quarta-feira, maio 18, 2005

Buenos Aires, primeiro dia (diario de viagem).

(por razoes obvias, esse texto esta sem acentuacao)

Nao pretendo aproveitar a noite portenha hoje, pelo simples motivo que estou quebradaco. Cheguei em Buenos Aires, apos a alfandega, as 1:30. Depois consegui dormir mais uma hora no aeroporto. As 5:30 peguei o onibus 86 para o centro, passando pelo pirocao, ops, obelisco, e a Casa Rosada, entre outros. Depois peguei metro e fiquei zanzando na ciade, entrei numa lan house pra dar recado pra familia pra fazer hora e nao comecar a diaria no albergue.

Antes disso, tenho que contar a viagem. Ela foi, como ha muito nao era, as mil maravilhas. Mesmo esse atraso nao foi de muita importancia, ja que eu ia dormir de qualquer jeito no aeroporto mesmo. Mas teho que contar um detalhe do voo que me fez rir tanto quanto ouvi os portugueses batendo palma quando o aviao pousou em Lisboa. Seguinte: pouco apos distribuirem a folha da alfandega (o burro daqui esqueceu desse detalhe, por isso teve que pedir emprestada a caneta), inventaram que por medidas fitossanitárias eles iriam borrifar um spray e era pra quem tivesse alergia. Mas... eles borrifaram LANCA-PERFUME! Como vc deve saber, o lanca aqui e liberado, e e usado realmente como aromatizaor.

O albergue eu achei meio xexelento. Tentei tirar uma siesta no almoco mas as faxineiras, fazendo o maior barulhao, nao me deixaram. Depois disso, tomei banho (pensava erroneamente que o banheiro nao tinha agua quente, mas gracas a Odin tem), andei a 9 de julho e fui pra praca de maio. Agora to aqui de novo, lutando contra a vontade de dormir.

Vou seguir o seguinte lema: se ha um lugar pra dormir, ha um lugar pra tomar banho e se pode dormir tranquilamente, nao importa se o banheiro esteje mofado e o box caindo aos pedaco.

A Argentina por enquanto esta me surpreendendo positivamente. Os homens sao muito cavalheiras e as mulheres... ai, ai... elas sao lindas! So nao estou mais empolgado porque estou quebrado, como ja disse. Mas amanha vai ter...

Buenos Aires tambem esta superando as minhas expectativas. Uma cidade muito bonita, um metro bem razoavel (embora caido aos pedacos), que me fara pegar onibus para ir a atracoes apenas duas vezes: na ida a Bonbonera\Caminito e no tributo a Gardel.

Essa novela continuara amanha, se eu nao for vitima do odio entre patrias.

PS: Vai ter show do White Stripes dia 28 aqui. Sera que eu vou?

terça-feira, maio 17, 2005

Antes que eu morra de acidente de avião

Tenho que dizer: Confio mais no Severino Cavalcanti do que em um juiz. Essa raça de filhos da puta finge que defende a justiça, mas valendo-se da falta de atenção generalizada por parte da mídia, que prefere prestar atenção no Executivo e Legislativo e deixa o Judiciário.

Veja o caso de Rondônia agora. Veja os dois casos de censura em Goiás. Lembram-se da censura ao Correio Braziliense em 2002? Pois é, o sr. Jirair Merguerian, quem deu aquela sentença absurda, agora faz parte do tal do Conselho Fiscalizador do Judiciário. Vida de merda.

Se eu pudesse enforcaria todos os juízes do Brasil com as próprias tripas deles.

Daqui a pouco estarei viajando para Buenos Aires/Montevidéu. Dependendo da minha acessibilidade, isso aqui se transformará num diário de viagem. Aguardem e confiem.

domingo, maio 08, 2005

A última do W. Bush

Antes que o Nelson Ascher elogie amanhã (ou na semana que vem) na Folha a mea culpa do Bush na Letônia sobre a divisão da Europa no pós-guerra aquiescida entre Roosevelt, Stalin e Churchill, vou escrever aqui defendendo a divisão.

Vamos lá: a II Guerra durou de 1939 a 1945. Uns sete anos portanto. Sim, a parte européia da URSS estava em frangalhos, ainda não tinha bomba atômica e os EUA + Inglaterra poderiam muito bem combatê-la e até ter dado um passeio, já que os EUA estavam intactos e sua economia com a guerra praticamente duplicou de tamanho.

MAS, existem dois poréns. O Primeiro, os EUA NÃO sabiam do estado da infra-estrutura soviética. Não me lembro quem, entre o Kissinger e o Hobsbawn, falou isso. Mas um dos dois ganha a bicicleta, como diria o Bozo (acho q o Hobs ganha). Aliás, até o Reagan, que o diabo o tenha, os EUA superestimaram a economia da URSS.

O segundo fator é uma coisa simples: guerra cansa. Perguntem ao Zapata. A maior guerra em morticínio cansa mais ainda. Se o W. Bush governasse os EUA na época a II guerra acabaria provavelmente em 1955, otimista, e nem assim haveria a certeza dos EUA ganharem. Imagine um jogo de WAR. Com a declaração de guerra pelos EUA, o Alasca invadiria a Kamchachka, cercaria Vladivostok e, com otimismo, chegaria em 5 anos até Omsk. Isso na frente leste. Se o frio até Moscou não é brincadeira, imagine o frio siberiano...

No front oeste com a instabilidade gerada contra os movimentos esquerdistas, esqueça aqueles governos de união nacional na Europa Ocidental. Óbvio que os partidos comunistas iriam sublevar-se, principalmente na Alemanha Ocidental, na França, na Itália e na Grécia. Mais mortes por um resultado incerto? Além disso, a tecnologia norte-americana, com excessão da bomba atômica, se encontrava no mesmo nível tecnológico que a da soviética...

Tudo isso me faz concluir que o Bush só falou isso pra agradar o povo do leste europeu, radicais paga-paus dos EUA. A preparação para a passagem do Bush por Tibilisi é de partir o coração. O Azerbaijão está tão longe da influência da Rússia quanto os países bálticos e nunca precisou fazer esse papel ridículo...

sábado, maio 07, 2005

Objetivo de 2004:

O objetivo primaz de 2004, agora que o mestrado já tá encaminhado (se eu tiver que dar a bunda para defender a tese antes de agosto não exitarei em fazê-lo) será ir embora daqui de Brasília. Nesses últimos dois meses, agora posso falar isso, em que eu oficialmente estava estudando matérias de concurso, tipo Direito Constitucional 1 e Contabilidade Geral, eu NÃO estava estudando porcaria nenhuma. Estava era fazendo minha tese. O estágio atual dela é esse: 139 páginas, sendo uma de índice, quatro de conexão das partes e outras quatro só de bibliografia. Ela está sendo avaliada por um amigo meu, antes do meu professor, que só voltará da europa no fim do mes, fazer isso.

Antes da viagem pra Argentina pretendo enviar meu C.V. pra todas as faculdades daqui do DF. Embora essa mesma pessoa que irá 'avaliar' a minha tese trabalhe em uma 'facu tabajara' e me me prometeu que vai arranjar uma vaguinha lá pra mim. Quando eu definir a data de defesa eu mandarei o CV pra Goiânia, Belo Horizonte e todas as cidades de Santa Catarina que tenham algum curso de direito (Ciência Política, ou 'Teorias do Estado' é matéria obrigatória no 1º semestre). Se nenhuma faculdade me confirmar nada até dia 22 de julho, sexta-feira e um dia depois do meu aniversário, no dia 25 irei pra uma agência de viagens e agendarei minha viagem pela Europa, um presente que deveria ter me dado na graduação e que, se for o caso, não deixarei de dar após o mestrado.

O importante é que NÃO PRETENDO RESIDIR MAIS EM BRASÍLIA. Senão já a partir de agosto, a partir de 2006. Se eu for chamado pra trabalhar em uma faculdade daqui e outra das cidades referidas acima, trabalharei em alguma desta, com prioridade para a que for mais próxima de Floripa. Tentarei doutorado na UFSC (prioridade), na USP e, se meu TOEFL for maior que 213, pro exterior, de preferência pra Alemanha. Se eu não conseguir emprego fora de Brasília e não passar em nenhum doutorado, no primeiro fim de semana de 2006 migrarei pro Sul e novamente mandarei meu CV pra Deus e o mundo em SC.

Foda-se se vou ganhar pouco. Foda-se se não terei estabilidade. Foda-se se estarei longe da família. Só sei apenas é que nunca serei feliz aqui. NUNCA. Brasília fede.

segunda-feira, maio 02, 2005

Pau no cu do APJ + Motivo anual para odiar a Veja 2005

Já não vou com a cara do Álvaro Pereira Júnior há muito. Primeiro por ele ser um paga-pau de tudo quanto é merdinha de banda inglesinha nova e de goscar de bichices como Morrissey. Tudo bem, não há problema nisso. O foda é ele se aproveitar de sua posição de pretenso "crítico pop" e ficar fazendo proselitismo do gosto. Isso não teria problema se as críticas fossem fundamentadas. Agora você considera ISSO uma crítica fundamentada: "Play > Placebo longe do Brasil - Ótima notícia. Finalmente acabou a excursão nacional dessa banda horrenda inglesa" Vai tomar no rabo!

Outra bronca sobre ele é que possui o pior gosto para filmes. Teve as manhas de falar que o 'Exterminador do Futuro 3' é um exemplo de filme e que '21 Gramas' é melhor que 'Amores Perros'. Não dá.

Falando em cinema, acho que é uma das únicas coisas que a Veja é insuperável. Sempre que fala que um filme é bom geralmente acerta. Quando é uma merda também. Gosto da coluna do Sérgio Abranches, excelente colunista político, muito sensato e... do Diogo Mainardi. Sim. Ele mesmo diz que não se leva a sério. E você, se seguir esse conselho, se diverte muito. Finalmente, a Veja é a única que tem cacife para fazer umas entrevistas duca nas 'páginas amarelas'.

Feito as ressalvas, agora a opinião final: é uma merda. Não há coisa mais paga-pau de americano no Brasil (na verdade há, o 'agente da CIA' Ronald Levinson, sua UniverCidade e sua editora, que são os principais mecenas da direita & extrema direita do Brasil). Sou da opinião que se deve cassar post mortem a cidadania brasileira do Victor Civita e sentenciar seus filhos como personas non grata. Se são tão paga-pau dos irmãos do norte, que voltem pra Nova York e morram lá.

Me contive na capa de louvação da Coréia do Sul quando eles falaram que foi a educação o principal fator de desenvolviemento deles (desculpa pra defender a cobrança de mensalidades nas universidades públicas). Quem procurar vai descobrir que o que deselvolveu a Coréia do Sul foi a política protecionista exportadora formulada no governo Park Chug-hee, um Vargas local. Me contive na capa do Líbano. Apesar da descarada pagação de pau pro Bush nas legendas das fotos, e apesar da opinião anti-Síria NÃO ser a dominante, sou a favor da democracia e sou louco pra que a democracia a libanesa seja implementada na Palestina e no Iraque. Me segurei até na tentativa de ligação do PT com as FARC.

Agora a dessa semana, a do Chavez, foi de lascar. Não gosto do Chavez. Acho muito populista, com um tremendo de um jeito hipócrita e que essa história das milícias pode acabar muito mal pra eles. Mas a minha opinião não interessa. Interessa é a opinião dos venezuelanos, que o elegeram, elegeram a assembléia constituinte, aprovaram a nova Constituição em um referendo, o reelegeram e rejeitaram o plebiscito pra eleições antecipadas. E não dá pra falar que ele manipula a imprensa porque TODA A IMPRENSA É CONTRA ELE.

Vamos discutir a chamada da capa, porque me recuso a ler o conteúdo: "Quem precsa de um novo Fidel? Com milícias, censura, intervenção em países vizinhos e briga com os EUA, Hugo Chávez está fazendo da Venezuela uma nova Cuba".

Até a parte das milícias concordo com a crítica. Não me simpatizo com Fidel, mas peraí: quando Fidel conquistou o poder ele manteve o 'exército revolucionário' revolucionário ou transformou-o em regular? Isso não tem nada a ver com Cuba. Poderia sim ter a ver com os EUA e a invasão da Baía dos Porcos, formada sim por milícias. Mas nem isso acho. Tá mais próximos da AUC da Colômbia. Meu medo sobre as milícias é: se o Chávez não ganhar a reeleição, elas irão aceitar?

Vamos à censura: na tentativa de golpe de 2002, que a senhora Veja, assim como certos professores de Relações Internacionais da UnB apoiaram (só existem paga-paus dos EUA nas RR II, essa é a verdade; os que não fizeram pós nos EUA são excessões) , o Chávez só suspendeu as transmissões de TV três horas antes de levar o golpe. Isso quando já tinham morrido mais de 30 pessoas nos protestos. E isso com as redes de TV jogando gasolina na fogueira.

Do que se trata a censura? Se uma reportagem ofender a honra do mandatário, o jornalista poderá ser processado e pegar até 3 anos de prisão. Típico de ditaduras? Sim. Mas a imprensa venezuelana, sinceramente, pediu por isso. Foi pró-golpe e se opõe caninamente a ele. o Chávez só tá aplicando o princípio do payback: "Cagou no pau comigo? Tá fudida agora!".

Intervenção nos países vizinhos? Ma' che! Tropa de elite da Colômbia prence 'chanceler' das FARC em Caracas (eles têm no Brasil também, sabia?) e é a Venezuela quem intervém nos países vizinhos? Os EUA ajudam a Colômbia a combater a narcoguerrilha (objetivo nobre mas ineficaz) e é o Chávez quem intervém nos vizinhos. Os EUA fincam base militar no Equador e é o Chavez quem intervém nos vizinhos. Tá.

Brigas com os EUA? Ele não cortou o petróleo, deviam se dar por satisfeitos. Agora, de onde vem essa birra? Até a reeleição do Chávez era pura retórica populista de esquerda. Mas depois que eles fomentaram o golpe, celebraram-no, se apressaram em reconhecê-lo logo - e se não fosse a grita do Brasil (com FHC, diga-se) na OEA teriam conseguido legitimá-lo- e apoiando o plebiscito que não deu em nada, queriam o quê? Que o Chávez virasse um para-pau dos EUA?

Mas o verdadeiro motivo para odiar a Veja esse ano é que dessa vez ela nem precisou disfarçar sua característica de think thank. Publicar essa reportagem logo após a visita da Condoleezza Rice foi demais.