terça-feira, maio 01, 2007

Às armas, às armas

De vez em quando penso na nossa limitação intrínseca. Nosso período de vida é muito pequeno, e nesse, aquela parte entre a fase que somos crianças com um cérebro subdesenvolvido e a que somos velhos que não temos controle sobre nossas necessidades é menor ainda. Daí penso: por que nessa que deveria ser a melhor fase de nossa vida sofremos tanto? E por que nos limitamos tanto nesse comecinho da vida adulta? Essa é a época que nós temos que ganhar o mundo, para que nossos descendentes tomem da gente daqui a uns 40 anos!

É com esse pensamento que no fim de junho e por todo mês de julho eu irei para Santa Catarina, tentar a vida por lá procurando trampo em algumas cidades. É difícil? Sim. SC é um estado que não tem cidades grandes, e com isso as possibilidades de conseguir um emprego no estado-da-arte é bem difícil. Mas é como eu disse, vivemos pouco, nossa vida útil é menor ainda, por isso acho que devo tentar.

Eu penso que meus antepassados tugas tinham o mesmo desespero existencial que estou tendo agora. Olhavam pro Atlântico, aquela água que não acaba mais, e temiam os perigos - principalmente as esposas e as mães - mas também os riscos que traziam muitas possibilidades, e eu não quero ficar na terra com medo de me aventurar no mar - ou fazendo uma parábola literária, não quero ser aquele cara que não força a entrada na porta só porque o porteiro não deixa. Quero ver aonde esse oceano me leva, mesmo que possa estraçalhar o meu navio e eu vire um náufrago.

Me sinto como um degredado que ainda não foi expulso e está em constante expiação.

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