quinta-feira, junho 14, 2007

Eu, na muda de pele? Nem tanto... (2)

Há algum tempo atrás eu expus que embora eu não sejá mais aquele universotário esquerdista de antes, ainda não consegui entrar de corpo e alma na dita "direita conservadora". E a direita liberal? Bem, embora politicamente isso até pode ser, economicamente não. Uma coisa é ser liberal politicamente, a outra é sê-lo economicamente.

Mas voltamos ao assunto: no post com o link acima, eu tinha prometido uma réplica ao Reinaldo Azevedo, por algo que não me lembro agora. Mas hoje vai ter. O assunto é sobre a doutrinação marxista gramsciana das apostilas da COC, denunciada por uma integrante da ong www.escolasempartido.org, que denuncia as doutrinações marxistas na educação (ou seja, nunca poderia falar que já participei ordem unida no Colégio Militar onde homenagearam a "Revolução de 64" que serviu para botar ordem nesse país). Em vez da COC relevar o caso e corrigir as apostilas, resolveu fazer a besteira de processar a mulher e proibir que mencionassem o nome da empresa no site (antes do Azevedo falar isso no blog dele eu já sabia dessa informação da página do Olavo de Carvalho). Mas a COC perdeu, como vocês podem ver na* Veja dessa semana.

Ontem, o Luis Nassif, no blog dele, diz que estranhou o enfoque da reportagem, e mencionou que a Abril e a COC são concorrentes no mercado de livros didáticos. Já hoje há uma réplica mainardiana do Azevedo. O artigo vocês podem ver neste link, porque vou fazer só as críticas que me interessam:

(...) "Lá vou eu garantir um pouco de trânsito para Luiz Nassif. Entrei no seu Blog só para ver se o post realmente estava lá. Estava. Ontem, ele recebeu, ao todo, 95 comentários, o que dá conta da sua importância no debate. É o que jogo fora, por hora, de comentários de petralhas. Tal irrelevância foi construída de maneira meticulosa — provavelmente com textos soberbos como o que vai acima: desinformado e inepto". (...)

Uma das maneiras de se ganhar no debate é dizer, em outras palavras, "eu tenho mais gente que me apóia que você". Na forma e no conteúdo o Azevedo está errado. Na forma, porque só porque ele tem mais page viewers que o Nassif não significa que a posição deste esteja errada. No conteúdo, porque só porque o Nassif tem menos ibope não significa que ele esteja errado A título de exemplo, cito o mesmo Azevedo falando que não se importava em ser minoria por causa da reeleição do Lula, mencionando sempre a ética do Cavaleiro Negro do 'Em Busca do Cálice Sagrado, do Monty Python' (filme que lamentavelmente nunca vi todo, acho que nem cheguei aos Cavaleiros que Dizem Ni).

(...) Nassif, obviamente, ignora todos esses aspectos e prefere inventar uma história: * VEJA teria feito a reportagem a serviço de uma disputa comercial, que, de resto, é só uma fantasia de seus delírios conspiratórios. Não age por acaso. Ao pôr aquele texto sob suspeição, pretende fazer o mesmo com todas as matérias da revista. (...)

Não vivem dizendo que a imprensa é o Quarto Poder? Oras, então também deve ter o código de ética da 'mulher de César', ou, na versão jornalística, o muro entre o dpto. jornalístico e o dpto. comercial! Se é público e notório que a Ed. Abril trabalha com livros didáticos então isso deve ser posto em contexto, senão a reportagem tem tanta credibilidade quanto um processo penal correto no mérito mas que derrapa nos trâmites processuais.

A síntese da crítica do Azevedo é dizer que o Nassif discorda das críticas à apostila da COC, e tenta desqualificar as alegações dele falando que: 1) ele é irrelevante à discussão, já que tem poucos leitores; 2) como ele refuta as críticas ao conteúdo das apostilas do COC, TODO o seu argumento é inválido; 3) a partir disso, setencia que o Nassif está inventando que TODA a acusação do COC não passa de uma conspiração da Abril pra detonar aquela companhia; 4) desqualifica o adversário fazendo uma acusação fora do âmbito do assunto, mencionando dois ataques do Mainardi ao Nassif. Mas EM NENHUM MOMENTO (ao menos até o horário dessa postagem) o Azevedo fala que a Ed. Abril tem editoras de livros pedagógicos, e que a omissão disso na reportagem é motivos sim para que o viés dela seja posto em dúvida (por mais que no mérito tenha razão).

Tenho que ler urgentemente o "A Arte de ter Razão" do Schopenhauer. O Olavo vive recomendando... As refutações acima eu aprendi a discernir a partir do pouquíssimo que aprendi no livro.

*Uma recomendação do Schopenhauer, a de desqualificar o adversário, pode ser feita também acusando erros gramaticais, o que é um outro tipo de ataque à forma do argumento. O Mainardi e o Azevedo adoram usar essa tática. Por isso eu vou usar também: Qual é a dificuldade de colocar um bendito ARTIGO DEFINIDO antes de 'Veja'? Até entendo que o Azevedo escreva o nome da revista em caixa alta, já que trabalha lá. Mas a omissão do artigo, corroborado com um "EM VEJA" em vez de um "na VEJA" no último parágrafo do segundo artigo do Mainardi é de um anglicismo nojento. Parece um trabalho mal-feito de tradutor! :|

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