segunda-feira, abril 29, 2019

Cartilha para lidar com spoilers no MCU (spoilers apenas do Vingadores: Guerra Infinita)

Ainda não vi Vingadores: Endgame e mesmo sem nem ter prestado atenção a nenhum spoiler imagino o que pode acontecer apenas em olhar para fora dos filmes. Explico: os atores fazem filmes por meio de contrato, e os do MCU fazem para vários filmes. Analisando dessa maneira, é só ver em quantos filmes eles já apareceram (não conto participações especiais aqui, como o do Homem de Ferro no Homem-Aranha: de volta para a casa):

Homem de Ferro - Em seus três filmes, mais no Capitão América: Guerra Civil e em 4 Vingadores (8 filmes).

Máquina de Combate - 2 Homens de Ferro (lembrando que no primeiro foi um outro ator que fez), 1 Capitão América e 3 Vingadores.

Capitão América - Em seus três filmes e nos quatro Vingadores - 7 filmes

Thor - Em seus três filmes e nos quatro Vingadores - 7 filmes

Assim, pressuponho que alguma coisa irá acontecer com eles para irem embora (morte, Valhalla, etc.).

Vamos aos outros:

Hulk - Nos 4 Vingadores e no segundo filme do Thor - 4 filmes

Gavião Arqueiro - Em 3 Vingadores mais no Capitão America: Guerra Civil - 4 filmes.

Feiticeira Escarlate - 2 Vingadores e 1 Capitão América. Seguramente irá ressuscitar. Seria ótimo fazerem um retcon dela descobrindo que a Hidra só a aceitou para os experimentos porque sabiam que ela era uma mutante.

Bucky - 2 Capitão América e 1 Vingadores. Ele poderia tomar o legado do Capitão América.

Falcão - 2 Capitão América e 1 (2?) Vingadores.

Assim, provavelmente eles sobreviverão/ressuscitarão. Não cravo, porém, por serem personagens secundários (o Hulk imerecidamente).

Agora vamos aos que com certeza sobreviverão:

Homem-Aranha - O trailer do novo filme já está passando, e o primeiro filme ficou redondinho - apesar daquela Zendaya ou algo assim ser uma insuportável.

Guardiões da Galáxia - O terceiro filme recém foi confirmado, então eles voltam (e uma das curiosidades para ver esse Vingadores é saber qual é o destino da Gamora).

Homem-Formiga - Também volta, pois só participou de seus dois filmes (o segundo é muito melhor que o primeiro, apesar da vilã insossa) e do Capitão América: Guerra Civil.

Pantera Negra - Participou de 3 filmes e seu filme foi um sucesso estrondoso. Ressuscita.

Capitã Marvel - Apareceu até agora em apenas um filme, que também foi um sucesso. Mantém (e será a pessoa em potencial que lascará com o MCU se a Disney não tiver aprendido o que houve com Star Wars).

Dr. Estranho - Participou apenas de seu filme (que foi bem-sucedido) e dos Vingadores: Ultimato. Vai voltar.

Nick Fury - O Samuel L. Jackson teve participações importantes no Homem de Ferro 2, Capitão América 2, nos dois primeiros Vingadores e na Capitã Marvel. Geralmente os contratos da MCU são para 6 filmes, então estaria faltando mais um filme. Como ele está fora do Ultimato então faltaria ainda um filme.

Agora vem a grande interrogação:

Viúva Negra - a Scarlet Johansson participou de 4 Vingadores, 2 Capitão América e fez uma participação importante no Homem de Ferro 2. Pelo fato de sair um filme dela em 2020 eu poderia dizer que ela sobreviveria. Mas a questão é: será que o filme não se passaria no passado?

Visão - Apareceu em 2 Vingadores e em 1 Capitão América. Porém ele fez a voz do Jarvis nos 3 Homens de Ferro e no primeiro Vingadores. Como ele tem a Joia da Alma, pode ser que ele não volte quando derrotarem o Thanos (o quê, isso não é spoiler!)

Futuro

Como sabem, a Disney comprou os estúdios da Fox, que detém os direitos dos X-Men. Mas a imagem deles está muito desgastada, sobretudo pela recepção negativa ao X-Men: Apocalipse e a baixíssima expectativa que há em relação à Fênix Negra. Assim, acredito que darão um tempo com os mutantes (até porque falaram que não há cena pós-créditos no Ultimato) . Antes deles, porém, introduzirão um outro personagem da Marvel que, tal como o Tony Stark, também entende muito de ciência: Reed Richards. Basta ver como fizeram com o Homem-Aranha: o Espetacular Homem Aranha 2 saiu em 2014, o Capitão América: Guerra Civil em 2016 e o Homem-Aranha: de Volta ao Lar em 2017. A outra alternativa seria lançar ou novo X-Men daqui a 2 anos, mas com personagens desconhecidos ou que apareceram pouco. Segue uma lista:

- Gambit (se o filme-solo dele for cancelado)
- Dinamite
- Forge
- Cifra e Warlock
- Cristal
- Longshot
- Estrela de Fogo
- Rictor

quinta-feira, abril 04, 2019

Sega Genesis Mini - O Meguinha

Com o sucesso dos NES e SNES Mini (do qual sou um felizardo proprietário) e com o fracasso do PSOne Mini (pois os jogos da 5ª geração envelheceram como leite), a Sega finalmente tomou vergonha na cara e anunciou um Sega Genesis Mini minimamente decente, com cabo HDMI e controles USB, como pode ser visto aqui:


Infelizmente, como sói acontecer com as cagadas da Sega, o Meguinha só virá com o controle de 6 botões no Japão. E serão 40 jogos, o que é mais que os 30 disponíveis em cada mini da Nintendo. Vou analisar os 10 jogos confirmados no Japão e nos EUA (descontando repetidos, 15), para daí sugerir outros 20:

Japão:

- Sonic 2 (Mais que obrigatório)
-  Puyo Puyo 2 (Não sou muito versado em Puyo Puyo, mas tenho o Puyo Puyo Tetris do Switch e devo admitir que ao menos um Puyo Puyo deve constar dentre os 40).
- Shining Force (Também não sou muito versado em RPGs, mas esse é um dos melhores do Mega - senão O melhor -, então entra);
- Castlevania Bloodlines (Opa! Jogo da Konami, que abandonou os videogames para se dedicar ao pachinko. Não é o melhor Castlevania que existe, mas merece sim entrar).
- Powerball (Jogo de futebol top down modernoso - para a época. Absolutamente dispensável. Mas é da Namco - isso significa que a Sega está num bom relacionamento com as outras 3rd parties).
- Gunstar Heroes (Obrigatório. Aliás, por onde anda a Treasure?)
- Comix Zone (Obrigatório)
- Rent a Hero (Bizarrice que nem deveria ser considerada)
- Space Harrier II (Da cota dos jogos iniciais do Mega)
- Madou Monogatari Ichi (Da cota de RPGs japoneses).

EUA:

- Altered Beast (Da cota dos jogos iniciais do Mega)
- Castlevania Bloodlines
- Comix Zone
- Dr. Robotnik's Mean Bean Machine (Outro Puyo Puyo - e espero que só haja um)
- Ecco the Dolphin (Obrigatório também)
- Gunstar Heroes
- Shining Force
- Sonic the Hedgehog (Mais que obrigatório)
- Space Harrier II
- Toe Jam & Earl (Fico extremamente feliz pelo fato da Sega ter se acertado com os criadores do Toe Jam & Earl).

A lista por enquanto está muito boa. Mas podemos melhorar bastante. Segue a lista:

- Sonic 3 e Sonic & Knucles. Isso nem deveria ser sugerido para a Sega, mas aqui há um grande problema: esses jogos não estão sendo incluídos em coletâneas desde a morte do Michael Jackson, que participou das composições, por questões de direitos autorais. O pessoal da Sega realmente deveria conversar com a Paris Jackson...

Falando em Sonic, a Sega deveria tomar vergonha na cara e usar a versão para smartphone feita pelo Christian Whitehead (que simplesmente fez o Sonic Mania), já adaptada para HD - e com uma fase extra no Sonic 2.

Streets of Rage 1, 2 e 3 - Devendo fazer como fez no Sega Genesis Classics e dar a opção de jogar a versão japonesa - o caso do SOR3 é IMPOSSÍVEL jogar a versão americana de tão difícil que é.

Golden Axe 1 e 2 - São beat 'em ups excelentes. O 3 dá para descartar.

Aliem Storm - Um Golden Axe galático.

Bonanza Bros - Ótimo para jogar de 2

Flicky - Da cota dos jogos iniciais.

Gain Ground - Da cota dos jogos iniciais - e dos melhores. Aliás, a versão do Mega é melhor que a do arcade.

Revenge of the Shinobi e Shinobi III - O primeiro é o melhor jogo da cota dos jogos iniciais. O segundo, para falar a verdade, eu nunca joguei, mas o consenso é que ele é melhor que o primeiro.

Shadow Dancer - Talvez seja esse o "Shinobi II". Em todo caso, é muito bom - e, assim como Gain Ground, é melhor que o arcade.

Kid Chamaleon - Jogo extremamente desafiador na época (principalmente por ter mais de 100 fases e não ter nenhuma maneira de salvar o jogo).

Decap Attack - É um classicasso do Mega

Eu não sou muito fã de RPGs e não posso falar sobre os Phantasy Star, Landstalker, Sword of Vermilon, etc. Assim, não tenho condições de falar sobre eles. Partirei agora para as third parties.

Contra Hard Corps - Se a Konami permite o Castlevania ela tem que permitir o Contra, que é o MELHOR contra de todos.

International Superstar Soccer - Pouca gente sabe, mais o Allejo também jogou no Mega.

Sunset Riders - É uma versão mais simples do arcade e do SNES. Mas não importa: o Cormano está lá. E ao contrário das Tartarugas Ninja, o jogo é de propiedade intelectual da Konami

Ghouls 'n Ghosts - Faltou a Capcom de third party na lista dos jogos. Assim, fica a sugestão de colocarem esse jogo, uma vez que colocaram o Ghost 'n Goblins no NES Classic e o Super Ghouls 'n Ghosts no SNES

Strider - É disparado o melhor jogo da Capcom para o Mega - e um dos melhores de todos. E com 8 MEGA de memória!

Super Street Fighter II - Porque se a Capcom entrar vocês sabem que colocarão um Street Fighter.

Rolling Thunder 2 - Se a Namco pode colocar um jogo de futebol chumbrega, pode colocar essa excelente adaptação do arcade.

Gaiares - É um caso complicado, pois o jogo foi feito pela defunta Telnet Japan. Mas como os direitos dos jogos foram comprados pela Sunsoft, que ainda está por aí lançando novos Blaster Masters (NÃO joguem o do Mega), quem sabe?

Steel Empire - Outro caso bastante complicado, pois foi lançado por uma tal de Hot B. Mas, como os desenvolvedores já lançaram um remake para o Game Boy Advance e DS, talvez uma boa conver$a resolva.

Castle of Illusion, Quackshot e Aladdin- Esses eu sei que é um sonho, pois a Sega, por mais que tenha feito os jogos, teria que discutir com a Disney. Mas o que a Disney teria a perder com isso?

Falando em Disney, agora que ela possui a Marvel...:

X-Men 2 - O 1 é meia-boca. O 2 é infinitamente melhor, sobretudo pelo fato de poder usar os poderes mutantes à vontade - além de poder jogar com o Magneto.

Homem-Aranha - Além de ser bom, é da cota dos primeiros jogos.

Flashback - Foi lançado recentemente o remake do Flashback, e não creio que seria muito difícil assim colocar o original no Mega. Afinal, o Cuphead não está vindo para o Switch 1 ano e meio após ser lanxado no Xbox One?

Thunder Force 2, 3 e 4 - Jogos de nave excelentes. O problema é que são da finada Technosoft. A Sega conseguiu comprar o direito de todos os jogos da Technosoft. POREM, o direito das músicas não o foi.

Devil's Crush - Sensacional jogo de pinball que também era da Technosoft

segunda-feira, abril 01, 2019

Bolsonaro, 100 dias - Seja dividido, seja conquistado

Com 90 dias do governo Bolsonaro, já está claro que está havendo uma divisão entre os principais grupos de apoio ao presidente: os liberais, os conservadores e os militares.

Desses, os liberais são os mais discretos. Tendo como ícone máximo o Paulo Guedes, estão tendo como principal foco a reforma da previdência. O outro grande foco, as privatizações, aparentemente foi deixado de lado por enquanto, seja pela dificuldade intrínseca da reforma, seja pela idiotice do Bolsonaro e dos militares sobre os malfadados "setores estratégicos" (o engraçado é que não existe nada mais estratégico que água e comida, e rigorosamente ninguém é louco de propor um monopólio estatal na produção dessas commodities...). Obviamente os liberais adorariam que o Bolsonaro se dedicasse mais à reforma da previdência, que não tivesse cedido ao corporativismo militar (lembrando que o Bolsonaro pré-PT era essencialmente um deputado classista) e, sobretudo, que não houvesse esse bando de conservadores boquirrotos querendo inventar moda. E se você acha que liberal e conservador é tudo a mesma coisa, você precisa estudar a política ocidental (Brasil inclusive) do Século XIX. Felizmente essa briga de liberais e conservadores ainda não chegou no Paulo Guedes, que é esperto o bastante para reconhecer que sem estes a pasta da economia estaria com alguém mais ligado à social-democracia.

Por sua vez, os militares, por mais que não professem conscientemente o positivismo, comportam-se como positivistas. Grosso modo, os positivistas foram "isentões" que se achavam superiores às correntes partidárias, eram focados na tecnocracia e, acima de tudo, achavam essa coisa de religião, já  na segunda metade do Século XIX algo muito démodé. Em outras palavras: já não gostavam de conservadores. Isso está evidente no governo Bolsonaro principalmente na confusão dentro do Ministério da Educação, mas também na (não há como dizer outra palavra) afronta que o Mourão fez quando defendeu a legalização do aborto, criticou a saída da Ilona Szabó do  Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e achou bacana os civis venezuelanos não estarem armados para poderem se defender da ditadura do Maduro. Sobretudo após a primeira declaração (sobre o aborto), o cisma é insanável e só tende a piorar, como pode ser visto na troca de farpas entre os militares e o Olavo de Carvalho (justiça seja feita: no caso do Santos Cruz o filósofo foi atacado gratuitamente).

Finalmente, os conservadores. E aqui há indícios de outro cisma, entre os evangélicos e os olavetes, que foi iniciado com a crise de ciúmes do Malafaia quando o Bolsonaro reconheceu que sem o Olavo não teria chegado à presidência. Para isso, o Malafaia aparentemente passou a ser subsidiado por um conhecido desafeto do Olavo (antes habitué do Mídia Sem Máscara), o Júlio Severo. Quanto aos olavetes, eles aparentemente seriam o (sub-)grupo mais fraco, mas eles contam com dois trunfos: 1) são, ao lado dos liberais, o grupo intelectualmente mais preparado; e 2) o Olavo até a presente data é o único que mantém uma fidelidade canina não só ao presidente, mas à família Bolsonaro (falando nisso: o Eduardo - que, na minha humilde opinião o melhor dos filhos - é aluno do COF). Imagine-se sendo o Jair Bolsonaro, tendo que ouvir toda hora alguém criticando seus filhos por fazerem besteira, e ver que há pessoas defendendo sua prole? Sendo que esse alguém tinha certeza absoluta que você iria estar na presidência enquanto ninguém acreditava seriamente nisso? Além disso, o Bolsonaro é um cripto-evangélico (sobretudo após o atentado), e está afinadíssimo com a agenda conservadora - não sei se ele ainda mantém aquela divergência em relação ao controle de natalidade.

Resumo da ópera:

- Os liberais queriam muito governar sozinhos, mas reconhecem que sem os conservadores não estariam ali, e que os militares seriam muito melhores se não fossem tão corporativistas.

- Os militares reconhecem que os liberais são excelentes na economia, mas querem garantir o seu e se livrar desse bando de gente primitiva que ainda acredita em religião.

- Os conservadores ainda não sabem que precisam acabar com a essência do "Ordem e Progresso" e por enquanto estão tranquilos com os liberais - desde que não saiam do seu quadrado econômico.

- Olavo terá razão.

- O Congresso quer arrancar o couro do Executivo, e os deputados do PSL são um bando de cabaços que votam sem saber no quê.

- O Judiciário é a nova aristocracia absolutista: fazem o que querem, quando querem, e ainda perseguem quem acha ruim. Para não falar no estado de negação em que se encontram ao dizer que são bots quem os estão maldizendo.