terça-feira, dezembro 27, 2005

2005, o melhor ano da década (até agora)

Depois de quatro (cinco?) anos tenebrosos, horríveis, que quase acabaram com minha vida literalmente, 2005 foi um ano ótimo. Não foi perfeito, mas me garantiu muitos excelentes momentos. Aqui vai um Top 10:

1)Viagem de 2 meses pelo Leste Europeu, de Mochileiro. Foi um épico. Foram 12 países em 62 dias, de setembro a novembro. De destinos tradicionais, como Viena, a destinos ainda não tradicionais (não sei por quê), como Ljubljana. Apenas 5 dias de chuva. Diversas culturas... teve momentos negativos, sim, mas os momentos positivos os superaram em muito. Teve casa termal em Budapeste. Teve cerveja de chocolate (e boa!) em Tallinn. Muitas amizades agora pelo msn (tenho q falar mais com elas... :$). Teve 18 (DEZOITO!!) dias de KFC. Mas o mais importante: teve o gosto da independência, que anda me deixando louco de vontade de ir embora de casa pra sempre...

2)Viagem de 15 dias em Buenos Aires e Montevidéu. Foi em maio. Foi a preliminar da viagem da Europa. Foi muito em conta, porque usei milhagens pra fazer o aéreo de graça. Foi surpreendente, por descobrir uma cidade maravilhosa como Buenos Aires, e por ver que o Uruguai está loooonge de ser a Suíça dos Pampas (mas com um povo super gente boa). Fui ver um jogo do Boca em La bombonera. Fui ver show dos White Stripes (e topei com eles andando por Bs.As. - e daí?). Descobri que deveria ter nascido argentino, já que sou tão neurótico e melancólico quanto. Descobri que algum dia morarei em Buenos Aires, apesar de rock argentino ser uma bosta.

3)Viagem à Florianópolis, em fevereiro. Peguei carona com minha mãe e meu avô nessa. Dez dias por aquela região, uma vontade IMENSA de ir viver lá (tô me coçando pra não migrar pra lá em Maio - se não tiver nenhuma perspectiva aqui não sei não...). Provável lugar onde passarei o exílio na época das eleições. O melhor momento foi numa festa épica na casa de uma amigo meu, regada a polenta crua (que me fez vomitar da maneira mais fleumática possível) Hi-Fi, viedoquê e Mamonas Assassinas.

4)Peguei meu diploma de mestrado. Defendi a tese em agosto, peguei o diploma nessa semana. Quantas pessoas nesse Brasil varonil têm um diploma de mestre com 25 anos, hein!? Se eu tô desempregado? Foda-se, isso é circunstancial. ele é suficiente para que eu não morra de fome, pelo menos.

5)Diploma de barman. Resolvi que tinha que aprender alguma coisa técnica. Começei com barman. Já me inscrevi pra fazer um curso de cozinheiro. Dependendo das circunstâncias, faço o de garçon tb.

6) Diploma de TOEFL. Não preciso fazer curso de inglês até 2007, quando terei que fazer pra renová-lo. Além disso, acredito que é por causa dele que ainda tô no páreo pra dar aula em cursinho de inglês na Wizard. Tudo dependerá da minha oratória de bosta.

7) System of a Down no topo das paradas. Sempre achei-os mais ou menos, com uma média de uma música boa por disco (já gostava de "Chop Suey" em 2002). Aí eles me vêm com "Mesmerize", com "B.Y.O.B.", e as gravadoras topam fazer jabá de uma música que tem um momento (quase?) grind - naquela parte do "where/ the fuck/ are yoooooou"!!! Quem disse que as gravadoras são monstros satânicos sem lampejos de bom-gosto? Elas também podem acertar de vez em quando...

8) Show do Pearl Jam no Brasil. Rezo para que tenha o mesmo efeito do show do Rush. Antes de fazerem, nego sonhava "ah, meu Deus, o Rush TEM que tocar no Brasil! Só depois poderei morrer em paz". Daí finalmente eles tocaram e hoje ninguém fala mais deles. Espero que o show tenha servido para enterrar DE VEZ essa bosta de grunge, que só serviu como ferramenta de auto-promoção da MTV e de críticos paga-paus acríticos de tudo que é novidade. Os anos 90 merecem ser mortos e enterrados, e só serem recussitados depois de 2015, qdo virarão moda.

NOTA: Acho que a caixa com todos as gravações de estúdio do Nirvana também foram lançadas esse ano. Achei maravilhoso isso, porque também servirá pra terminar logo com esse negócio de grunge. Pra vcs verem a (maravilhosa) besteira que fizeram, devo lembrar que o Al Hendrix, pai do Jimmy (bem velhinho, se já não morreu), só deixa lançar praticamente uma música/versão/gravação inédita por ano desde 1969. E o Jimmy nunca sai de moda...

9)José Dirceu se fudeu. Ele foi o principal articulador da demissão do Cristovam Buarque do Ministério da Educação, sendo o principal responsável portanto da pior desmoralização da esquerda aqui no DF, e o principal responsável por eu ter que ir embora daqui no período das eleições - se eu não ganhar uns R$2000 por mês aqui. Concordo com ele quando diz que foi cassado sem provas (oficialmente ele foi o coordenador do mensalão, se não me engano - até hj isso não tá provado). Mas teve o que mereceu, que nem o Eduardo Jorge. Foda-se se o EJ é inocente! Ele apoiou o Roriz, e rorizista tem mais é que se fuder. O Dirceu é um EJ que tinha mandato. Konets.

10)O filme do Bátima. Mellhor filme do ano de 82 (o E.T. é uma bosta, nunca gostei), e melhor praga da internet desse ano. Melhor que a Ruth Lemos. Melhor que o Jeremias Muito Louco. Melhor que o bêbado russo. Vi, revi, vi de novo, vi mais uma vez, ajudei a disseminar essa praga... ajudou a alegrar o ano, com certeza! Entrei na feira da fruta... Peraí, eu vi esse filme no ano passado (vanguarda é foda)! Ei, 2003 foi uma merda mas foi engraçado...

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Interlúdio

O que farei nas férias:

Até 10 de janeiro:

-Continuar procurando emprego;

-(voltar a) Mexer na tese.

Do dia 11 ao dia 18:

-Peneira para ver se dou aula na Wizard (até hoje não sei o salário - meeeeeedo).

Se passar (êba!):

Intensivo de Alemão A.1.1 no Goethe de 16/01 a 03/02. Preço: R$870 (sem contar livro).

Se conseguir também dar aula em alguma facu à noite, fico só no A.1.1.

Se não passar (:( ), mas ainda fazer uma facu à noite, ainda sim fico apenas no A.1.1., mas aí faço o curso de garçon no Senac do dia 23/01 até 29/03. Preço: 3X R$165. Acredito que até essa data saberei se alguma facu irá me querer, já que a maioria delas começam em fevereiro. Se for o caso, guardo a grana.

Pior das hipóteses: exílio em Floripa será confirmado.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

O gosto da independência

O principal efeito que os dois meses de mochilagem na Europa fizeram em mim foi o gosto da independência. Dois meses sendo o administrador de minha própria vida, do meu próprio dinheiro, do meu próprio tempo. É disso, e não de nenhum lugar específico (talvez Praga, mas aquilo é uma infestação -não falarei praga de novo [ops!] -de turistas chatos também), que sinto mais saudade. Sem preocupação de "ah, tenho que voltar cedo pra minha mãe não ficar preocupada". Foi bom demais.

Agora, as coisas voltaram ao estado sacal de antes. Família reclamando de dinheiro, e minha mãe está enchendo a porra do meu saco dia sim, dia também, pra fazer uma bosta de concurso público. Até me inscrevi em um, que vai ser dia 21 de janeiro, com 500 candidatos pra uma vaga. Pessoalmente, não quero gastar o que resta da minha juventude ralando pra estudar num exame onde a possibilidade de passar é praticamente nula. Já desperdiçei tempo demais na minha vida, que estou recuperando aos pouquinhos. E não quero terminar um burocrata sem ambições como meu pai. Eu não mereço isso.

Eu quero ir embora de Brasília o mais rápido possível. E preciso ir embora de casa mais rápido ainda. Não só por mim, mas por minha mãe. Seria uma despesa e uma dor de cabeça a menos pra ela, por mais que não admita. Mas tenho medo que essa guinada de 180° se transforme numa de 360°. Se não desse certo, teria que voltar pra casa, e não aguentaria uma nova restrição de liberdade...

Então, enquanto isso, tenho que manter esperanças de encontrar alguma coisa aqui. Por enquanto, parece (eu disse PARECE) que a coisa tá andando. Passei pra uma outra peneira pra dar aula de inglês na Wizard. Agora eu tenho que dar aula por uma semana pra ver se eu sou bom mesmo (meeeedoooo). Isso e as aulas nas faculdades daqui. E em Goiânia. E em Floripa... Independência ou Morte!!!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Ah, mulheres...

Talvez eu preferisse bater punheta em vez de comer mulher se:

-Eu pudesse beijar na boca da minha mão na hora (não vale a outra mão);

-Eu pudesse meter a língua na minha mão;

-Eu pudesse dar uma palmada de leve na minha mão;

-Eu pudesse passar a mão na minha mão;

-Minha mão fosse molhadinha;

-Eu pudesse fazer um terra na minha mão;

-Eu pudesse comer o cu da minha mão. Deveria ser o cotovelo, mas não dá pra meter;

De todo resto, a mão é melhor...

domingo, dezembro 18, 2005

Data do exílio (dedicado ao J.Cassino)

Bom, a campanha política na TV começa dia 06 de julho e vai até 28 de setembro. As eleições do primeiro turno são no dia 01 de outubro, e o segundo turno é dia 29. O que determinará meu exílio é que ele terminará 16 dias depois do segundo turno, ou seja, 13 de novembro. Portanto, posso começar minha jornada para a Ilha da Magia em sua fase Stonehedge (sic) - fria e chuvosa - dia 12 de agosto. Acredito que consiga conter meus instintos de Gavrilo Princip no período da campanha em que estiver aqui, mas haverá a possibilidade de ter estreado minha capivara por danos materiais. Mais não digo

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Pois é...

Eu tenho que admitir pra mim mesmo que NÃO CONSIGO FAZER NENHUMA ATIVIDADE PRODUTIVA NO MEU QUARTO, NA MINHA CASA. A versão da minha tese poderia estar pronta para a publicação pela Editora da UnB (se conseguirei publicar é outra história) no fim de semana passado. Já deveria ter mandado CV para todas as facus de SC (e daqui de Brasília também) no fim de semana passado. Já deveria ter terminado de ler Anna Karênina antes mesmo de ter viajado pra Europa. Mas não. Tem algo nessa minha casa que me destrai. Tudo bem que tem visita aqui, mas isso não é razão suficiente.

Esse algo, na verdade, algos, se chamam caixa de som do PC. Sempre que começo a navegar na net ou digitar no Word logo ponho uma música pra tocar. Quando perçebo, já estou procurando nos diretórios de música outras músicas pra tocar. Depois, já tranco o quarto pra botar o som mais alto... é foda isso. Se eu morasse na Asa Norte eu poderia escapar pra biblioteca da UnB mais vezes. Poderia até realizar meu anseio pessoal de ler um clássico de filosofia e um clássico da literatura por mês. Mas não rola, e não tem nenhuma biblioteca que preste aqui na Asa Sul pelo menos até 2006, com a inauguração da nova Biblioteca Nacional. E tenho que me contentar em ler/ver "reader's viewer's digest" (perdoe o anglicismo, mas é que não consegui fazer uma boa tradução para "visão digerida")*. Graças a isso pude ver num documentário sobre cinema (ou seja, não vi o filme, mas vi um documentário que falava sobre o filme), que diz que "King Kong" é um filme arquetipo que fala, na verdade, da queda do homem do Paraíso (por culpa de uma mulher, lógico - das teufel! das teufel!).

*Espinoza diria que isso é o "saber por ouvir dizer", a forma mais rala de sabedoria. O que mostra que, no fundo, no fundo, sou um puta de um enganador, já que não li isso em Espinoza, mas em uma "leitura digerida" da Marilena Chauí (que deveria se dedicar 100% de sua vida ao estudo dele, e não ser think-thank de meia pataca do PT**, fazendo um papel ridículo).

**Quando fecharem as candidaturas para presidente, vou dizer quem ganha, e por quê. Se fosse por hoje, aconteceria o que as pesquisas estão indicando mesmo. Mas a justificativa (macropolítica, sem essa de corrupção do PT, crise econômica, etc.) disso não vou dizer agora.

PS: Surgiu uma vaga de estágio na delegação da União Européia para formados em Pol. Serão 12 meses NÃO-REMUNERADOS. Mas mesmo assim vou tentar. Com meu diploma de mestrado, acredito que pelo menos serei chamado pra entrevista...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Notícias de um desempregado (mais script)

Pois é, acabou minha ajuda de custo da CAPES. Poderia durar pelo menos um mês mais, mas considerando que defendi minha tese em agosto e ganhei 3 meses sem trabalhar até que foi justo - como a UnB entrou em greve e não pude pegar meu diploma até o retorno de minha viagem, e não usufruir do meu grau de mestre pra me inscrever em um concurso que vai ter aqui em janeiro, achei uma troca muito justa. Agora estou no limbo do desemprego, e se não sair até fevereiro o ano que vem poderei ir para o exílio em Floripa sem culpa. Como não passei no doutorado em Floripa pra esse ano, tenho que fazer uns remanejamentos nos meus planos. O que fiz:

- Desisti de tentar qualquer doutorado para 2006. Esse será o ano do emprego e do exílio em Floripa. Tenho um TOEFL que vale até 2007, então posso dedicar todo o meu ócio criativo que restará, se eu trabalhar, ou que sobrará, caso contrário, para escrever artigos científicos, e publicar minha tese em livro, porque esse é meu ponto fraco: experiência. Seja em trabalho ou no ramo científico, ela é quase nula. Estou pensando em fazer algum estudo comparativo sobre partidos brasileiros e argentinos, pra tentar nos EUA, ou brasileiros e alemães, pra tentar na Alemanha.

-Fui na Galeria do Trabalhador me cadastrar como barman. Pena que a maldita experiência exigida fode tudo. Mas tamos aí.

Minhas expectativas:

-Segunda que vem, se minha mãe não tiver anotado errado (culpa da vaca da minha irmã que fudeu com meu celular enquanto eu tive fora), terei uma entrevista para ser professor de inglês. Vou ver se consigo ser por meio período caso eu dê aula em alguma faculdade particular.

Resoluções:

1)Mandar meu currículo para TODAS as facus de Santa Catarina exceto o Contestado. Tendo garantia 100% SEGURA de emprego lá, é pra lá que eu vou.

Parágrafo único: Essa regra não vale caso eu consiga algum(alguns) emprego(s) que me permita um ganho de R$2000/mês e alguma assinatura na minha carteira, que tá tão virgem quanto eu estaria se não recorresse mensalmente (às vezes mais) às digníssimas - não recorro mais que três para não criar um ralo financeiro.

2)Fazer o mesmo o que está contido em 1) e em seu parágrafo único correspondente em relação à Goiânia.

3)Ralar para terminar a adaptação da minha tese para ser publicada pela Editora da UnB. Depois falar com meu orientador e, com jeito, pedir algum trabalho como "Consultor temporário 'insignificante de merda' júnior" da Federação de Comércio do Estado de são Paulo, da qual ele é consultor.

4)Marcar um teste de nivelamento de alemão no Goethe. Se eu não for pro básico 2, vou torrar meu dinheirinho fazendo o curso de garçon no senac, pra desespero da minha mãe (se ela lesse Gilberto Freyre e Max Weber se envergonharia de sua vergonha do trabalho braçal).

Depois conto minhas andanças na Europa...