quarta-feira, junho 03, 2009

E3 2009 - Sony, jogos e Brasil. [1] Mas antes, uma historinha

Era uma vez um grande conglomerado japonês que um dia resolveu investir em videogames, e lançou um videogame que fez um sucesso estrondoso (apesar do controle horrível). Por razões obscuras, ela não lançou seu videogame no Brasil. Na geração seguinte conseguiu repetir o mesmo sucesso (apesar de continuar com um controle horrível), conseguindo até eliminar uma das concorrentes no setor - o sucesso também deveu-se ao fato do console também funcionar como um aparelho de DVD, o que seus concorrentes não faziam. Como em time que está ganhando não se mexe, ela continuou não lançando o seu videogame no Brasil.

Como a empresa estava ganhando turbilhões de dinheiro com seus consoles, ela resolveu investir no mercado de portáteis, que era da concorrente sobrevivente. O problema é que essa empresa sempre foi líder absoluta no mercado de portáteis, e também estava ganhando rios de dinheiro graças a um jogo, de um console que praticamente estava aposentado, que simplesmente extrapolou todas as fronteiras de mídia, com produtos e licenciamentos mil. Depois essa empresa lançaria um portátil que permitia uma nova dinâmica de jogo. Esse portátil vende horrores até hoje. Já a empresa líder dos consoles lançou, no ano seguinte, um portátil com maior poder e infinitas possibilidades multimídia, mas que em termos de vendas ainda lambe os pés da concorrente. Porém, como portátil não dá muito dinheiro, igualmente não foi lançado no Brasil.

Quando parecia que o sucesso nos consoles continuaria, uma outra terceira concorrente entrou no setor. Seu primeiro console não foi la essas coisas, e ela só fez perder dinheiro com ele. Mas essa empresa não era uma reles empresa que era segundo lugar no ramo de entreterimento no Japão (Sega), mas a maior empresa do ramo de informática do mundo (Microsoft, dããã!), e o que ela estava fazendo era apenas "acumular" conhecimento para, na geração seguinte, cair matando.

E lançou seu videogame, uma versão bem mais robusta que a anterior, apesar da qualidade discutível (primeira vez na história em que há constantes problemas de superaquecimento de consoles de uma determinada marca!). Além de se identificar mais com o maior mercado do mundo (EUA, ainda), a Microsoft conseguiu pegar jogos antes exclusivos do console dessa empresa. Mais exatamente: GTA IV (que na microsoft tem mais episódios extras), Final Fantasy XIII e, esse ano, Metal Gear.

Essa empresa lançou o seu videogame depois, com maior capacidade e uma nova tecnologia de armazenamento, que era uma das duas concorrentes para o padrão que substituirá o DVD. E ela GANHOU a parada, no que sinalizaria uma repetição da estratégia da geração passada, e que talvez dê certo a longo prazo, se a Lei de Moore não atrapalhar. O problema é que, ao contrário das vezes anteriores, ela não tomou a liderança.

Mas não foi só isso: aquela outra empresa japonesa, que tinha perdido a parada nas duas gerações anteriores (inclusive ficado na última posição na igualmente última geração), lançou um console com uma nova maneira de jogar que, apesar da capacidade nitidamente inferior e dos jogadores costumazes das duas gerações anteriores torcerem o nariz (ou por causa disso...), vendeu horrores, mais que a soma dos dois consoles. E, horror dos horrores, o console dessa empresa, com gráficos avançados, Blue-Ray e tudo, ficou em terceiro em vendas.

Mas a história ainda não acabou para a Sony (sim, é dela que estou falando, Pedro Bó!). No capitalismo, assim como na política, o vácuo sempre é preenchido. Quase quatro anos depois de ter somente a Microsoft no Brasil (que vende o Xbox 360, mas importado e obviamente caro pra cacete), uma empresa que havia acumulado mais de 20 anos de experiência em venda de videogames (a TecToy, que vende consoles antigos da Sega até hoje) resolve lançar um console específico para "mercados negligenciados de todo o mundo", inferior em capacidade ao PS2, mas com jogos infinitamente mais baratos. O Zeebo tá saindo do forno (por enquanto, apenas no RJ).

Finalmente, a Sony, lanterna no mundo dos videogames, mas com a vantagem do PS3 também ser um tocador de Blue-Ray (é o lobby que faço aqui em casa para ver se o povo daqui compra um...), anuncia que comercializará oficialmente o PS2 (para matar o Zeebo antes que ele cresça), o PSP e o PS3 na Terra dos Papagaios (no caso destes, para ver se amplia o mercado dos dois mesmos).

Eu ia falar dos anúncios da Sony na E3, mas -FINALMENTE- a vinda dos PSs ao Brasil merece um destaque especial. Depois (espero que ainda hoje) eu volto aos anúncios. Resumidamente, uma pletora de jogos e um troço que imita o Wiimote (mas não tão revolucionário quanto o Projeto Natal).

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