domingo, abril 03, 2005

Comentários sobre os shows do Ed Motta e Seu Jorge ontem (02/4)

1)Algo típico de Brasília: as filas artificiais. Elas funcionam da seguinte maneira: os promoters, para valorizarem a festa/show/quizumba, não liberam o acesso ao recinto do evento, o que ocasiona uma fila artificial e a seguinte reação dos neófitos: "Caralho, como a fila tá grande! Lá deve tar bombando de gente". Oficialmente o show começaria as 22h, mas a entrada só foi liberada depois das 23h

2)Chegando lá, todos depararam com uma idéia típica de um 'goiano do quadradinho': inventaram de botar umas MESAS! Não seria problema se elas não separassem em uns 50 METROS o palco e o povo que pagou pista. Mas haveria o troco...

3)Devido a 1, o show só começou depois de 0h, o que me fez ficar com um bruta de um prejuízo, porque eu iria pra uma festa techno lá no autódromo Emerson Fittipaldi*. Como o show só foi acabar umas 4 da manhã, nem tive disposição.

4)O primeiro show foi o do Ed Motta. Queria que fosse o do Seu Jorge, quem eu queria ver (e para não haver o 3) ). Meu comentário do show é esse:

Como eu já havia comentado no meu flog sobre o show do Lenny Kravitz, por mais que eu tente eu não consigo gostar de jazz. Depois de ontem, acrescentei um adendo: JAZZISTA BRASILEIRO É UMA BOSTA! Os interlúdios jazzísticos dos músicos do Lenny foram infinitamente melhores. O Ed deveria parar com essa mania de querer ser sofisticado e cair de vez no funk soul, para mostar que ter 1/10 do talento do tio já é muitíssima coisa.

5)Agora o melhor momento da noite: lá pro final do show, o Ed convida o Jorge pra uma canja. E num determinado momento o Mané Galinha fala: "Pô, o pessoal da pista tá muito longe do palco, não gostei não". Foi a deixa para o muro da discórdia SER DERRUBADO! A sensação de ver os outros tomarem prejuízo às suas custas é indescritível.

6) Agora o Seu Jorge:



Pra variar expectativas geram frustações. Não foi tudo aquilo que eu esperava (mesmo porque minha memória se encarregou de esquecer as suas letras, o que afetou a minha interação com o show) , mas foi bom. Se bem que a pior parte foi quando ele resolveu chamar o Alexandre dos Natiruts pra dar uma canja. Como acho que não surgiu nada de bom no reggae desde o Jimmy Cliff, e como tenho um ódio mortal por aquele flamenguista filha da puta (redundância, mas enfim), odiei.

Gostei também do tradicional 'momento demagógico do artista', quando ele fala: "Pô, (nome da cidade) é maravilhosa, o povo daqui é gente boa, etc". O tom dele foi esse: "Pô, o povo daqui tem que se lembrar que nem todo mundo nasceu em berço de ouro e tem condição de pagar mesa não. Gostei muito do que vocês fizeram aqui". Foi muito legal ver aquelas uma ou duas pessoas com pulsera VIP dando dedo pra ele nessa hora.

E só tenho a dizer que Tive Razão é a melhor música brasileira feita nessa década.

O conselho pro Jorge é parecido para com o Ed: Jorge, deixe ess funk soul carioca insosso de lado e invista no samba-rock. Talento pra escrever músicas com letras exdrúxulas que funcionam e voz você tem. Conquiste o cetro do Jorge Ben por direito, vá ser Jorge II da vida. No mais, toque mais samba nos shows: senti muita falta do 'Pequinês e Pitbull' e daquela 'música da fuga da galinha' do CDD.

7) Deixei pro final algo que não tem nada a ver com música: quando veio a proibição do patrocínio de eventos por empresas de cigarros eu fiquei contra. Afinal, se uma pessoa fuma é porque ela quer, e ninguém vai passar a fumar por ir num Free Jazz ou Hollywood Rock da vida. Mas depois de ontem, num show cheio de modelos boa pinta com camisa de marca de cigarro distribuíndo-os à granel não sei não... até eu fiquei tentado a fumar...

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