terça-feira, setembro 25, 2018

Nota sobre as eleições (13) - Ibope Sul/Sudeste/Centro-Oeste - e uma discrepância seríssima.

Sem mais delongas, vamos ao x da questão:
No Rio Grande do Sul, a última pesquisa é de 21 de setembro. Nela, aparece os seguintes resultados:

Bolsonaro 35%
Haddad 18%
Branco/Nulo 12%
NS/NR 9%
Alckmin 7%
Ciro 7%
Marina 5%
Outros: ???

Segundo Turno 2014:
Aécio 53,53%
Dilma 46,47%
Brancos/Nulos 4,99%
Abstenção 18,19%

Meu palpite é que o Bolsonaro tem potencial para aumentar essa diferença. Até agora ele + Alckmin dão 42% e o Haddad + Ciro + Marina, 30%

Em Santa Catarina, a última pesquisa também é de 21 de setembro:

Bolsonaro 40%
Haddad 12%
Branco/Nulo 11%
NS/NR 9%
Alckmin 6%
Ciro 6%
Marina 5%
Outros ???

Segundo Turno 2014
Aécio 64,59%
Dilma 35,41%
Brancos/Nulos 4,16%
Abstenções 17,86%

Tá feia a coisa para o Haddad nesses dois estados. Sobra o Paraná, onde o Ibope não fez pesquisa específica.

Mas aí hoje o Ibope disse que o Bolsonaro PERDEU 8% entre a última pesquisa (18 de setembro) e ontem (24 de setembro) - sendo que o Ciro chamou os sulistas literalmente de nazistas e GANHOU dois pontos! Isso significaria dizer que: 1) a tendência de alta do Bolsonaro no Sul foi contida; 2) não só a alta foi contida mas houve uma queda drástica na mesma medida; ou 3) ou não houve nada disso e o Haddad conseguiu virar no Paraná, que foi apenas um pouco menos anti-petista que Santa Catarina nas últimas eleições. Vocês sinceramente acreditam nisso?

Continuemos, e agora vamos para o Sudeste. Direto para a fatia mais cobiçada;
São Paulo
Bolsonaro 30%
Alckmin 13%
Haddad 13%
Branco/nulo 12%
Ciro 8%
NS/NR 8%
Marina 6%

Segundo Turno 2014
Aécio 64,31%
Dilma 36,69%
Branco/nulo 6,44%
Abstenções 20,51%

O Bolsonaro tem potencial para manter esse patamar - isso se não for atrapalhado pela melhor linha auxiliar que o PT jamais sonhou em ter: Geraldo Alckmin. Porque entende-se que o Alckmin tenha concentrado seus ataques ao Bolsonaro enquanto a candidatura do PT ainda não tinha se definido, mas uma vez que o Haddad foi "promovido", o que fez o picolé de chuchu? MANTEVE OS ATAQUES CONCENTRADOS NO BOLSONARO!!! Quando muito seus ataques ao PT se resumem a um "não votem no Bolsonaro, pois senão o PT ganha [e o PT é mau, ok?]" Não só está levando um merecido nabo em São Paulo, arriscando-se até a ficar em TERCEIRO caso o Haddad o supere por lá, como pode inclusive ser prejudicial para a campanha do Dória, pois a possibilidade dos bolsonaristas votarem no Skaf só de birra não pode ser desconsiderada.

Agora, a fatia mais importante:
Minas Gerais
Bolsonaro 29%
Haddad 16%
Branco/nulo 12%
Ciro 11%
NS/NR 9%
Alckmin 7%
Marina 6%

Segundo Turno 2014
Dilma: 52,41%
Aécio 47,59%
Branco/Nulo 5,03%
Abstenções 21,17%

O Aécio essencialmente perdeu as eleições em Minas, já disse isso várias vezes. O problema é que aqui a situação ainda continua MUITO apertada (Bolsonaro + Alckmin = 37% Haddad + Ciro + Marina = 33%). Pode ser que com o Fernando Pimentel perdendo para o Anastasia possa fazer com que o Bolsonaro finalmente vire o jogo em Minas (o que não acontece desde 2002). No entanto, temos que levar em conta que Minas terá a proeza de eleger Dilma Rousseff para o Senado (obrigado, Lewandovski e Renan Calheiros!)

Finalmente, a fatia mais surpreendente
Rio de Janeiro
Bolsonaro 37%
Branco/Nulo 14%
Haddad 11%
Ciro 10%
Marina 8%
NS/NR 8%
Alckmin 6%

Segundo Turno 2014
Dilma 54,94%
Aécio 45,06%
Brancos/nulos 13,29%
Abstenções 22,36%

Chama a atenção o altíssimo índice de brancos/nulos que o Rio teve em 2014. Dito isso, a soma do Haddad + Marina + Ciro + indecisos dá o percentual que somente o Bolsonaro tem agora! Indiscutivelmente o Rio não está mais na esfera de influência do PT. Ajudou muito para isso a divisão maciça da esquerda local - notadamente a Caviar, que se dividiu entre a Marina, o Ciro e o Boulos. Não se surpreendam caso uns 15% ou 20% desses resolvam anular no segundo turno...

Vou ficar devendo Espírito Santo. Vamos à região mais desimportante de todas: Centro-Oeste. No entanto, focarei no único estado que importa:

Goiás
Bolsonaro 35%
Haddad 15%
Branco/Nulo 10%
Ciro 9%
NS/NR 8%
Marina 6%
Alckmin 6%
Meirelles 6%

Segundo Turno 2014
Aécio 57,11%
Dilma 42,89%
Brancos/Nulos 6,29%
Abstenções 21,53%

Aqui temos os eleitores do Meirelles! Partindo do ponto que eles são mais propensos a eleger o Bolsonaro que o Haddad, acredito que o Bolsonaro, ao que tudo indica, aumentará esse percentual.

E lembrando uma coisa: a abstenção geral de 2014 foi em 19,4%, ocasionada sobretudo pelo enforcamento com Finados (mais o Dia do Servidor Público em algumas localidades). Nesse ano as eleições ocorrerão no Dia do Servidor Público (28) e Finados cairá na distante sexta-feira seguinte. Assim, a abstenção será menor.

A Dilma ganhou do Aécio por 3,5 milhões de votos. Dá para tirar a diferença? Dá  (sobretudo se o Alckmin parar de fazer merda), principalmente ao se confirmar a virada no Amazonas, Pará e Rio. Além disso, em tese o Bolsonaro terá a mão direita em Minas, com o Anastasia favorito para ganhar do Pimentel.




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