domingo, abril 12, 2009

Dê dois porcos para não perder uma porcada (ou: o Jornal da Comunidade é uma bosta)

Uma vez em Minas eu fui pra um churrasco com meu primo, que encontrou os ex-colegas dele do curso de administração (ênfase em administração de fazendas). E também chegou um professor para bater um papo e tomar umas cervejas. Nisso ele deu uma lição sobre relação entre comprador e fornecedor que achei maravilhosa, por se aplicar a diversos campos da vida. Vamos a ela: o professor tem uma criação de porcos, e costuma vendê-los para outros criadores menores. Até que um desses, notório caloteiro, quis comprar uns 100 porcos dele. Sabendo do histórico, e para não desagradar o sujeito, ele topou negociar, mas apenas dois porcos pra um começo de conversa. Depois, quando ele quitasse, pegaria mais. Não deu outra, ele deu o calote mesmo. E veio a lição do meu professor: "Perdi dinheiro com os dois porcos? Com certeza! Mas o dinheiro ficou dentro da margem de risco do negócio, portanto era um dinheiro que eu poderia perder sem que me desse mal. Seria pior se eu topasse os 100 porcos logo de cara!".

Lembrei desse professor essa semana, quando uma jornalista do Jornal da Comunidade entrou em contato comigo para uma reportagem sobre Praga. Eu podia ter mandado ela se fuder logo de cara, já que tenho uma profunda ojeriza a esse tabloidezinho de merda. Poderia não ter respondido e apagado simplesmente o e-mail. Mas aquele lado meu que mais odeio, o lado bonzinho, argumentou: "Lobo, é uma reportagem sobre amenidades, não custa nada ajudar". O meu lado mau, porém, interveio: "Ok, vai nessa, mas não dê tudo de si nessa matéria não. Lembre-se dos dois porcos...". E fui responder o questionário, além de mandar duas fotos.

Daí fui ver a reportagem ontem: nada de aparecer o meu nome. A jornalista preferiu basear a reportagem dela em outra pessoa que fora para Praga. Até aí tudo bem, nunca dei muita sorte em reportagens mesmo (nunca aparecei em entrevista da Globo, por exemplo, por ter um seríssimo problema de concatenação). O que me deixou puto (ma non troppo) foi que uma das minhas fotos apareceram no jornal e não me deram crédito! Para não dizer que foi culpa da jornalista (que não digo o nome porque só acho que fez o trabalho dela - e por ser da parte de amenidades do jornal), todas as fotos não tinham crédito.

Enfim, dei os dois porcos ao Jornal da Comunidade, e eles não voltaram com eles. Ou seja: na eventualidade de eu dar uma porcada no futuro (na hipótese de eu virar um varejista, um articulista, etc.) eu NÃO negociarei com eles. Simples assim.

E para não dizer que não xinguei eles o suficiente: se a única coisa que presta no Correio Braziliense são os classificados, o Jornal da Comunidade não serve nem pra limpar o rabo!!!

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