sábado, março 25, 2006

A anatomia de uma cagada

Versão fictícia possível do que aconteceu na Caixa:

"Vendo um caseiro acusando o Ministro da Fazenda Antônio Palocci de frequentar uma casa de lobbistas de Riberão Preto para fazer algumas sacanagens com o dinheiro público, além do bom e saudável esporte bretão*, algum gerente da presidência da Caixa, provavelmente indicado por um petista, indignado com essa 'conspiração das elites', resolveu investigar qual era a do Francenildo (ou mandaram ele investigar). Procurando o nome dele entre os contistas da Caixa, contando com o fato de que 40% dos mortais brasileiros têm conta na Caixa (50% no Banco do Brasil** e 10% nos demais), encontra uma conta no nome dele.

Resolve ver o saldo da conta do indivíduo. Fica espantado com uma bolada que foi depositada na conta dele em janeiro desse ano "Porra, mas como um caseiro pode ganhar uma bolada dessas!? Aí tem coisa...". Juntando o Tico e o Teco, chega à seguinte conclusão: "Isso aí só pode ser dinheiro de tucano! Eles estão pagando esse Francenildo mais aquele motorista pra fuder (sic) com o Palocci!". Ele resolve tirar o extrato (ou manda alguém fazer, pra tirar o dele na reta), que passa prum jornalista da Época, que, botando o Timão e o Pumba pra obrar (ficando no universo Disney), também acredita na história, inaugura o blog da Época com essa bomba de dois pavios".

Vou contar agora uma história verídica: No ano passado, bateram no Palio da minha irmã pela 5ª vez. Traumatizada (atropelou uma velha tresloucada quando só tinha 5000km rodados - culpa da velha), falou que não iria mais dirigir aquele carro. Levou pro conserto e, quando ficou pronto, eu, meu pai e meu avô fomos lá ver o resultado, na Cidade do Automóvel. Enquanto estávamos discutindo com o mecânico como que poderíamos vender o carro, apareceram dois caras do nada e nos assaltaram.

Brincadeira. Eles chegaram perguntando: "Ei! Vocês estão vendendo o carro?" E nós: "sim". Eles se diziam de Franca-SP, e que vieram pra Brasília pra comprar carro pra revender em Franca. Estipulamos o preço (R$9000) e fomos acertar o negócio. Fomos a uma agência do Banco do Brasil onde eles depositaram um cheque no valor acima na minha conta.

O importante vem agora: como que iríamos saber se o cheque era com ou sem fundos? Não conhecíamos os caras, poderia ser um bruta de um 171. O que fizemos? Ligamos pra uma amiga da minha irmã que trabalha no Banco do Brasil pra ela nos confirmar se o dinheiro havia entrado na conta. Quando ela confirmou, fizemos o negócio e todos viveram felizes para sempre.

Isso prova que funcionário de banco tem acesso à todas as contas do mesmo. Não pode divulgar porque é crime. No nosso caso isso foi feito com nossa autorização. No caso do Francenildo, foi feito (acedito mais em ordenado) por um funcionário afobado querendo mostrar serviço para a chefia, para a 'causa', etc. Lamentável.

*A confirmar que o Palocci brigou com o Buratti por causa de rameira, eles vão se tornar os santos padroeiros dos BOP (Baba-Ovo de Puta). Que amadorismo nelson-rodrigueano...

**Aposto que fizeram a mesma coisa no BB;;;

sexta-feira, março 10, 2006

Post no blog do Juca Kfouri sobre a rejeição do Agnelo para o governo do DF

Juca, a notícia é verdadeira, mas a fonte (Instituto de Pesquisa SOMA Opinião e Mercado) deixou de ser confiável desde 2003, pelo menos, quando seu diretor-presidente, Ricardo Pinheiro Penna (http://www.somaopiniao.com.br/institucional.htm), virou secretário de Planejamento do DF (http://200.199.202.8/qqcodeplan/detalhe_pesquisa.asp?p_cod_autoridade=265452&p_cod_orgao=55103&p_cod_cargo=208). Você tem que fazer um lobby na Folha pro Datafolha pesquisar aqui!!!
Um abraço!

terça-feira, março 07, 2006

A covardia voltou

Não quero dar uma de PT aqui, mas isso não me impede de ficar puto com essa atitude baixa do PFL em fazer propaganda anti-governo SEM ASSINAR (na verdade, aparece a sigla do partido, translúcida, no segundo final da propaganda). Se continuar nesse tom, o Lula pode dormir tranqüilo

quarta-feira, março 01, 2006

O imprestável

Sete anos e meio estudando na universidade. Resultado: Consegui um bico no Congresso até março com um salário mixuruca. Palavras não são suficientes para descrever minha frustração, impotência e minha revolta generalizada a tudo e a todos.

Tenho raiva de minha família por ter me sugerido fazer ciência política e de ter sugerido que eu fizesse apenas vestibular em Brasília e, se eu não passasse, aí sim tentasse no resto. Também odeio eles por terem passado a ilusão para mim de que conseguiriam facilmente um estágio para mim

Tenho raiva dos meus amigos por não moverem uma palha para me ajudarem a conseguir algum trabalho.

Mas tenho profunda raiva de mim mesmo, por levar a sério o que os outros dizem e, quando finalmente tento erguer minha cabeça pra fora, aceito chantagem emocional da mamãe pra não trabalhar como barman no fim de semana, dividindo os farelos que ela ganha dos meus avós.

Faria um enorme bem à humanidade se sumisse pra sempre.