sábado, fevereiro 12, 2011

Sobre o Egito 4 - Como administrar o revanchismo

Com a queda de Mubarak, até a "distensão à brasileira" está descartada, pois o regime não entregará o poder por livre e espontânea vontade, mas sim por pressão mesmo. O que acontecerá será algo próximo do que aconteceu na Argentina. Depois de uma ditadura que piorou a crise econômica e de uma tentativa de união nacional fracassada pela Guerra das Malvinas*os militares, com o rabo entre as pernas, fizeram eleições gerais em 83. Salvo pelas Malvinas*, tudo o que veio depois pode acontecer no Egito: o primeiro governo pós-ditadura pode ser uma bagunça, com riscos de quartelada. Haverá obviamente uma Assembléia Constituinte, e terão que implementar algum grau de anistia para os integrantes do regime anterior (exatamente para evitarem quarteladas), que terá menor intensidade que no Brasil. Ainda nutro esperanças de que o novo regime constitucional seja tão arcano que impeça o domínio da Irmandade Muçulmana.

(*sim, MALVINAS. Sou favorável sempre ao país que tenho mais facilidade de entrada; enquanto na Argentina eu preciso apenas da identidade, na Inglaterra corro risco de ser barrado na entrada mesmo estando tudo certo e, depois, levar um head shot sem motivos e meus assassinos serem promovidos...)

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