sexta-feira, dezembro 07, 2007

O mal do platônico

Foi o João Pereira Coutinho que disse uma vez que o mal do insone não é o cansaço no dia seguinte, mas o porvir desse cansaço, aquele momento que você rola na cama e já antecipa o sofrimento da manhã.

Aproveito para fazer uma analogia com o mal do platonismo (não a filosofia, mas o sentimento). O mal do platônico não é aquele sofrimento perene pelo amor não-correspondido, mas sim naquele momento com que você luta com todas as suas forças para não se apaixonar, antevendo todos aqueles sentimentos que você sabe que irá acontecer, e naquele momento você não pode fazer mais nada. Acho que foi o Espinoza quem disse que uma vez que, quando você tem consciência da Verdade, Ela estará sempre em seu íntimo, por mais que você não queira admitir. Assim é o amor.

Falo tudo isso não porque esteja apaixonado (na verdade já saí de outro platonismo - sempre para me meter em outro, infelizmente; e la nave va), mas é porque descobri que puxei a minha mãe e tenho tendência a ter insônia. :(

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