sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Sobre os recentes atos racistas e homofóbicos que estão sendo incessantemente noticiados pelo Correio

Existem algumas hipóteses para isso, e elas não são excludentes:

1) A violência verbal contra negros e violência física contra homossexuais está aumentando.

Sim, é possível. Mas olha só: TODA a violência está aumentando! O Brasil está ficando mais violento de uma forma geral. Eu queria muito ir para a Biblioteca da UnB varar a noite até o horário-limite (23:45), mas tenho medo de deixar meu carro no estacionamento. Imagina como que seria se ela funcionasse 24/7 que nem na década de 70? Nem vou fazer um 'reductio ad dictaturum' (sic), mas você acha que o Brasil era mais ou menos seguro em 1990?

Pessoalmente acredito que a violência física e verbal é proporcional ao que havia naqueles tempos. Mas tende a piorar desproporcionalmente. Aguarde só mais um pouco.

2) Os casos estão sendo mais noticiados porque os homossexuais e os negros estão ficando mais conscientes de que isso é um abuso.

Concordo. Esse talvez seja o único efeito positivo dos "movimentos": fazer com que as pessoas tenham orgulho de si mesmas. O problema é quando esse orgulho passa a significar ser melhor que "outrem simplesmente por ser quem é". Ou então fazer com que o mundo tenha que se adaptar aos seus caprichos e, quem não gostar deve ser excluído da sociedade (isso é uma característica bastante particular do movimento gay* - razão pela qual chamo eles de "Gaystapo"). Ou ainda, fazer com que a "sociedade" tenha que pagar até o fim dos tempos por erros cometidos em um passado distante onde todos os atores já estão mortos há mais de cem anos (característica do movimento negro*).

Assim, essa violência física e verbal está acontecendo de forma proporcional ao que havia antes, mas está sendo denunciada de forma desproporcional ao que ocorria.

3) Os casos estão sendo noticiados porque os jornalistas, esses peraltas!, tendem a noticiar mais.

Realmente isso é verdade. Primeiro pela questão da notícia em si. Um caso de racismo ou de homofobia tenderá a chamar mais a atenção do que casos de batedores de carteira, pelo motivo óbvio que há mais furtos que casos de racismo e de homofobia. Segundo porque os jornalistas tendem a sofrer uma tremenda doutrinação ideológica nas faculdades, onde aprendem não a noticiar os fatos como ocorreram, mas a ter "uma visão crítica" e a "transformar a sociedade". Quer um exemplo? Enquanto as pessoas ficam - com razão - escandalizadas com os gastos de cerca de R$ 12 bilhões em estádios para a Copa, em quatro anos, mal sabem elas que pagam TODO ANO mais de R$ 20 bilhões em renúncia fiscal para que a Zona Franca de Manaus funcione.

No caso do Correio Braziliense, há um particular: por razões óbvias, a grande maioria dos jornalistas são de Brasília. Aqui, a desgraça das cotas raciais começou em 2003. Como a média da rotatividade dos jornalistas em jornais é de cinco anos, a grande maioria dos jornalistas que fazem parte do Correio são de uma geração que sofreu lobotomia pró-cotas. Ainda mais que o projeto das cotas para concursos públicos está no Plenário da Câmara dos Deputados (é o quinto projeto de lei que está trancando a pauta). É ÓBVIO que eles estão jogando para mão que os paga (=Governo Federal e GDF)

Retomando o fio da meada: os casos estão acontecendo de forma proporcional, estão sendo denunciados desproporcionalmente e estão sendo noticiados AINDA MAIS desproporcionalmente. Poderia acabar aqui, mas tenho que mostrar o Fantasma do Natal Futuro.

A tendência será piorar porque as questões homossexuais e raciais não foram devidamente discutidas com a sociedade

Esse é o Admirável Mundo Novo dos "progressistas prafrentex". Ao acordarem tacitamente com a aprovação das cotas raciais no STF, com a aprovação da união civil entre homossexuais (e do casamento gay por uma RESOLUÇÃO DO CNJ) e com o aborto de anencéfalos todos**, sem exceção acharam que acabaram com o debate, mas não só o debate não acabou como os lados tendem a ficar mais extremados. Peguemos o caso do cara que estava em condicional e agrediu um "casal de lésbicas" (em aspas não ficou claro até hoje se eram mesmo, o que   atenção- não tira o absurdo da agressão). Nem precisamos voltar a 1990 não, vamos até 2004 mesmo, quando a violência de uma forma geral já grassava. Você imagina que, há dez anos atrás, alguém em condicional agrediria um casal homossexual recém-saído do almoço em pleno Setor Comercial? À noite eu até acreditaria, porque ali depois das 20 horas já era terra de ninguém. Mas no almoço? Eu acredito que a violência contra homossexuais irá piorar como as novelas da Globo - que teve queda recorde após "Viver a Vida" (acrescento mais: a próxima novela do Walcyr Carrasco sofrerá um boicote terrível). Pior: prevejo que surgirá algo que nunca houve no Brasil: violência contra negros oriunda de ÓDIO RACIAL, coisa que nunca ouve antes (não falo de violência contra negros, mas violência pelo simples fato de a pessoa ser negra). Do tipo KKK.

Acorda, Brasil!

*Não tenho problema com gays ou negros (nem com negros gays, antes que me pergunte). Mas tenho um probleminha com "movimentos". Para começar, que autoridade eles têm para falar em nome de alguém que não deles mesmos. Até o Tiririca é mais respeitável que eles. Ele teve mais de 1 milhão de votos, caramba!

**Uma das consequências do aplauso dos "pogressistas pafentex" no aplauso a esses casos mencionados (revogando leis e até a Constituição - e até uma cláusula pétrea, que é a igualdade de todos perante a lei!) é que agora o STF, cada vez mais aparelhado, pode decidir sobre o futuro de todo mundo sem ter tido nenhum voto para isso. Vide a questão do financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais. Sim, vamos ajudar o PSTU, PCO, PCB e PSol a existir (no caso das pessoas de esquerda, do DEM e do PSDB). Eu gostaria muito de dizer "se fudeu!" a essas pessoas, se eu não estivesse me fudendo junto...


domingo, fevereiro 16, 2014

Photo-op eleições 2014: e aê, oposição, vai ou não vai?

Qualquer prognóstico eleitoral deve ser feito baseado em dados e percepções. Vamos aos dados?

Esse é o mapa das eleições de 2010, por município, no segundo turno. Essa será minha base de análise.

http://www.estadao.com.br/especiais/mapa-da-votacao-para-presidente-nos-municipios,123626.htm

O que se pode auferir com isso? 1) o Nordeste foi completamente obliterado pelo PT; 2) das principais regiões metropolitanas, a Dilma ganhou com uma larga margem no Rio de Janeiro e nas capitais nordestinas.

Outro fator a se levar em conta é a popularidade dos governadores aliados da Dilma. O que se pode ter certeza é em relação aos governadores petistas. Vamos ver como eles estão?

http://noticias.r7.com/brasil/sergio-cabral-esta-entre-os-quatro-governadores-com-pior-popularidade-do-brasil-16122013

O que a oposição deve fazer para ganhar as eleições? Bem, o Eduardo Campos tem um enorme potencial para conseguir eleitorado do Nordeste, já que tem uma base boa onde é bem avaliado (Pernambuco) e diversos palanques nas capitais nordestinas (e em outras capitais). Além disso, o PT está bastante desgastado na Bahia e no Sergipe. Já o Aécio tem que focar principalmente no Pará, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Mas observação: o Rio de Janeiro é um caso perdido. Onde ele tem que focar é principalmente em Minas Gerais.

Digo e repito: Minas Gerais é a Ohio brasileira, por ser o estado mais representativo do Brasil. O Sul de Minas é bastante semelhante ao interior paulista. A Zona da Mata é bastante semelhante ao Rio de Janeiro. O Norte de Minas é semelhante com o sertão da Bahia. E o Vale do Jequitinhonha e Mucuri é afim com o Recôncavo Baiano (antes pensava que era com o Espírito Santo, mas faço essa correção aqui) Sobram apenas a Grande Belo Horizonte (onde o Serra ganhou na capital mas perdeu de lavada na região metropolitana) e o Triângulo Mineiro, que são regiões completamente à parte.

Se o Aécio quiser ir para o segundo turno (e, no segundo turno, se quiser ganhar) ele terá que ir para uma região diferente de Minas viagem sim, viagem não.