domingo, junho 21, 2009

As vuvuzelas e o CEU

O "CEU", aqui, é a Casa do Estudante Universitário da UnB. Vocês que acompanham a Copa das Confederações devem ter ouvido falar da "polêmica das vuvuzelas". O mundo descobriu que os sul-africanos têm como hábito acompanhar as partidas tocando as "vuvuzelas", que não são nada mais que aquelas cornetas de plástico que tocamos fazendo barulho de peido.

Até aí nada de inusitado, pois, como já disse, também usamos as vuvuzelas (obs: e é uma palavra bonita, não?) quando vamos pros estádios, acompanhamos a copa, etc. O problema é que os sul-africanos ficam tocando as vuvuzelas (excepcionalmente ignoro a regra estilística de não repetir por demasiado palavras) durante TODO O JOGO. O time está no ataque? Vuvuzela. O time está no sufoco? Vuvuzela. Um jogador está machucado? Vuvuzela. Anunciam o público e a renda? Mais vuvuzela...

Muita gente, dos torcedores estrangeiros, passando por jogadores, imprensa internacional e espectadores torceram o nariz, e pediram para que dessem um jeito de banirem as malditas vuvuzelas até a Copa 2010. O Sepp (apelido de Josep) Blatter, presidente da FIFA, bateu o pé e disse que não, pois isso era o "som da África". No que tem meu apoio, diga-se. Quem estiver incomodado que não vá para os estádios ou então assista os jogos no mudo.

Falei em incomodado... Chego aonde queria. Lembra daquele caso do "racismo" no CEU (ahá!), em que a porta do alojamento dos estudantes africanos foi queimada, e foi pintada uma "cruz vermelha simbolizando a Ku Klux Kan" (sic)? Pois é, pode ter sido um "problema de vuvuzelas". Provavelmente os estudantes africanos incomodavam tanto o CEU com um barulho além do limite do suportável para padrões brasileiros que veio uma pessoa, que já estava muito acima do limite de paciência e cometeu essa insensatez. Claro que ela deve pagar por isso (danos patrimoniais e o risco que correu por poder causar uma tragédia), mas CLARO QUE ISSO NÃO É RACISMO; e uma briga de vizinhos acabou sendo levada a um patamar de "ato racista" - obviamente contribuindo para legitimar o discurso dos pró-cotas.

Para que eu não pareça racista com os africanos, vou informar vocês de outra coisa: 1) os brasileiros são considerados por demasiado barulhentos em Portugal por seus vizinhos portugueses; 2) os brasileiros são considerados por demasiado barulhentos no Japão por seus vizinhos japoneses. Povos diferentes têm tolerâncias diferentes para fuzarcas, mas cada um têm o dever de respeitar os costumes do país hospedeiro/padrão da vizinhança. Da mesma maneira em que temos que respeitar as vuvuzelas dos sul-africanos, os estrangeiros/vizinhos em geral devem respeitar os nossos padrões. E festas, se for o caso, só até as 22h, por favor. E todo dia definitivamente não.



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