quarta-feira, julho 01, 2009

Mais Honduras

Bom, Honduras acabou de decretar estado de sítio por 72h. Estado de sítio, para quem não sabe, são suspensões temporárias de alguns direitos fundamentais, como por exemplo o direito à reunião, em circunstâncias excepcionais (alguma dúvida que aquele país não esteja em uma circunstância excepcional?). Acredito que assim como no Brasil, em Honduras o estado de sítio deve ter um prazo específico de vigência. Por enquanto, nada de novo no front: ainda não houve ruptura constitucional por lá.

Mas dá para concluir uma coisa: o tal de Roberto Micheletti é fraco de marketing. Por mais que esteja prevista na Constituição hondurenha, não dá para chamar a deposição de um presidente de "transição legal". Poderia muito bem ter falado "tudo o que aconteceu foi culpa do senhor Zelaya, que estava em clara desobediência à Constituição que ele jurou cumprir; e, por isso, o Estado em sua forma legal retirou do poder o usurpador".

Outra dele: a correspondente da BBC em espanhol perguntou para Micheletti numa coletiva se não seria o caso de antecipar as eleições marcadas para 29 de novembro, e o cidadão me responde: "mas é que já houve a convocação para 29 de novembro!". Ou seja: ele quer mesmo é ficar com o abacaxi na mão. Eu adiantaria as eleições para setembro, pois em agosto mesmo, no mínimo, as eleições começariam por lá, e qualquer eventual boicote mundial mal chegaria a ser sentido.

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