terça-feira, fevereiro 26, 2008

MP-DFT: vocês têm dois anos e meio para escapar das chicanas

Operação Aquarela

O juiz Roberval Belinatti, da 1ª Vara Criminal, autorizou a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e dos computadores do ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz; do empresário Nenê Constantino; do ex-secretário de governo Benjamim Roriz; dos empresários Valter Egídio da Costa, Valério Neves Campos e Osvaldino Xavier de Oliveira. E ainda das empresas Agrícola Xingu, Agropecuária Palma e da Associação de Ensino Marília e da Nely Transportes.

Todos estão envolvidos nas denúncias apontadas pela Operação Aquarela, realizada no ano passado pela Polícia Civil.

Durante as investigações, que tinham como alvo suspeitas de irregularidades no Banco de Brasília (BRB), a polícia chegou a um cheque de mais de R$ 2,2 milhões, nominal ao empresário Nenê Constantino.

Escutas telefônicas entre o então presidente do BRB, Tarcísio Franklin, e Joaquim Roriz, mostraram que o dinheiro foi dividido entre várias pessoas. Relembre um dos trechos gravados:

“Porque é de muita gente. Porque o depósito mesmo é só um, de duzentos e poucos mil. E como é que entrega os outros? Não tem jeito. Tinha que entregar em um lugar, pra naquele lugar dividir”, disse Roriz.

Pressionado, Roriz renunciou ao mandato no Senado. O juiz, Roberval Belinatti, explica que autorizou a quebra de sigilo, porque acredita que assim a investigação da origem do dinheiro poderá ser aprofundada.

“Com a quebra do sigilo, muitos documentos serão anexados aos autos e servirão de base para oferecer denúncia ou para o arquivamento dos autos”.

As informações da quebra de sigilo serão analisadas pela Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil. Assim que o inquérito for concluído, o documento será encaminhado ao Ministério Público.

Justificativas

Na casa do empresário Nenê Constantino, informaram que ele está viajando. O empresário Valter Egídio da Costa disse que não sabia da quebra do sigilo e que não está preocupado, porque não tem envolvimento com as suspeitas da Operação Aquarela.

O ex-secretário de governo Benjamim Roriz disse que apenas pegou empréstimo de R$ 30 mil com o ex-governador Joaquim Roriz e já pagou o valor devido.

Já o advogado Jefferson Mazine, da Associação de Ensino Marília, disse que não sabia sobre a quebra de sigilo e que entregou todos os documentos exigidos pela polícia no prazo estipulado.

O advogado do ex-senador Joaquim Roriz e da Agropecuária Palma e o empresário Valério Neves Campos não retornaram as ligações da equipe de reportagem do DFTV. Osvaldino Xavier, da Nely Transportes, e a Agrícola Xingu não foram encontrados.

Nenhum comentário: