarei para a Anatel, para o Procon daqui - um vai querer jogar a responsabilidade para o outro, mas já estarei preparado... -, irei no Juizado de Pequenas Causas para entrar com um processo depois que a Anatel ou o Procon der o sinal verde e, finalmente, irei na Oi pedir o CANCELAMENTO da minha linha. OI NUNCA MAIS!!!

E agora, alguns tags para chamar atenção e divulgar esse post o máximo possível:

pau no cu da oi pau no cú da oi oi lixo oi cocô boicote oi incompetência oi merda oi péssimos serviços prestados oi falta de consideração com o consumidor denuncie a oi à ANATEL contra o oligopólio das teles contra a fusão da oi Telemar com a Brasil Telecom oi Telemar é tudo a mesma merda bosta telemar

sexta-feira, setembro 21, 2007

Sem título

Em breve, ponho mais um pé no capitalismo selvagem... Aguarde

Papo atarantinado (ou: o paradoxo da Rua do Limoeiro)

Nunca entendi um troço da Turma da Mônica: a Magali sempre ia nos restaurantes e comia toda a comida do restaurante, e os donos ou a expulsavam ou choravam desesperados. Mas eu presumo que a Magali PAGAVA pelo que comia! Não me recordo de nenhuma história dela onde havia qualquer insinuação de que ela tava dando o calote... Se ela comia toda a comida do restaurante, e pagava por isso, o dono deveria estar era satisfeito, pois aquele, a rigor, teria sido um dia perfeito, onde houve o máximo de vendas!

Talvez os donos ficassem putos porque a Magali liquidaria os estoques deles, e eles teriam que antecipar a compra do próximo estoque. Enquanto isso, até a nova remessa de comida chegar, eles teriam que fechar para balanço. Mas mesmo assim, se fosse o caso seria o caso (sic) de fidelizar a Magali tão somente para que ela comesse apenas naquele restaurante - ou então fazer algo para que a mãe da Magali não pudesse mais cozinhar (alô, argumentistas que têm que escrever sob o pseudônimo do Maurício de Souza! Olha uma boa idéia aqui...).

Ou então é outro motivo: quem fica puto ou chorando seriam os garçons, e o motivo seria pelo excesso de gulodice e falta de gorjeta. Mas não me lembro de nenhuma história da Magali que falava sobre isso...

Fica aqui exposto o paradoxo: por que a Magali deixa os donos de restaurantes tão bravos?

quinta-feira, setembro 13, 2007

Saiote no chifre, esconde o falópio*

Um dos meus links rss é o blog do Willian Waack. No meu mestrado, meu orientador, o Chacon, vivia falando que ele era um dos poucos jornalistas com conteúdo intelectual que prestavam no país. Vivia citando o livro que ele (o Waack - é holandês isso?) escreveu, Camaradas, sobre a Intentona Comunista de 1935. O detalhe é que ele fez o livro baseado nos arquivos da KGB. Segundo meu professor, ele é fluente em russo (inveja...) e em alemão (um pouco menos, mas ainda assim inveja...). É um dos blogs que recomendo avidamente

No seu artigo de hoje, ele fala sobre o novo primeiro-ministro russo, o glorioso-até-então-zé-ninguém Viktor Zubkov. Aqui vão os parágrafos:

Em outras palavras, um deslumbrado. O que se sabe de Zubkov até agora pode levar a várias especulações, menos a de que seja um deslumbrado. Trabalhou com Putin quando o atual presidente era o homem mais importante em São Petersburgo, há 17 anos, o que é típico no jeito russo de tocar o país: lealdades pessoais são mais importantes do que plataformas ou projetos políticos.

Que coisa... os russos possuem muitas semelhanças com os brasileiros, por isso não os considero europeus. Mas não sabiam que eles também eram cordiais (buarquianamente falando), patrimonialistas (weberianamente falando) estamentais (faoramente falando)...

Se há algo que se pode afirmar sobre Zubkov com certa tranqüilidade é que ele só chegou ao posto de primeiro-ministro de acordo com o “sistema” – do qual Putin é chefe sobretudo por expressar suas normas e projetos. Uma das especulações mais ouvidas na imprensa russa, nestes dois dias, é a de que Zubkov poderá, sim, vir a ser presidente da Rússia.

Mas um presidente com menos poderes, diante de um novo cargo que seria criado para... Putin.

O Waack usou essa última frase como recurso dramático, não é possível. Duvide-o-dó que isso aconteça! Os paulisas que lêem meu blog (são tantos... :P) devem se lembrar da história do Maluf e Pitta... O poder é algo meio inercial: se você tem, você conserva ou aumenta; se você não teve, ele tende a definhar. Por isso que a democracia é boa, ela é um mecanismo artificial que impede a eternização do poder nas mãos de uma pessoa (mandatos limitados, no caso).

*Título retirado da hilária tradução fonética que fizeram do hino soviético que uns malacos gaúchos fizeram. Maiores detalhes aqui http://bastadeestopa.insanus.org/

quarta-feira, setembro 12, 2007

Renan Absolvido

Que coisa... eu jurava que teriam votos o bastante para cassá-lo (sic?), mas que não seria por 41. Mas ele ter GANHADO!? Isso é putaria pura! :|

Analogia a ser feita por algum bambambã

Na graduação, quando estudei a política externa do Brasil, eu soube do jogo duplo que o Vargas fez com os EUA pra conseguir a CSN. Até que ponto o Lula está fazendo jogo duplo com o Bush em relação ao Chávez/Morales et caterva?

PS: Olho no tal de Fernando Lugo no Paraguai. O ex-bispo (prefiro em espanhol. 'el ex-obispo') é uma versão local do Chávez/Morales/Correa. Ele é candidato favorito à presidência paraguaia, e uma de suas principais reivindicações (e de parcela importante da população paraguaia - é só olharem de vez em quando os briefings que a BBC faz sobre o 'ABC Color', principal jornal de lá, e anti-brasileiro até a alma) é renegociar o tratado de Itaipú. De acordo com o pensamento corrente dessa corrente, o Paraguai foi prejudicado pelo Brasil porque no contrato ele só poderia revender a energia gerada por Itaipú a preço de custo, não de mercado.

E pra dar um subsídio a quem acredita no Foro de São Paulo (depois do que o Morales fez e da reação pífia do Lula passei a acreditar também), aqui vai um trecho de notícia tirado do portal "Bem Paraná" . Ariel Palácios, pra quem não está associando o nome à pessoa, é o correspondente da Globonews em Buenos Aires (e acho que trabalha com o Estadão também).

Lugo, cuja coalizão integra políticos da esquerda e de centro, participa este fim de semana do Terceiro Congresso do PT, realizado em São Paulo. O bispo afirma que não é "estatista" nem se define como um político de "esquerda".


Palpite sobre o julgamento do Renan

Se todos os senadores vierem, ele será cassado. Caso contrário, acontecerá que nem nas Diretas, o número de senadores que querem cassá-lo (sic?) será maior, mas não serão 41, e ele ficará com o mandato (com o cargo são outros 500...). Uma pena que não estou com o número de senadores de oposição.

sábado, setembro 08, 2007

O urbanismo brasileiro é um oxímoro

Pela primeira vez sinto saudades de Brasília, depois de quase três meses. Pelo fato de minha família estar toda aqui em Betim? Não, pelo fato de já estar de carro e, pela primeira vez em quase 10 anos de carteira, estar dirigindo em cidades com esquina. Noves fora os mineiros se considerarem os piores motoristas do Brasil (com certa razão, diga-se) essa coisa de dirigir em rua de mão única e ter que virar um quarteirão para pegar a outra mão e ruas preferenciais é algo completamente estranho pra mim. O que custava usarem um pouco de planejamento urbanístico nas cidades...

Em breve, terei internet em casa... :D

quarta-feira, setembro 05, 2007

Turned the Page

OU Je Ne Regrette Rien, para quem sabe francês.

O melhor clipe do Metallica, na fase mais merda deles.

Post Concreto

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
60 pontos de silêncio para os mortos - aos que eu considero mortos.

PS: Odeio concretismo.

terça-feira, agosto 28, 2007

Fim de farra.

Acabei com a opção de anônimos postarem. Meu blog é minha casa, por isso quem manda aqui sou eu. Não gosta do que lê!? Problema seu. E sim, isso é uma solução autoritária. Mas nunca disse que meu blog era uma democracia.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Ao anônimo(a) que está insistindo

O tempo que você leva pra escrever seu comentário é muito maior que o meu para recusá-lo, então não perca seu tempo, pois eu não estou perdendo o meu.

domingo, agosto 26, 2007

Ser solteiro e morar sozinho é:

Ficar bebendo cerveja vendo supercine e tomando banho pra ir dormir às 1am do sábado.

PS: Não tenho que me reconciliar com o meu passado. Ele já passou e eu aprendi com ele. Quem tem que se reconciliar foi quem errou. E eu não errei.

terça-feira, agosto 21, 2007

Sem título

Vocês não sabem a raiva que tenho daquele tipo de gente que fez um monte de merda contigo no passado e depois tem a grande cara de pau de dizer "vamos esquecer o que passou". É como já me disseram: quem dá a porrada se esquece que deu, mas quem apanhou nunca vai se esquecer.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Cantei a bola no dia 07/7...

"Outro fato a se notar é a presença solitária do Júnior Brunelli entre os aliados d'horroriz. E aqui solto uma ótima notícia: o Pedro Passos tá fudido. Como eu disse anteriormente, os dois não se dão, e membros da bancada horrorizista estariam pressionado o representante da cota evangélica na câmara legislativa a absolver o deputado. Agora que horroriz não tem mais o poder que tinha antes, e com essa demonstração pública de apoio pelo Brunelli, quem está com o Peter Steps então?"

É, eu ainda consigo fazer uns prognósticos políticos, modéstia à parte...

Ao anônimo que se meteu por aqui e quem recusei o comentário

Meu blog NÃO É um espaço democrático para que pessoas metam o bedelho no que eu penso, no que eu sinto ou na MINHA VERSÃO DOS FATOS, que é o que realmente importa para MIM. Não acredito em verdades factuais, mas sim em versões dos fatos. Por isso saiba de antemão: faço ouvidos moucos à sua pretensa "verdade objetiva".

quinta-feira, agosto 09, 2007

Rapidinha

- Eu até compraria o acústico da dupla Sandy & Júnior, mas só se tivesse as músicas "Abre a porta Mariquinha" e a do "Power Rangers".

quarta-feira, agosto 08, 2007

Ah, os stakeholders...

Meus patrões se importam comigo, e me pagam até um salário decente, mas parecem não se importar com os stakeholders imediatos, os professores. Estou aguardando desistências de professores que não irão aceitar ganhar, no máximo, R$ 240/mês por três aulas por semana no noturno... e olha que tem professor que vai vir de BH pra cá pra dar aula

terça-feira, agosto 07, 2007

Larry Flint Brasileiro!? Hahaha! - Nota da AOB

Nota da Associação dos Onanistas Brasileiros sobre o fechamento do Bahamas*

Sabia que o dono do Bahamas ia fazer essa comparação. Então vamos lá, vou dizer por que o Oscar Maroni NÃO É o Larry Flint brasileiro.

-Por um acaso ele é dono de alguma revista que nem a Hustler!? Talvez até seja... Desde a internet quase não compro revista de sacanagem (comprei a Playboy da Ana Paula Oliveira, que está ótima). Enfim, o Brasil precisa de revistas pornôs que mostrem a mulher com as pernas tão abertas que dá até pra ver as Trompas de Falópio, ou mesmo fotos de sexo explícito mesmo, como a Hustler faz), e não tenho conhecimento de que exista uma.

-Nos EUA, salvo em Nevada, a prostituição é proibida. No Brasil, ela está em um vácuo legal (a prostituição em si NÃO é proibida - leiam o código penal do artigo 227 ao 232 - o que não pode é explora-la), estando sujeita a ataques moralistas dos governantes de ocasião. E até onde eu saiba, o Larry Flint não é dono de zona em Las Vegas...

-Sim, eu acredito que o Pardini não é cafetão (rufianismo sim é crime previsto no Código Penal). Ele não fica com o dinheiro que as putas ganham no serviço, o que seria sim, crime. Mas o Larry Flint não seria tão BURRO de construir um hotel com altura irregular bem na linha de Congonhas. Porque o Flint tem espírito público, ao contrário do Pardini.

Política e putaria têm a lógica da mulher de César: não basta ser honesto, tem que parecer também.

sábado, julho 28, 2007

Marchas e paradas //s

Hoje tem marcha dos evangélicos em Betim. Amanhã vai ter parada gay em Betim. Pelo que entendi no jornal local O Tempo Betim (típico jornal de interior, apesar de ser uma sucursal de O Tempo, um dos principais de MG), a parada das bibas é patrocinada pela prefeitura (tucana). Isso mostra o quanto o Olavo de Carvalho está certo em relação à letargia da população conservadora do Brasil: enquanto sua agenda política ficar a reboque da agenda liberal não terá futuro mesmo.

quinta-feira, julho 26, 2007

No outro lado do RH

Nessas duas semanas estive fazendo entrevista para professores de pré-vestibular aqui em Betim. Eu e os meus capos. E aprendi algumas coisas interessantes para quando fizer entrevista em micro/pequena empresa:

1)Chegue pontualmente, mas não espere ser chamado na hora;

2)Não leve o filho (ainda não é o meu caso) para a entrevista - aconteceu isso aqui, o cara teve a joselitice de subir com o moleque pra entrevista e o moleque teve a joselitice maior ainda de falar pro pai "não, eu espero aqui" NA PORTA DA SALA!!! Rodou...;

3)Se você tiver uma mínima capacitação para o cargo, mas estiver buscando um cargo menor (e que não foi mencionado no anúncio de emprego), só chamarão você para o primeiro cargo se você mostrar muita segurança na entrevista (como aconteceu);

4)O currículo do candidato é importante, mas o fator de desempate é a desenvoltura na entrevista (pessoas com problemas de concatenação, como é o meu caso, sempre são preteridas);

5)A boa aparência é aquela onde não se nota que você está mal-vestido;

6)Caso não seja pedido, NÃO procure emprego na área administrativa (secretaria, recepção, copa), porque esses postos quase sempre são preenchidos pelos donos por empatia ou que prestaram serviços anteriormente.

7)Caso seja pedido para que você faça uma apresentação, ENSAIE ANTES.
7.1)Na hora da apresentação, nunca, NUNCA use muleta (anotações em papel - aliás, poucas pessoas sabem como usar esse recurso). Porque senão chatos que já estudaram oratória (meu caso) notam na hora.
7.2)Nessa apresentação, SEMPRE faça algo mais do que os entrevistadores esperam (duas candidatas pra professor de português nos entregaram uma apostila sobre o tema que pedimos - usos da crase - , o que não tinhamos pedido)

8)Ser BEM capacitado para várias coisas (desde que não muitas), pode ser positivo EM CASO DE FORMAÇÃO DE EQUIPE. Os três professores de inglês testados eram muito bons, mas uma (que é doutoranda) também tem condições de dar aula de literatura portuguesa, então vamos aproveitar o que se saiu melhor na aula e essa para dar literatura.

9)Não ponha no CV nada que seja associado à política. Um professor de história que foi entrevistado botou no CV dele sua experiência em uma associação ligada ao MST.
9.1)Já associações religiosas não têm problema, desde que você não faça pregação no trabalho.

10)Existem dois questionamentos básicos numa entrevista de emprego: "Fale-me sobre você" (seja 100% sincero) e, como última pergunta "você tem algo mais para acrescentar?" (não há nenhum problema em falar "não" - aliás, se você acha que pode falar alguma besteira, ou que já falou no decorrer da entrevista, falar "não" pode ser a melhor resposta)

11)Muito cuidado na hora de perguntar sobre o salário. A fronteira entre a curiosidade e a ganância é muito fina, e se o entrevistador entender como ganância, é quase certo que você não conseguirá o serviço.

Sobre as vaias do Lula (com muito atraso):

Pela esquerda, falam que a vaia foi orquestrada pelo César Maia; pela direita, falam que foi pelo descontentamento com o presidente. Vou pelo meio: foi galhofa pura e simples.

quinta-feira, julho 19, 2007

Monopólio privado é isso aí

"Acabou a festa para os seguranças do Pan, que aproveitavam que era proibido entrar com comida nas instalações esportivas para se alimentar com os pacotes de bolachas barrados. "Posso pegar na volta?", perguntou a torcedora que teve de abandonar seu biscoito de chocolate e a corneta na porta do Riocentro (acima fotografados). "A corneta sim, mas o resto é nosso lanche", decretou o funcionário da organização. Uma decisão judicial em primeira instância libera a partir de hoje a entrada de alimentos, o que contraria a intenção do comitê organizador de que se consuma dos careiros postos do Bob´s (os preços são até 30% mais altos que nas lojas dos shoppings) e da loja de conveniência Tutta L´Ora, que cobra R$ 4 por um copo de água."

Já postei umas duas ou três vezes sobre o que aconteceu no Rock in Rio em relação a não deixarem entrar com água. A sorte do Nuzman, do Bob's e dessa tal Tutta L'Ora (de outra tal de Rede Forza) é que eu não estou assistindo pessoalmente os jogos do Pan (na verdade, até agora não vi nenhuma das medalhas de ouro que ganhamos), senão eu passaria a boicotá-los com a mesma força com que boicoto a Schincariol depois do patrocínio deles no RIR III.

PS1: Pelo monopólio privado, a inflação entre janeiro de 2001 e julho de 2007 seria de 33,33%. O preço de 250ml da pichulinha de água da Schin era R$ 3 em 2001.

PS2: Não custa nada lembrar: os jogos Panamericanos são extremamente enganosos em relação aos nossos resultados. Na ginástica artística, em que se pese a presença do time A norte-americano (aquela que ganhou o ouro no solo é um pitéuzinho), não tem a Rússia, a Romênia, o Japão e a China (esses dois últimos são fortíssimos no masculino). Na natação, estamos competindo com o time B dos Estados Unidos, e com a ausência da Austrália (talvez o Tiago ganhe alguma coisa em Pequim, mas não ponho a minha mão no fogo por ele não) No judô, o Japão tá fora. No basquete masculino, somos bicampeões panamericanos, mas não vamos há oito anos pras olimpíadas. E finalmente, no atletismo, estamos competindo também com a equipe B dos EUA, sem contar a ausência dos quenianos e etíopes nas corridas de longa distância e da África Ocidental para as de curta distância, além dos europeus para as modalidades que não envolvem corridas. Para não falar que somos uma porcaria no levantamento de peso (esporte que pode dar duas medalhas de ouro na mesma prova), esgrima, luta (com tanto lutador bom em jiu-jitsu que temos será que não tem um -UM!- que não se interesse por luta livre ou greco-romana!? -será o collant?), boxe (os cubanos ganham geralmente 11 ou 12 das 15 categorias no Pan e em 5 nas olimpíadas) e pólo aquático.

sexta-feira, julho 13, 2007

III Guerra Mundial - Previsões

Aprendi na copa que as previsões se concluem na medida em que são feitas da forma mais genérica possível. Então vamos lá:

Previsão (o provável):
"A terceira guerra mundial, que começará em breve, envolverá o Oriente Médio e a América do Sul"


Pensamento (o diabo dos detalhes) :
O Iraque virará terra de ninguém, a Turquia o invadirá pelo norte para conter os curdos, e o Irã invadirá o sul para proteger os xiitas. Dependendo, o Irã usará armas químicas e/ou nucleares, e se assanhará em atacar Israel. Assim, todo o Ocidente lutará no deserto.

Já na América do Sul, os prazos talvez não sejam coincidentes, mas começará pelo Chávez. Se ele estiver por cima, ele pode resolver invadir a Colômbia para "impedir o terrorismo do governo lacaio dos americanos para com as FARC, ELN et caterva". Se ele estiver por baixo, dará uma de Argentina e invadirá a Guiana para recuperar 2/3 daquele país que a Inglaterra conquistou no muque (perdemos um pouco de Roraima para a Guiana também, mas convenhamos: quem se importa com um nasgo de mata perdida?). Falei na Inglaterra? Pois é, como a Guiana faz parte da Commonwealth, a Inglaterra, assim como o Canadá e a Austrália vão contra-atacar (teoricamente todos os países filiados à ONU deveriam fazer isso, mas o Brasil fará ouvidos moucos nessa), com o apoio logístico dos Estados Unidos.

Dependendo das circunstâncias, finalmente acontecerá a guerra civil na Bolívia, com o povo do planalto (cambas) querendo se separar do povo das montanhas (collas). Se isso acontecer, quero ser o Abreu e Lima dos cambas. Ainda pelas circunstâncias na América do Sul, pode ser que o Brasil finalmente se engajará em uma guerra, desde a II. Quem quer defender as fronteiras do Norte e Centro-Oeste aqui?

quarta-feira, julho 11, 2007

Sobre Belo Horizonte 1 - a Afonso Pena

Como eu disse, passei o fim de semana em Belo Horizonte (e terça-feira também - o épico para passar pela burocracia para alugar um apartamento vale outro post). Já tinha ido inúmeras vezes à cidade, já que a minha família paterna é de Lavras, no sul de Minas.

A cidade é dividida, se bem me lembro, em 8 regiões. O centro dela é a parte planejada da cidade. Cortado pela Av. Afonso Pena e circunscrito pela Av. do Contorno. A Afonso Pena tem uns 3km de extensão, começando da rodoviária (metropolitana e interestadual) e terminando na Praça da Bandeira.

Quando você chega da rodoviária, se não contratar um carregador a R$1 a bagagem, você sobe as escadas (não existem escadas rolantes, o que faz com que a rodox de BH seja a segunda pior do país, só perdendo de goleada para a de Brasília), passa pelo estacionamento e chega a uma pracinha que delimita o retorno da Afonso Pena. Essa praça possui um monumento modernoso simplesmente horrível (num dos muitos monumentos ao desgosto que existem pelas cidades do Brasil varonil). Ali ficam uns mendigos e os chamadores de vans piratas para Governador Valadares, Ipatinga, Nova Lima, etc. Indo reto, você finalmente chega na principal avenida de BH.

O centro de BH é a única parte planejada da cidade. Aliás, não sei se vocês sabem, mas Belo Horizonte, assim como Goiânia, Brasília e Palmas, é uma cidade planejada. Porém, como BH foi a primeira delas (tem menos de 110 anos, acho) não se preocuparam em planejar a expansão da cidade. Vejam com seus próprios olhos no Google Earth: tirando o centro, BH é tão caótica quanto qualquer cidade brasileira (menos Brasília, onde mesmo as satélites são - muito mal - urbanizadas).

Andando pela Afonso Pena tem-se a sensação de se estar no centro do Rio de Janeiro. Não me perguntem o porquê disso. Talvez seja a calçada em mosaico... é, acho que é isso. Algumas até têm um formato em miniatura do que existe em Copacabana.

Que mais... Bom, tem a Praça Sete de Setembro (ou Praça Sete apenas), a principal da cidade, onde os cruzeirenses e atleticanos comemoram os campeonatos (e aí Belo Horizonte lembra Buenos Aires, porque também um Obelisco, embora muito menor do que o bonairense), o Shopping Cidade lá pela Av/Rua dos Tupis (ou na Av. São Paulo, não decorei ainda), um shopping com o mínimo necessário (tem até Giraffa's! :D) mas sem cinema.

Já os prédios estão mais para o Setor Comercial Sul de Brasília: aquele estilo modernoso entre os anos 50 e 70 que realmente não me agradam. Sem contar que, pela poluição, eles parecem mais sujos. O centro de BH tem um quê de sujeira que exerce uma estranha sensação de conforto para pessoas que já conheceram o exterior, como é o meu caso. Aliás, o não-urbanismo brasileiro (uma das grandes contribuições de Portugal para nós - basta olharem qualquer cidade da América Hispânica no Google Earth) traz consigo um calor humano único na Terra. Mas pra fazer sistema de transporte coletivo é uma merda.

sábado, julho 07, 2007

Sábado em Brasília, sábado em BH

Estou em BH hospedado na casa de um parente meu que será meu fiador do apartamento. Se tudo der certo já me mudo para ele na segunda mesmo. Ou então ainda na semana que vem mesmo.

Mas voltemos para a capital. Que coisa... horroriz conseguiu arranjar uma claque SÓ de 200 pessoas? Num sábado!? Ah, Arruda, faça um governo decente (não pro povo do Plano, mas pro povão mesmo, de fazer aquelas caminhadas com a sovaqueira indo até o fim da manga), pelamordedeus! Olha a oprtunidade que você tá perdendo...

Outro fato a se notar é a presença solitária do Júnior Brunelli entre os aliados d'horroriz. E aqui solto uma ótima notícia: o Pedro Passos tá fudido. Como eu disse anteriormente, os dois não se dão, e membros da bancada horrorizista estariam pressionado o representante da cota evangélica na câmara legislativa a absolver o deputado. Agora que horroriz não tem mais o poder que tinha antes, e com essa demonstração pública de apoio pelo Brunelli, quem está com o Peter Steps então?

Essas coisas acontecem só quando estou fora de Brasília...

PS: Parece que o Arruda vai dar um laptop para cada professor do GDF. Não se tratando de 'promessa de político', tipo a que a Maria de Lourdes, Avadia, mencionou na época da campanha eleitoral em implementar wireless em TODO o DF, seria um bom subterfúgio (sic?) para não dar aumento. Vejamos: provavelmente vai ser um laptop tabajara na faixa de R$2000. Multiplica por uns 30.000 professores vai dar uns R$60 milhões. O GDF divide a conta com a CTIS por uns 12 meses sem juros ele pagaria uns R$6 milhões por mês. Entenderam a lógica do superfaturamento? :D

quinta-feira, julho 05, 2007

Novo apelido do Gim '375 dentes' Argello

Ricardo III do Cerrado.

Desagravo

Ao Prof. Kramer, (que tem 100% do meu apoio no affair UnB)
Ao Rafael "bomba" Mesquita,
Ao Ronaldo da banca,
Ao Felipe que trabalha na embaixada da Coréia do Sul,
À uma loira goiana que estudava direito no IESB,
À Cíntia amiga da minha irmã,
Ao meu tio Roberto,
Ao Ari Cunha do Correio Braziliense,
Ao Gilberto Amaral,
Aos pais da Michelle,
Ao Nelson Piquet,
À Carmem de Oliveira,
Ao Jornal da Comunidade e todo o grupo Comunidade,
Ao DF Notícias,
À Tribuna do Brasil,
Ao Jornal de Brasília,
À filial do Jornal do Brasil,
A todos os crentes (e alguns católicos) que pediram votos para horroriz e identificavam seus adversários como sendo representantes do demônio,
A todo o Judiciário do DF que é subordinado a'horroriz,
Aos mulambentos rorizistas da Estrutural, Samambaia, Itapuã, Varjão, Paranoá, Candangolândia, São Sebastião e Santa Maria,
à Maria de Lourdes, a Vadia,
Ao Luiz Estevão (até 2014...),
A todos os ex-funcionários do Instituto Candango de Solidariedade,
A todos os grileiros do DF,
A todas as pessoas que apoiavam horroriz porque tinham (têm) rabo preso com ele,
A todos os políticos rorizistas
Enfim, a todos os que o elegeram para qualquer coisa nessa vida:

SE FUDERAM, CAMBADA DE FILHOS DA PUTA!!! TOMARAM NO CU!!! HAHAHA!!! ONDE ESTÃO VOCÊS AGORA, HEIN!? QUERO SABER SE VOCÊS TERÃO VERGONHA NA CARA DE VOTAREM NELE DE NOVO EM 2010...

3 anos e pouco de felicidades para mim

Sinceramente, salvo se minha mãe e irmã não morrerem no caminho Brasília-Betim (ou na volta), ou mesmo se eu for assassinado/ficar para/tetraplégico por aqui, esse foi o melhor período de inferno astral da minha vida! Eu tive o enorme prazer de ver horroriz pedir para cagar e sair do Senado. E a diarréia moral dessa vez foi tão braba que ele nem pôde sair do banheiro para pedir licença: teve que pedir para um Mão Santa ler o pedido dele, enquanto a sua outra mão devia estar com aquele polegar torto (reparem, reparem...) enfiado no cu! Ah, felicidade...

Serão três anos para que o Arruda consiga poder e consenso o bastante para representar o que foi a vitória do Franco Montoro para o governo em São Paulo: o início do definhamento do poder do Maluf. Tá, o Arruda nem chega aos pés do Montoro eticamente, mas é o que temos. Que todo o lumpesinato rorizista e os setores conservadores do DF 'arrudeiem', e que em 2010, caso horroriz se candidate, ELE que se torne a 'terceira via' que um dia foi o Arruda, e que até esse possa reeleger-se com o apoio daquele, mas que AQUELE seja a parte fraca. Só então sentenciarem que a política do DF evoluiu.

Enquanto isso desfrutarei das delícias nesses três anos vindouros...

E eu pensava que era maniqueísta...

Hoje eu era para estar comemorando radiante a renúncia d'horroriz, mas soube que o Paulo Kramer (rorizista roxo, o único com quem tenho saco para conviver), professor de ciência política da UnB e um dos participantes da minha banca de mestrado foi condenado por 'racismo' na UnB. Mundo de merda esse...

Aguardem o meu desabafo para horroriz...

quarta-feira, julho 04, 2007

O primeiro que passe o poste! (2)

Só para dar uma idéia de como que a coisa do voto distrital puro ficaria interessante: só a cidade de São Paulo teria direito a 32 deputados (vá lá, 32,4), e o Rio de Janeiro, 18 (na verdade, 18,47). Como se dariam as divisões? A princípio, pelas subprefeituras. São Paulo tem 31 (só desmembrar uma pelo critério populacional) e o Rio 19 (funda-se o centro com o centro histórico).

Já a minha Brasília teria reduzida a sua representação em um deputado, de oito pra sete. Eu penso a divisão dos distritos da seguinte maneira:

1- Plano Piloto, Cruzeiro/Sudoeste/Octogonal, Lago Sul e Lago Norte
2- Sobradinho e Planaltina (além dos condomínios)
3- Ceilândia
4- Taguatinga, Guará e Águas Claras
5- Samambaia, Brazilândia, Recanto das Emas e Riacho Fundo
6- Gama e Santa Maria
7- Núcleo Bandeirante, Candangolândia, São Sebastião e Paranoá

O primeiro que passe o poste!

Graças aos céus essa estrovenga da lista fechada não passou pela Câmara. De todas as reformas essa seria a pior mesmo. Aqui vou expor qual seria a minha reforma política:

- Redução do número de deputados para a quantidade de cadeiras que existe na Câmara dos Deputados;
-Redução do número de senadores por estado de três para dois;
-Fim das 'férias escolares' (recesso de julho);
-Fim do décimo quarto e do décimo quinto salário;
-Fim de toda e qualquer nomeação para acessoria parlamentar (os funcionários seriam contratados por concurso em regime especial para quatro e oito anos para trabalharem com os deputados e os senadores, respectivamente)
E a mais importante: adoção do voto distrital PURO (conhecido na gringa como first past the post (gostaram da tradução canhestra que fiz?).

O distrital puro é o que funciona tanto nos EUA quanto na Inglaterra: o país é dividido em vários distritos (counties nos EUA e shires na Inglaterra) e os candidatos a deputados restringem-se a esses distritos, e ganha quem tiver mais votos. A princípio as limitações teria com piso um quociente eleitoral nacional (seriam necessários tantos mil votos para eleger um deputado) OU a eleição de um deputado por mesorregião (ver Ibge). Vejamos quantas mesorregiões têm o Brasil:

Região Norte: 20
Acre: 2
Amazonas: 4
Rondônia: 2
Roraima: 2
Pará: 6
Amapá: 2
Tocantins: 2

Nordeste: 43
Maranhão: 5
Piauí: 4
Ceará: 7
Rio Grande do Norte: 4
Paraíba: 4
Pernambuco: 5
Alagoas: 4
Sergipe: 3
Bahia: 7

Centro-Oeste: 15
Mato Grosso: 5
Mato Grosso do Sul: 4
Goiás: 5
Distrito Federal: 1

Sudeste: 37
Minas Gerais: 12
Espírito Santo: 4
Rio de Janeiro: 6
São Paulo: 15

Sul: 23
Paraná: 10
Santa Catarina: 6
Rio Grande do Sul: 7

Total: 138

Vocês devem estar se perguntando, mas por que o Nordeste tem mais deputados que o Sudeste? Calma... as mesorregiões não têm a mesma população e esse seria o segundo critério para a distribuição de vagas. Na Câmara dos deputados acho que existem umas 250, 260 cadeiras. Então far-se-á o seguinte: pega o quociente eleitoral com esses números (total de eleitores dividido pelo total de cadeiras) e vai em cada mesorregião do Brasil, pega a população dela e compara com esse coeficiente. Se for menor, vai ter apenas um deputado. Se for maior, vai pra disputa das 'sobras' com as outras mesorregiões.

Por exemplo, compara-se a Mesorregião do Vale do Acre, com menos de 500 mil habitantes, número que é menor que o quoeficiente (ou quociente? vivo me embananando, não reparem) eleitoral e compara com a Mesorregião de São Paulo, que pega não só a capital mas Guarulhos e Santos também, que tem 21 milhões de habitantes. Obviamente que essa messoregião terá muito mais representantes que a região do Acre. Na verdade essa deverá ter uns 30 deputados, já que é mais populosa que a Região Norte TODA. E assim acontecerá com Goiás, com Brasília, com Pernambuco, com o Pará, com a Bahia, etc. Até que as vagas sejam distribuídas tanto por mesorregiões quanto por população.

E como que as vagas seriam distribuídas nessas mesorregiões: simples, elas seriam divididas a princípio pelas microrregiões (a Metropolitana de São Paulo possui sete) e nessas seriam ou pela quantidade de cidades ou, no caso da capital, pelas 'nanoregiões' - zona sul, zona oeste, zona leste, etc. Quem delimitaria isso? As mesorregiões e as microrregiões seria o IBGE.

Também haveria um problema das sobras de vagas... pensando bem, isso daria um ótimo artigo científico. Seria uma boa estreia no mundo acadêmico... Não vou escrever mais não, para que não me roubem as idéias :P O nome do artigo será: "A implementação do voto distrital puro no Brasil: um ensaio".

Reclamações de um candango paranóico

Por alguma razão que desconheço, as estatísticas de desemprego que versam sobre as 'sete maiores regiões metropolitanas simplesmente ignoram Brasília. Isso fazia sentindo há uns quinze anos, quando nem se tinha 2 milhões de pessoas lá. Mas já estamos em 2007, a cidade já tá quase nos 2,5 milhões e o DIEESE e IBGE continuam ignorando isso. Se somarmos os 2,36 milhões de Brasília mais a Microrregião goiana do Entorno do DF (1,06 mi) mais Unaí (86 mil) e Buritis (21 mil) em Minas Gerais seriam 3,52 milhões, o suficiente para sermos a 5ª maior região metropolitana, em vias de se passar a de Recife.

segunda-feira, julho 02, 2007

Sobre a renúncia d'horroriz

Dizem agora que horroriz pretende renunciar antes do processo de cassação entrar no Conselho de Ética. Até aí morreu a D. Neves*. Ele faria o que qualquer parlamentar na situação dele faria. Mas a novidade é que seria uma renúncia tanto dele quanto dos suplentes Gim '345 dentes' Argello e Marcos de Almeida Castro - esse nunca ouvi falar. Acontecendo isso, como manda a Constituição, haveria outra eleição para senador - e, a princípio, horroriz voltaria tal como o ACM voltou depois daquele rolo do painel do Senado.

Ah, puta que o pariu! Se o Gim ou o Almeida Castro renunciarem também eles são muito BURROS! Vão perder a oportunidade de ficarem SETE ANOS no Senado!? Talvez até o Gim renunciasse, porque a casa também tá caindo pra ele, mas e esse Castro? Imaginem na hora, quando horroriz e o Gim renunciarem: o que impediria que esse Castro dissesse 'ah, mudei de idéia, quero ficar no cargo!"? Rigorosamente nada, pois nem horroriz nem ninguém nada poderia fazer a respeito - salvo se horroriz souber algo inconfessável desse Castro... Um cara que nunca foi eleito pra nada (vice-prefeito de Goiânia e candidato derrotado a deputado federal) vai perder uma oportunidade de ouro dessas?

Outra coisa: estão dizendo também que foi o Gim quem falou com o jornalista da veja (ver abaixo). É uma terceira hipótese que não previ antes, porque isso é um golpe baixíssimo se for verdade. Ainda nessa hipótese, a renúncia coletiva é mais absurda ainda. Quer dizer que horroriz daria um cheque em branco para uma pessoa que o apunhalou pelas costas desse jeito!? Ah, vá...

É mais provável que horroriz renuncie sim, a senador (se ele for cassado só poderá voltar a se candidatar em 2022, com mais de 80 anos) e se candidate em 2010, seja pra governador (vai depender de como o Arruda se relacionará com ele nesses 3 anos vindouros), seja para senador. Agora esse mandato está praticamente perdido pra ele.

*Procurem no eMule o episódio do Chapolin das venuzianas e vejam as pernocas que a Maria Antonieta de las Nieves tinha...

sábado, junho 30, 2007

Essas coisas só acontecem quando estou fora de Brasília... :S

Desde 2002 eu tinha certeza absoluta que o judiciário do DF comia nas mãos do roriz. Depoimentos dos juízes do TRE-DF, algumas direitos de resposta absurdos consguidos pela coligação do PMDB (do tipo, 'roriz, ao contrário do que a coligação do PT disse, deu o reajuste de 28% aos funcionários do GDF') e a histórica censura ao Correio Braziliense na época - hoje o Correio (e TODOS do grupo Associados) não servem nem pra forrar gaiola de passarinho. Tive que ser obrigado a discutir civilizadamente com certos acólitos rorizistas, sempre falando que ele era absolvido porque o judiciário distrital comia na mão do atual senador (gasp).

Pois bem, hoje, na Veja (que é uma ótima revista quando se trata de jornalismo investigativo, de crítica de cinema, páginas amarelas e de Diogo Mainardi) sai uma reportagem bomba sobre o destino da diferença de R$ 1,9 mi que o Dom Constantino (pai do dono da Gol) deu pro roriz: para MOLHAR A MÃO DO TRE-DF!!!

Aqui vai a reportagem na íntegra, que está aberta no site da Veja, e depois eu volto:

"O dinheiro era para subornar

Joaquim Roriz usou dinheiro de Nenê Constantino para pagar propina a juízes

O senador Joaquim Roriz, flagrado em uma conversa telefônica combinando a partilha de 2,2 milhões de reais, finalmente subiu à tribuna para explicar-se na semana passada. Com um discurso pronunciado à semelhança de Odorico Paraguaçu, o inesquecível personagem de folhetim que encarnava o aspecto folclórico da política, Joaquim Roriz repetiu o que dissera antes – só que, da tribuna, adicionou algumas lágrimas e muita retórica. "Quem em sua vida nunca pediu um empréstimo a um amigo?", disse. "Será que um senador não poderia pedir um empréstimo a um amigo de longa data?", repetiu. "Imaginem se pedir dinheiro emprestado é falta de decoro. Meu Deus! A que ponto chegamos?" No discurso, Roriz disse que pediu 300.000 reais ao seu amigo e empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas, para pagar uma bezerra. Constantino entregou um cheque de 2,2 milhões, Roriz sacou o dinheiro, reteve 300.000 reais e devolveu o restante, 1,9 milhão, ao empresário. A novidade é que, se parte do dinheiro foi mesmo usada para pagar uma bezerra, outra parte teve destino explosivo – serviu para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral que livraram Roriz de cassação em 2006.

Na semana passada, VEJA conversou com um político que priva da intimidade do senador e que ouviu a confissão do pagamento da propina do próprio senador – e não de terceiros. Ele conta que, no começo de fevereiro passado, Joaquim Roriz recebeu seu suplente, o ex-deputado distrital Gim Argello, em sua casa. Conversaram sobre os boatos de que a decisão pró-Roriz do TRE teria sido comprada. A certa altura, travou-se o seguinte diálogo:

Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?

Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois.

Conforme o relato do político que detalhou o assunto a VEJA sob a condição de manter-se anônimo, "comprar dois" significa subornar dois juízes do TRE. Na mesma conversa, Roriz lembrou ao interlocutor que o mandato de senador também lhe pertencia. "O mandato também é seu, você precisa me ajudar", apelou. "Tem de levantar 1,2 milhão", detalhou. Roriz não explicou se 1,2 milhão de reais era o valor total da propina dos dois juízes ou se era a parte que faltava pagar. A solução não demorou a surgir. No dia 13 de março, conforme aparece no diálogo telefônico capturado pela polícia, Roriz descontou o cheque de 2,2 milhões de Nenê Constantino e, sabe-se agora, repassou pelo menos 1,2 milhão aos juízes subornados. Isso explica por que, na conversa grampeada, Roriz se recusa a receber o dinheiro em sua própria casa, num carro-forte, e explica que a partilha dos recursos envolve outras pessoas. "O dinheiro é de muita gente", diz ele.

O caso que livrou Roriz da cassação foi julgado em 23 de outubro, mas começou no dia 19 de setembro, quando o Ministério Público o acusou de uso político da máquina pública do governo do Distrito Federal. Na época, Roriz deixara o cargo de governador para concorrer ao Senado, e a estatal de abastecimento de água, a Caesb, mudara em propagandas seu número de atendimento telefônico de 115 para 151 – número de Roriz nas urnas. O placar do julgamento no TRE estava em 3 a 2 contra Roriz. Um juiz pediu vistas e, dias depois, quando a sessão foi retomada, votou a favor de Roriz, cravando um empate em 3 a 3. Antes que o presidente do tribunal desse seu voto de Minerva, um dos juízes que votaram contra Roriz subitamente mudou de idéia. Com isso, Roriz livrou-se da cassação por 4 a 2. A virada no placar teria custado pelo menos 1,2 milhão de reais. Procurado por VEJA, o suplente Gim Argello confirmou o encontro com Roriz, mas disse que não faria comentários a respeito de pagamento de propina.

Na versão oficial de Roriz, a sobra de 1,9 milhão não virou propina para ninguém. Foi devolvida ao empresário Nenê Constantino. VEJA perguntou ao empresário o que ele fez com o 1,9 milhão de reais, mas o empresário não respondeu. Roriz, por sua vez, alega que os 300 000 reais foram usados para pagar uma bezerra, de 271 000 reais, e a sobra de 29 000 reais foi emprestada a Benjamin Roriz, seu primo, que estava com problemas de saúde na família. O problema de Roriz é que a nota fiscal que supostamente comprova o pagamento de 271.000 pela bezerra está crivada de mistérios. A nota foi emitida no dia 1º de março, o bicho foi entregue no dia 3 e o pagamento foi feito apenas no dia 14. Por que alguém entrega a mercadoria e a nota antes de receber o dinheiro? Além disso, a nota informa a venda de "04" animais, mas na versão de Roriz foi apenas uma bezerra.

Mais: na nota consta o pagamento de 532.000 reais, mas Roriz diz que obteve um desconto de 50%. O vendedor confirma. "Ele chorou muito e eu dei o desconto de 50%", diz o pecuarista Márcio Serva. Mas fica a pergunta: por que o vendedor faz uma nota com um valor superior ao real? Para pagar mais imposto? Márcio Serva não soube explicar. Por fim, a nota fiscal distribuída à imprensa vem com um cabeçalho de fax em que se lê a data de 30 de maio de 2005. Com base nessas informações, deduz-se que nessa data a nota foi enviada da empresa de Roriz para algum outro lugar – o que sugere que a nota, apresentada como sendo de agora, é muito mais antiga. Isso é fraude. Os assessores de Roriz dizem que o fax estava com defeito e informava data e hora incorretas. Apesar do acúmulo de inconsistências a respeito da nota fiscal, ainda assim não há evidência concreta de que o negócio de 271.000 reais não tenha sido feito. O que parece certo é que a parte do leão do dinheiro, o 1,9 milhão de reais restantes, não foi para as mãos do empresário Nenê Constantino, mas acabou azeitando o propinoduto de Roriz. Haverá mais lágrimas e mais retórica."

Cá estou.

Bom, a reportagem em si a princípio é frágil, já que apóia-se em apenas em um depoimento de um político apenas (desconfio que seja alguém ligado ou ao Pedro Passos ou ao Júnior Brunelli, ambos distritais, ambos do PMDB e ambos inimigos entre si - o Pedro Passos, vocês conhecem, poderia ter dado esse depoimento como possível vendetta pelo senador não estar apoiando-lhe; e o Brunelli, quem está julgando o caso do Peter Steps no Conselho de Ética na Câmara Legislativa, já deu a entender que está sofrendo pressões de aliados para absolvê-lo, e pode ter sacaneado com horroriz nessa), e em um processo criminal isso não é nada. MAS, o Ministério Público de lá, se tiver sido esperto, pode ter conseguido investigar sinais externos de riqueza 'expontânea' dos meretríssimos. Se teve essa sorte (já que a quebra de sigilo é uma decisão judicial, e duvido muito da capacidade dos vigilantes vigiarem-se), o roriz tá fudido. E outra coisa: processo político é diferente do processo jurídico...


Eu ainda sambarei em cima da lápide dele, entre outros...

Aos leitores:

Desculpa no momento eu não poder responder a todos como merecem, mas é que ainda estou em condições precárias em Betim. Meu ambiente de 'trabalho' (ainda não estou com a carteira assinada mas a coisa tá prosseguindo) é um pc numa mesa de bar de plástico com propaganda da Skol em uma recepção vazia... E ainda por cima o pc é em Linux! Tentem ler algo em romeno e vocês vão sentir o meu drama de ser um 'fluente' apenas em Windows...

PS: Ao que mencionou o Viciado Carioca: que fim levou ele? O blog saiu do ar... :S

quinta-feira, junho 28, 2007

Entrevista de Bruno Tolentino à Veja em 1996

Aqui vai a entrevista citada no post anterior, copiada integralmente do blog do Reinaldo Azevedo. Me pegou de surpresa o fato dele citar o Mainardi já naquela época. Eu pensava que ele tinha iniciado sua carreira de polemista só em 1999, mais ou menos...

Eu tenho a impressão de que, se eu ler uma obra desse cara, ou não vou entender as nuances (o mais provável) ou eu vou finalmente entender o porquê dos gênios serem sempre mal-compreendidos quando vivos.

"Por Geraldo Mayrink
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino, menino carioca de família aristocrática, gosta de dizer que é de um tempo em que rico não roubava. O avô foi conselheiro do Império e fundador da Caixa Econômica Federal e seus tios eram intelectuais, como os escritores Lúcia Miguel Pereira e Otávio Tarquinio dos Santos, além dos primos Barbara Heliodora, a crítica teatral, e Antonio Candido, o crítico literário. Ainda era analfabeto em português quando duas preceptoras, mlle. Bouriau e mrs. Morrison, o ensinaram a conversar em francês e inglês dentro de casa. Tolentino saiu do Brasil em 1964 e, no estrangeiro, ocupou-se de árvores genealógicas de origem erudita. Orgulha-se de ter filhos com mulheres descendentes do filósofo Bertrand Russell e do poeta Rainer Maria Rilke. O mais novo, Rafael, de 8 anos, nascido em Oxford, Inglaterra, onde o pai ensinou literatura durante onze anos, é filho da francesa Martine, neta do poeta René Chair. Bruno publicou livros de poesia em inglês e francês. Em 1994, lançou no Brasil As Horas de Katharina, e no fim do ano passado mais dois, Os Deuses de Hoje e Os Sapos de Ontem — todos ignorados pela crítica, pelo público e pelos curiosos.
Aos 56 anos, já de volta ao Brasil, Tolentino tem feito força para tornar-se herdeiro do embaixador João Guilherme Merchior, intelectual de boa formação e polemista musculoso. Tem conseguido aparecer. Brigou com os poetas concretos, depois com o que considera máquina de propaganda de Caetano Veloso e sua turma. Em seguida, com os críticos literários e os filósofos, elevando ainda mais o tom numa entrevista publicada por O Globo, duas semanas atrás. Fora do país, Tolentino ensinou em Oxford, Essex e Bristol e trabalhou com o grande poeta inglês W.H. Auden. Conheceu celebridades como Samuel Beckett e Giuseppe Ungaretti. Horrorizado com a possibilidade de ver o filho mais novo crescendo em escolas que ensinam as obras de letristas da MPB ao lado de Machado de Assis, abriu fogo contra o que considera o lado ruim de sua pátria, como explica em sua entrevista a VEJA:
VEJA — Por que tantas brigas ao mesmo tempo?
TOLENTINO — Para ver se o pessoal cai em si e muda de mentalidade. O Brasil é um país vital que está caindo aos pedaços. Não quero sair outra vez da minha terra, mas não posso ficar aqui sem minha família, que está na França. Não posso educar filho em escola daqui.

VEJA — Por que não?
TOLENTINO — Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e sobreviveu, ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô, causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer a matrícula tem uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino seria levado a acreditar que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu cérebro tem três partes. Mas não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.

VEJA — Qual o problema?
TOLENTINO — Minha mulher já havia se conformado com os seqüestros e balas perdidas do Rio, mas ficou indignada e espantada pelo fato de se seqüestrar o miolo de uma criança na sala de aula. Se fosse estudar no Liceu Condorcet, em Paris, jamais seria confundido sobre os valores do poeta Paul Valéry e do roqueiro Johnny Hallyday, por exemplo. Uma vez entortado o pepino, não se desentorta mais. Jamais educaria um filho meu numa escola ou universidade brasileira.

VEJA — Não é levar Caetano Veloso a sério demais? Ele não é só um tema de currículo, entre tantos outros?
TOLENTINO — Não. Ele está também virando tese de professores universitários. Tenho aqui um livro, Esse Cara, sobre Caetano, uma espécie de guia para mongolóides, e a mesma editora desse livro me pede para escrever um outro, sob o título Caetano Se Engana. É preciso botar os pingos nos is. Cada macaco no seu galho, e o galho de Caetano é o show biz. Por mais poético que seja, é entretenimento. E entretenimento não é cultura.

VEJA — O que você tem contra a música popular?
TOLENTINO — Se fizerem um show com todas as músicas de Noel Rosa, Tom Jobim ou Ary Barroso, eu vou e assisto dez vezes. Mas saio de lá sem achar que passei a tarde numa biblioteca. Não se trata de cultura e muito menos de alta cultura. Gosto da música popular brasileira e também da de outros países, mas a música popular não se confunde com a erudita. Então, como é que letra de música vai se confundir com poesia?

VEJA — O senhor não está ressentido por ele ter assinado um manifesto contra um artigo seu sobre uma tradução do poeta Augusto de Campos? No fundo, parece que o senhor está querendo aparecer à custa deles.
TOLENTINO — Não tenho ressentimento nem ciúme. Nem tenho nada contra quem assina manifesto. Se você vê um amigo seu brigando na rua, o mínimo que pode fazer é ir lá apartar. Foi o que ele fez no caso do Augusto de Campos. Só que assinou um cheque em branco. A princípio, achei que ele tinha entrado de gaiato, e lhe dei o benefício da dúvida, sobre uma questão muito delicada de tradução e de cultura que ele não está capacitado para julgar. Nem ele nem Gal Costa. Que intelectuais são esses? Se os irmãos Campos não sabem inglês, imagine eles.

VEJA — Os poetas e tradutores Augusto e Haroldo de Campos não sabem inglês?
TOLENTINO — Não sabem inglês, nem alemão nem grego. Por exemplo, traduziram Rainer Maria Rilke e criaram a frase "ele tem um pássaro", que é literal, mas que, em alemão, quer dizer que alguém tem uma telha a menos, é meio doido. São péssimos poetas e péssimos escritores. Não sabem absolutamente nada do que alardeiam saber.

VEJA — Por que só o senhor, e não outros críticos, diz essas coisas?
TOLENTINO — Na República das Letras, ainda estamos à espera das diretas-já. A usurpação do poder legal por vinte anos deixou-nos seus legados nas patotas literárias que desde então controlam a entrada em circulação, ou a exclusão pelo silêncio, de livros, autores, obras inteiras. Nas redações dos jornais como nas universidades, prevalece a censura, e o único critério para sancionar uma obra parece ser o bom comportamento do neófito, sua genuflexão aos ícones da hora. Nossa crítica suicidou-se, matando o diálogo, o debate e a polêmica. Mascarados de universitários, esses anõezinhos conseguem dar a impressão de que a inteligência nacional encolheu, de que, em Lilliput, só se sabe da cintura para baixo. Quem já ouviu falar de Alberto Cunha Melo, que vive escondido no Recife, e é nosso maior poeta desde João Cabral? São dele estas palavras: "Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem". Mas José Miguel Wisnik ora é crítico, ora é letrista e compositor, portanto é catedrático. Os violeiros empoleiraram-se nas cátedras, e Fernando Pessoa virou afluente da MPB. Não é à toa que até em Portugal os brasileiros viraram piada. Ouvi uma que provocava gargalhada logo à primeira frase: "Um intelectual brasileiro ia começar a ler Camões quando a banda passou e..." É preciso perguntar dia e noite: por que Chico, Caetano e Benjor no lugar de Bandeira, Adélia Prado e Ferreira Gullar?

VEJA — Por que o senhor acha os críticos brasileiros ruins?
TOLENTINO — O que os críticos disseram sobre meus trinta anos de poesia? Só, desonestamente, que minha poesia é arcaizante e não suficientemente progressista. Que eu, o escritor Diogo Mainardi e — como é mesmo o nome do marido da Fernandinha Torres? — o diretor Gerald Thomas somos figurinhas carimbadas porque somos amigos de gente famosa. Quer dizer, chamam a atenção para a pessoa e não para a obra. E toda pessoa é discutível. Eu sou meio apalhaçado mesmo. A minha biografia é interessante, meio cinematográfica, e assim é como se eu não tivesse escrito nada. Uma espécie de Ibrahim Sued das letras.

VEJA — Mas o que aconteceu com os críticos para que se tornassem tão incapazes, na sua opinião?
TOLENTINO — A crítica brasileira não existe mais. Cometeu um haraquiri muito bem pago. Trocou sua independência por cátedras e verbas. É uma gente venal, vendida, que controla as nomeações para as cátedras, bolsas e verbas. Vão se meter com um maluco como eu? Todos, de Roberto Schwarz a David Arrigucci, foram formados pelo meu primo Antonio Candido, que é um geriatra nato.

VEJA — Caramba... Não sobra nenhum crítico brasileiro?
TOLENTINO — Sobra, evidentemente, Wilson Martins, que não tem lá muito gosto poético, mas enfim...

VEJA — O senhor também não sobra?
TOLENTINO — Em vários sentidos. Não tenho onde escrever. Sou herdeiro, e me considero assim, da combatividade crítica de José Guilherme Merquior. Crescemos e fomos amigos juntos, tínhamos idéias convergentes embora nem sempre coincidentes. Quando ele morreu, em 1991, houve um grande suspiro de alívio entre nossos críticos e poetômanos. Infelizmente, ele era embaixador. Eu não sou embaixador de nada. Essa gente está morta de medo de que eu venha a ter uma tribuna. Não me importa ser celebrado lá fora. Não faço falta lá, há muitos outros como eu. Aqui, com esta independência, cultura, erudição e combatividade, não tem outro que nem eu.

VEJA — Sem embaixada, o senhor vai ser só poeta?
TOLENTINO — Minha obra poética está basicamente terminada. Escrevi poesia por mais de trinta anos e não conheço nenhum outro poeta, além de Manuel Bandeira, que tenha conseguido escrever bem além dessa média. A partir daí, decai. Estou transferindo o meu esforço para o ensaio. Falar, por exemplo, dos males que a ditadura causou ao país me parece cada vez mais um sintoma do que uma causa. É um sintoma do Febeapá, vem no bojo dele. A imbecilidade já crescia. A ditadura simplesmente institucionalizou a falta de respeito pela realidade, pelo próximo, pela legalidade. A verdade foi substituída pela verossimilhança, a literatura, pela imitação da literatura.

VEJA — O senhor poderia dar exemplos disso?
TOLENTINO — Foi Wilson Martins quem levantou essa idéia, ao dizer que as obras de Chico Buarque e Jô Soares eram imitações da literatura. Auden, o Drummond lá dos ingleses, também dizia algo parecido. A gente lia um cara e concluía que ele era muito ruim. Auden discordava, dizendo que ele era muito bom. "Faz a melhor imitação de poesia que já li", dizia. Parecia piada, mas não era.

VEJA — O senhor acha que a imitação é ruim?
TOLENTINO — A imitação da literatura se dá quando se fecha no círculo de ferro na modernidade. Ela obriga o leitor a seguir moda, busca efeito imediato, como se tudo começasse por você, naquele momento. A verdadeira literatura está sempre acuando tudo que a precedeu. Quincas Borba, de Machado, contém toda a novelística russa, e também Balzac. Wilson mostrou com muita acuidade e mordacidade que os romances de Chico são uma reedição do nouveau roman, que já morreu. Agora morreu a última representante dele, Marguerite Duras. Conheci toda aquela gente do nouveau roman, Alain Robbe-Grillet, Michel Butor, e saí correndo. Chato existe em todo lugar, não só no Brasil. Mas Wilson foi injusto com a imitação do Jô. É uma coisa que não pretende ser mais do que aquilo mesmo, divertir.

VEJA — Por que o senhor não vai ensinar o que sabe nas universidades?
TOLENTINO — Só entro numa universidade disfarçado de cachorro ou levado por uma escolta de estudantes. Sou um vira-lata muito barulhento. Não vão me convidar para nada porque eu quero acabar com os empregos e mordomias deles. Quero que eles passem por todos os exames de Oxford para ver se sabem mesmo alguma coisa.

VEJA — Então as universidades não servem para nada?
TOLENTINO — A escola pública desapareceu. A fórmula de sobrevivência do país é a trilogia emprego público, de preferência com aposentadoria acumulada, condomínio fechado e plano de saúde. Esse é o apartheid construído por uma elite analfabeta e totalmente irresponsável que entregou nossa cultura. Nem estou falando da nossa classe média, que tem dinheiro para gastar em boates e shows e sair de lá gargarejando cultura.

VEJA — O senhor tem acompanhado a produção intelectual das universidades brasileiras?
TOLENTINO — O departamento de filosofia da Universidade de São Paulo nunca produziu filosofia nenhuma, não por inépcia ou preguiça, mas por um estranho espírito de renúncia parecido ao espírito de porco. Cultivavam a crença de que só poderia nascer uma filosofia no Brasil "ao término de um infindável aprendizado de técnicas intelectuais criteriosamente importadas", como diz um professor de lá. Mais urgente do que filosofar era macaquear os debates dos "grandes centros" produtores de cultura filosófica. O que significava tomar o padrão europeu do dia como norma de aferição do valor e da importância do pensamento local. Imaginando ou fingindo preservar a mente brasileira de uma independência prematura, o que os maîtres à penser da USP fizeram foi apenas incentivar a prática generalizada do aborto filosófico preventivo. Não espanta que, por quatro décadas, o "rigor" (com aspas) uspiano não produziu outro resultado senão o rigor mortis de uma filosofia que poderia ter sido o que não foi.

VEJA — Mas José Arthur Giannotti escreveu um livro de filosofia, Apresentação do Mundo, que foi muito elogiado...
TOLENTINO — É, ele escreveu um besteirol sobre Ludwig Wittgenstein saudado em suplementos de várias páginas como marco do nascimento da filosofia no Brasil. É uma audácia depois de Mário Ferreira dos Santos, Miguel Reale, Vicente Pereira da Silva e Olavo de Carvalho. Nós temos uma filosofia nativa, isso sem falar da filosofia de cunho religioso, teológico, que eu não vou citar porque sou católico e vão dizer que estou puxando a brasa para a sardinha da Virgem Maria. Passei cinco meses garimpando nas páginas daquele livro e não encontrei nada que não fosse uma leitura do que Wittgenstein acha da dificuldade lingüística de compreender a realidade. Isso a gente já sabe, a partir do próprio Wittgenstein. Uma filosofia nacional não tem nada a ver com isso.

VEJA — Tem a ver com o quê?
TOLENTINO — A cultura filosófica brasileira é quase nula. Nossos professores gastaram décadas lendo Marx, em vez de Husserl. Aqui só dá o tripé Kant, Hegel e Marx. E onde está a grande tradição escolástica que vai de Aristóteles a Husserl? Isso não é lido nem discutido aqui. Mas existe uma filosofia brasileira. Reale e Olavo de Carvalho, que não se formaram em lugar algum, não perderam tempo com essa estupidez. Foram estudar e aprender as tantas línguas que falam. Eu, quando tenho dificuldade com latim, grego ou alemão, é para eles que telefono.

VEJA — O senhor não está exagerando, sendo duro demais?
TOLENTINO — Não. Não passei nenhum dia aborrecido aqui. Sempre encontro gente inteligente. Quando cheguei à Europa, não tive nenhum complexo de inferioridade. É verdade que eu conheci em casa o que o Brasil tinha de melhor. Faço parte do patriciado brasileiro. E não via diferença entre Ungaretti e Manuel Bandeira, só de língua. Era a mesma coisa. Não havia um Terceiro Mundo na minha cabeça. Eu, quando pequeno, conheci Graciliano Ramos e Elisabeth Bishop. Só havia gente dessa categoria.

VEJA — Dá a impressão de que só agora se começou a falar e a escrever besteira no país... TOLENTINO — O besteirol, se havia, estava lá longe, nos cantos. Hoje ele está no centro. Tem razões mercadológicas, de dinheiro. Os artistas devem ganhar muito, muito dinheiro, para ir gastar em Miami. Só não é possível que esses senhores usurpem a posição do intelectual. Eles são um formigueiro com pretensão a Everest.

VEJA — Não é bom para o país ter um intelectual na Presidência da República?
TOLENTINO — Votei no Fernando Henrique Cardoso porque era uma oportunidade única, desde Rui Barbosa, de ter um intelectual no poder. E o que ele fez na sua primeira entrevista coletiva? Citou Machado de Assis ou Euclides da Cunha? Não. Citou o mano Caetano. Uma coisa tão espantosa quanto Rui Barbosa, se tivesse ganho a eleição, citasse Chiquinha Gonzaga. O Brasil que eu conheci, e do qual me recordo vivamente, era um país de grande vivacidade intelectual, mesmo sendo uma província. Não estou sendo duro com o Brasil. Quero saber quem seqüestrou a inteligência brasileira. Quero meu país de volta."