quinta-feira, outubro 08, 2009

Honduras 13 - A bobagem collorida

E chegamos na época das negociações. Os embaixadores da OEA (francamente pro-Zelaya) estão negociando com o Micheletti um acordo para pacificar o país. Disse pacificar? Falei errado, o correto seria "pacificar". Para a OEA a "paz" seria rasgar a constituição hondurenha e colocar o Zelaya de volta no poder -se bobear, com o mandato prolongado para compensar o tempo em que ficou fora (é sério isso)!

Enfim, quero falar sobre a bobagem dita pelo embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes. Segundo Sua Senhoria, Honduras deveria ter feito que nem o Brasil quando impichou o Collor, através de um processo legal.

Ora, Sr. embaixador, Honduras FEZ SIM SENHOR UM PROCESSO LEGAL. O sr. Zelaya foi apeado do poder pela Corte Suprema; será que justo ela faria algo desse porte ilegalmente? Yo no lo creo... Todo o problema é que não há o instituto do impeachment na Constituição hondurenha.

E outra coisa que deixo bem claro: quando o Zelaya foi levado de pijamas para a Costa Rica, ele JÁ NÃO ERA PRESIDENTE!!! Cabe a punição dos responsáveis por crime de banimento de cidadão hondurenho tão-somente.

Quanto ao Collor, a comparação é equivocada. Seria correta se, caso após o processo de impeachment, ele se recusasse a sair do Palácio do Planalto e o exército o tirasse. Garanto que nem o então tenente-coronel Hugo Chavez o apoiaria...

Disse antes e repito de novo: a melhor comparação com o que está acontecendo em Honduras é com o ocorrido entre a incapacitação do Café Filho para o governo e a posse do JK com a entrega da faixa presidencial pelo Nereu Ramos. Maiores detalhes aqui. Ah, e outra coisa interessante: o JK assumiu sob estado de sítio, sabiam?

PS: Embora o Micheletti esteja 100% certo, está nítido que ele está negociando uma saída de composição com o Zelaya. Fica a minha torcida para que este fique com o mínimo possível de poderes para que as eleições hondurenhas sejam reconhecidas. Sim, isso corre o risco de não acontecer, já que Honduras se tornou o pomo da discórdia entre democratas e republicanos, e é bem capaz daqueles não reconhecerem as eleições só para se sentirem por cima da carne seca.

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