sábado, junho 29, 2013

O ponto de virada que a grande imprensa não dará um pio: os evangélicos estão furiosos.

"Ao citar Dilma, ministro é vaiado na Marcha para Jesus em São Paulo

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, levou uma sonora vaia, neste sábado (29), na Marcha para Jesus 2013, em São Paulo. Carvalho pegou o microfone para dizer que representava a presidente Dilma na caminhada. Quem se deu bem foi o deputado Marco Feliciano, do PSC, pastor e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, conhecido por declarações homofóbicas e racistas. Em sua conta no Twitter, o congressista publicou foto em que aparece usando uma camiseta com a mensagem "Eu represento vocês". A marcha começou oficialmente às 10h, mas a concentração na Estação Luz do metrô teve início antes. A caminhada segue até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, na Zona Norte, onde serão realizados shows de música gospel. Por causa do ato, há um congestionamento de 28 quilômetros na Zona Norte. O pastor Silas Malafaia afirma que a marcha reúne 500 mil evangélicos."

Os evangélicos estão com o orgulho ferido. Lembrem-se que a Dilma se reuniu com parlamentares da situação, partidos da situação, ONGs e movimentos PELEGOS e com setores da Igreja Católica. Daí, as principais vozes políticas dos evangélicos nesse momento (até porque as outras estão na moita - não tenho conhecimento de depoimentos do Edir Macedo, R. R. Soares e Valdemiro Santiago, por exemplo), que são o Marco Feliciano e o Malafaia detonaram o governo. 

Enfim. Saiu pesquisa do Datafolha hoje que indica que a Dilma... Agora terá que enfrentar segundo turno. Mas as pesquisas mais confiáveis são aquelas que NÃO incluem o Joaquim Barbosa. É impressionante que a Folha ainda continua escorregando nesse tipo de casca de banana. Eu me lembro que há mais de 10 anos atrás eles tinham a mania de colocar o Maluf em TODAS as pesquisas de intenção de voto, o que fatalmente distorcia o resultado, principalmente com os entrevistados de São Paulo.

Mas outro fato interessante é o seguinte: os dois cenários mais realistas são com um segundo turno entre a Dilma e a Marina ou o Lula e a Marina. Aécio está fora, apesar de ter subido de intenções para além da margem de erro. É claro que é muito cedo, mas vamos trabalhar com alguns fatos mais prováveis de acontecer aqui:

1) O PT lançará candidatura própria. E irá para o segundo turno.

Seja com Dilma, seja com Lula.

2) O PSDB lançará candidatura própria. 

Uma observação importantíssima: o Aécio Neves é mineiro. Muitas pessoas não votaram no Serra e no Alckmin simplesmente porque eles são tucanos paulistas. Eu acho um preconceito bobo e recalcado, mas o Serra e o Alckmin têm um didatismo no falar que, apesar de ser do agrado dos paulistas (tanto que eles continuam no Bandeirantes), causa uma rejeição no resto do pais. O Aécio é o típico malaco mineiro. 

Lembrando mais uma vez: Minas Gerais é o verdadeiro estado-síntese do Brasil: o Sul de Minas tem proximidade cultural - e econômica - com o interior de São Paulo, o Centro-Oeste (região de Curvelo) tem com os demais estados do Centro-Oeste, a Zona da Mata tem com o Rio de Janeiro, o Vale do Jequitinhonha e do Mucuri com o Espírito Santo e o Norte de Minas com a Bahia. As únicas regiões endêmicas são o Triângulo e a região metropolitana de BH e o Quadrilátero Ferrífero.

Só teria que superar as fronteiras caipiras (já falei muito do "Brasil caipira" aqui) que está se autoimpondo (vide o clima "como é bucólica a minha Minas" da última propaganda do PSDB - aliás, esse clima é típico de mineiro.

Mas fica o recado para ele: seja menos Fábio Máximo e mais Cipião Africano.

3) Marina Silva, se conseguir viabilizar sua "Rede" até 05 de outubro (um cidadão brasileiro para se candidatar a qualquer cargo precisa estar filiado a um partido há pelo menos um ano), lançará candidatura própria.

Um adendo sobre a Marina: as pessoas que votam nela estão desiludidas com o PT, mas ainda consideram o PSDB um partido "de direita", "que fez privatizações", "neoliberal", etc. Apenas uma minoria vota nela pelas bobagens hippies e pelo seu caráter messiânico. Eu, por exemplo, votei na Marina nas últimas eleições apenas porque tinha certeza absoluta que ela não iria ganhar. Não faria isso de novo...

4) Joaquim Barbosa NÃO VAI SE CANDIDATAR.

Desistam. Ele mal assumiu a Presidência do STF, e vai ficar mais de 1 ano lá. Para quê deixar de ter esse Poder para tentar outra coisa incerta?

Agora vamos para os meus palpites:

5) Eduardo Campos NÃO vai se candidatar

Do jeito que sua candidatura NÃO decolou, ele já vai começar a tirar o cavalinho da chuva e vá apoiar o PT. Caso ele insista, é fatal que seja "cristianizado" (ver google).

6) Haverá algum candidato que representará os evangélicos

O ataque de setores do governo e da imprensa ao Marco Feliciano passou - e muito - da medida. Houve um ataque aos evangélicos pelo fato de eles serem... evangélicos. E aí é como aquele ditado: "quem bate se esquece que bateu, mas quem apanhou não se esquece". Mas será o suficiente para sacudir o coreto.

O que vai aqui é especulação pura, mas suponhamos que esse candidato X consiga 5% dos votos. O que vai acontecer? O PT não só vai querer se aliar com ele, mas também demonizará o outro lado (seja Aécio, seja Marina), plantando na imprensa (=FOLHA): "tá vendo, o candidato de lá está com aqueles evangélicos reacionários!". Por isso, meu palpite final é:

7) O PT ganha de novo.

PS: não vai dar para 2014, mas queria fazer minha pequena contribuição à bagunça do coreto com mandando o link para que se possa criar mais dois partidos:

I) Para aquelas pessoas que odeiam comunismo mas têm horror a religiosos, ajudem a criar o Partido Libertário

http://libertarios.org.br/liber

II) Para aqueles que acham que "na época da ditadura era melhor", adivinha quem quer voltar a existir...

http://partidoarena.info/

PS2: apesar de tudo, a principal questão em 2014 será a econômica. Citando Maquiavel de cabeça, as pessoas perdoam todas as perfídias possíveis, exceto as que envolvem dinheiro. Lembrem-se: em 2005 a popularidade do Lula foi para a lona com o mensalão, mas como a economia estava razoável no ano seguinte ele foi reeleito.

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