quinta-feira, setembro 13, 2007

Saiote no chifre, esconde o falópio*

Um dos meus links rss é o blog do Willian Waack. No meu mestrado, meu orientador, o Chacon, vivia falando que ele era um dos poucos jornalistas com conteúdo intelectual que prestavam no país. Vivia citando o livro que ele (o Waack - é holandês isso?) escreveu, Camaradas, sobre a Intentona Comunista de 1935. O detalhe é que ele fez o livro baseado nos arquivos da KGB. Segundo meu professor, ele é fluente em russo (inveja...) e em alemão (um pouco menos, mas ainda assim inveja...). É um dos blogs que recomendo avidamente

No seu artigo de hoje, ele fala sobre o novo primeiro-ministro russo, o glorioso-até-então-zé-ninguém Viktor Zubkov. Aqui vão os parágrafos:

Em outras palavras, um deslumbrado. O que se sabe de Zubkov até agora pode levar a várias especulações, menos a de que seja um deslumbrado. Trabalhou com Putin quando o atual presidente era o homem mais importante em São Petersburgo, há 17 anos, o que é típico no jeito russo de tocar o país: lealdades pessoais são mais importantes do que plataformas ou projetos políticos.

Que coisa... os russos possuem muitas semelhanças com os brasileiros, por isso não os considero europeus. Mas não sabiam que eles também eram cordiais (buarquianamente falando), patrimonialistas (weberianamente falando) estamentais (faoramente falando)...

Se há algo que se pode afirmar sobre Zubkov com certa tranqüilidade é que ele só chegou ao posto de primeiro-ministro de acordo com o “sistema” – do qual Putin é chefe sobretudo por expressar suas normas e projetos. Uma das especulações mais ouvidas na imprensa russa, nestes dois dias, é a de que Zubkov poderá, sim, vir a ser presidente da Rússia.

Mas um presidente com menos poderes, diante de um novo cargo que seria criado para... Putin.

O Waack usou essa última frase como recurso dramático, não é possível. Duvide-o-dó que isso aconteça! Os paulisas que lêem meu blog (são tantos... :P) devem se lembrar da história do Maluf e Pitta... O poder é algo meio inercial: se você tem, você conserva ou aumenta; se você não teve, ele tende a definhar. Por isso que a democracia é boa, ela é um mecanismo artificial que impede a eternização do poder nas mãos de uma pessoa (mandatos limitados, no caso).

*Título retirado da hilária tradução fonética que fizeram do hino soviético que uns malacos gaúchos fizeram. Maiores detalhes aqui http://bastadeestopa.insanus.org/

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