Brasileiros, esses idiotas

No Jornal Hoje de Hoje (perdão a redundância, mas impossível evitar), duas notícias em sequência me causaram nojo, tanto pelo teor quanto pela tom.

A primeira foi a notícia do número único, que foi anunciada alegremente pelos âncoras (entre os quais aquela puta da Sandra Annemberg) como "facilitadora da vida do brasileiro". Em qualquer país normal isso seria visto, com razão, por desconfiança pela população, já que facilita enormemente o controle de nossas vidas pelo Estado. Lembra como quebraram o sigilo do caseiro naquele escândalo do Palocci? Pois é, agora as coisas ficarão mais fáceis para eles.

A reportagem seguinte foi as reações sobre o recebimento de um projeto de lei que quer regulamentar* as profissões dos "profissionais da beleza" - barbeiro, manicure, etc. Surpresa: todos os entrevistados foram a favor! :| Uns falaram que é bom para o consumidor, que irá garantir um melhor atendimento, etc. Cacete, nunca ouviram falar das leis de mercado!? Você, mulher que eventualmente lê esse blog, o que você faz quando vai no salão e o cabeleleiro erra no corte ou a manicire arranca carne do seu dedo? Você simplesmente não volta a frequentar o salão e o maldiz a todas as suas amigas, não? Lei de mercado é isso: quem não tem competência (entre outras coisas na qualidade do atendimento) acaba tendo que fechar as portas de qualquer jeito.

Curiosamente foi ouvida na reportagem uma membra do sindicato dos cabeleleiros plenamente favorável ao projeto. MAS É CLARO!!! Porque isso significará OBRIGATORIEDADE DE FILIAÇÃO NO SINDICATO; consequentemente, de CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. Agora pergunta se eu acredito que um dia ocorrerá uma "greve geral de pedicures"...? E essa é pros consumidores: um sindicato fortalecido terá condições de impor uma tabela de preços, que obviamente não será nivelada por baixo... Sabe os postos de gasolina? Pois é...

*A sanha de regulamentação no Brasil é incrível: outro dia o TST decidiu que o trabalhador não pode ser seu próprio representante naquela instância, a representação por advogado é obrigatória. Olha, para mim, salvo nas profissões relacionadas com a saúde e as engenharias, NENHUMA PROFISSÃO DEVERIA SER REGULADA. Se uma pessoa quiser ser cabeleleiro e for incompetente nisso, vai morrer de fome; se uma pessoa for uma autodidata em leis tiver condições de recorrer no Judiciário, qual é o problema? Os argumentos dela serão necessariamente piores que uns de um desses adêvogados formados em faculdades tabajara da vida?

É, subdesenvolvimento é um trabalho de séculos...