quinta-feira, junho 11, 2009

Natal 2014 sem superfaturamento é tão mais certo que o Projeto Natal?

Mais uma vez retomo ao tema do Projeto Natal. Semana passada eu fui num aniversário de um dos meus melhores amigos, que é da área de informática, e os principais assuntos tecnológicos foram o Projeto Natal e "World of Goo" (jogo que eu passei pra ele, que passou pra um colega dele de trabalho que pirou no jogo - o quê!? Você ainda não conhece!? VAI BAIXAR ESSE JOGO NO TORRENT AGORA!!!). Isso foi há quase uma semana.

Agora que a poeira realmente baixou, eu tive a curiosidade de saber o que o Sean Malstrom pensa a respeito. Quem? Bem, Malstrom é um jornalista/analista de negócios norte-americano que resolveu analisar o porquê de um console com gráficos inferiores e capacidade menor (o Wii) vender apenas 3 milhões de consoles a menos que a soma do Xbox 360 e Playstation 3. O seu artigo "O Homem-Pássaro e a Falácia Casual" já virou um clássico em blogs brasileiros especializados (googleiem), e percebi que ele bebe direto da fonte do Peter Drucker e Joseph Schumpeter - como duvido muito que jornalistas e desenvolvedores de jogos saibam quem são esses, vou guardar esse segredo pra mim. :P

Daí fui no blog do sujeito e fiquei espantado. Não sobrou pedra sobre pedra sobre o Natal. Ele disse que a Microsoft "pulou o tubarão" (googleie "jumping the shark"). Como diria o Titio Jack, vamos por partes (cito de memória):

1) A mais importante crítica do Malstrom é foi à Microsoft em si. Basicamente, ela utilizou o mesmo modus "marketing" operandi. Basicamente, é de mostrar um produto revolucionário, marcar uma data de lançamento e: a) ou adiar (às vezes em muito) a data até lançar um produto que frustra todo mundo (o Windows Vista é um caso clássico); ou b) adiar até que esqueçam que um dia esse produto foi anunciado (para esse, o caso clássico seria o produto de 2007 Microsoft Surface). Em ambos os casos, argumenta Malstrom, a indústria dos videogames não costuma ser tão complacente como a da informática em relação aos hypes. Que o diga o Spore;

2) Em um provocativo pingue-pongue com um jogador "hardcore" fictício, Malstrom argumenta que, mesmo que os "motion plus" da Sony e da Microsoft saiam, e funcionem da maneira que prometem funcionar, é contraprodutivo desenvolver jogos HD que sirvam apenas para uma plataforma, a não ser que seja um HD... "casual".

3) Em quatro momentos Malstrom questiona a seriedade do Natal: I) não havia demonstração do Natal nos estandes da E3, ao contrário do Wii em 2005; II) Virais mostrando a impressão de famosos jogando Burnout no Natal e não de usuários comuns (mais grave: ainda houve a demonstração por um leitor do Malstrom que alguns trechos do viral mostravam o mesmo trecho do jogo); III) Essa foi pouco depois da conferência, mandada por outro leitor: se o Natal faria os controles ficarem obsoletos, por que tanta atenção para um controle em forma de skate para o novo jogo do Tony Hawk (e pensando agora acrescento, e o Guitar Hero Beatles)?; IV) ao contrário da Nitendo quando na época do anúncio do Wii, não houve opinião de desenvolvedores ("third parties") sobre o Natal.

4) Na apresentação do Natal, se a Microsoft estivesse se levando a sério, mostraria-o nos jogos que sabe fazer melhor, os FPS, o que não o fez.

5) Lembra aquela coisa do Speilberg sobre os controles? Então, ele estaria repetindo quase que literalmente (então "verbatim" significa isso? será que é latim?) a conferência que a RH da Nintendo americana, Reggie sei-lá-das-quantas (que trabalhou no Yahoo nos tempos dourados e, parece, não é só uma "reles" RH não) fez em... 2006!

6) O Natal seria (mais uma entre muitas) nada mais que uma jogada de marketing da Microsoft para fazer com que as pessoas deixem de comprar um Wii para comprar um Xbox por causa de um acessório que estará "em desenvolvimento" ad infinitum.

7) Mesmo considerando que ele será lançado em algum período de 2010, o Natal está com o preço previsto de U$ 200. Ou seja, a pessoa (norte-americana - para brasileiros, quadruplique o preço) tem que comprar um Xbox (preço variando entre U$ 200 e U$ 400) mais um Natal, gastando entre U$ 400 e U$ 600 para poder usufruir do "século XXI" na sua integridade. Já um Wii sai por U$ 250. Um Wii Fit (com jogo), U$ 100. Um Wii Sports Resort (que vem com o motion plus) tá saindo por U$ 50. Um Wii Play (com um controle extra), U$ 45. Comprando um Xbox básico, com um jogo e um controle com um jogo mais um Natal, também com um jogo (prezumo), você gastaria U$ 400, ou U$ 430 se você comprar outro controle. Com esses U$ 400, você pode comprar um Wii, com um jogo e um controle, um Wii Fit (com outro jogo) e um Wii Sports Resort (jogo mais um trocinho para aumentar a sensibilidade do controle). Se quiser, você pode gastar U$ 15 a mais para comprar um jogo que vem com outro joystick. Daí você fica com 4 jogos, dois controles mais uma balance board.

Sinceramente, eu mantenho meu Wii...

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