quarta-feira, outubro 05, 2011

System of a Down, parte 1 - A banda e ida para São Paulo.

Me lembro da primeira vez que ouvi falar deles. Foi logo na estreia do Riff MTV, com a Penélope Nova ainda peituda. Se bem me lembro, o programa foi uma tentativa de reaproximar os metaleiros da MTV depois de acabarem com o Fúria Metal e darem destaque para o pagode e axé. Deve ter sido no começo de 2002. O que me lembro é que um dos primeiros clipes do programa (se não o primeiro) foi exatamente "Chop Suey". Nunca gostei de nü metal (na época dizíamos "Alterna Metal"). Logo na introdução, quando vi o baixista (o Shavo) e o gutarrista (Daron) todo tatuado (é henna) pensei: xi, mais uma dessas :\. Mas aí veio o primeiro "wake up!". Fui ouvindo a música e até que gostei. Finalmente uma banda nova original e que não tinha os malditos scratches. E um vocalista que não era daqueles nü metal que apenas gritavam. E com um guitarrista que também cantava!

Avançando um pouco, mas ainda em 2002, já na Copa do Mundo. Foi no Brasil x Costa Rica (foi na madrugada, lembram?). Foi um dia extremamente bizarro, que começou com a garota de quem eu estava afim falando que tinha namorado e terminando com meu carro vazando água e indo pro guincho. Daí passei o dia todo bebendo no postinho da UnB. Até que uns amigos meus na época combinaram de ver o jogo na casa de um, no Lago Norte. Daí peguei carona com um, igualmente roqueiro, embora de tendências progressistas (gosta de Tool e Dream Theather). Até que, no CD que ele tinha feito e tava tocando no carro, toca "Chop Suey". E AMBOS: "Wake up! (Wake up!) blablablablablabla make up!". Outro sinal de que a banda era boa mesmo; afinal, duas pessoas com um gosto musical extremamente chato gostaram da música.

Depois eles fizeram o "Steal this Album!", que acho bem fraquinho. MAS, numa viagem que fiz para a Rússia no ano seguinte, um dos caras da excursão põe o álbum para tocar para mim, e na faixa que ele achava preferida, que é a "i-e-a-i-a-i-o" (por sinal, a música mais pedida que eles deixaram de tocar em São Paulo e no RIR). Surpresa: também gostei! Mas baixei o álbum e não vi tanta graça. O contentamento foi esfriando e me interessei por outras coisas.

Corta para 2005, para uma viagem que fiz para Buenos Aires. Em termos roqueiros foi fundamental na minha vida: 1) descobri o AC/DC do Bon Scott, o AC/DC que realmente é bom e que NUNCA passou direito na MTV; 2) fui no show do The White Stripes (sendo responsável por este humilde registro); 3) foi na época do Mesmerize e do lançamento de B.Y.O.B.. Nesse momento eu finalmente me rendi à banda. Porra, como que eles lançam o primeiro trabalho de um novo álbum com uma batida quase grindcore na parte do "Where the fuck are yoooou!?". Uma das primeiras coisas que fiz quando voltei pro Brasil foi baixar o álbum. E depois baixei o "Hypnotize", depois que fiquei apoplético com a faixa-título. Fiquei aguardando os caras tocarem no Brasil e nada... Até que veio o Rock in Rio.

Depois que confirmaram o Metallica, as bandas que eu queria que viessem eram o Depeche Mode e o SOAD, que estão voltando do hiato (pessoalmente acho que eles voltam pro hiato até o Obama perder as eleições no ano que vem). E veio o SOAD. E comprei o ingresso pro dia do SOAD (o Guns eu já vi em 2001 e já me considero por satisfeito).

MAS: 1) depois confirmaram um show em São Paulo. Se eu soubesse que eles tocariam em São Paulo eu nem teria comprado o ingresso pro RIR (porque eu ficaria num albergue, no que sairia - e saiu - bem mais em conta; além do que, nunca soube de assaltos a albergues paulistanos, ao contrário do Rio...); a um mês do festival, quando finalmente decido em qual hotel ficar e falo com meu agente, ele me retorna falando que os preços de todos os hotéis DOBRARAM DE PREÇO! Lasco o foda-se, mudo a passagem do Rio para São Paulo (e ainda ganhei algumas milhas e R$ 50 da passagem de volta!) e reservo em um albergue (decidi pelo 3dogs Hostel - que é muito bom, posso ficar mais vezes - por questões logísticas), pois quatro dias em albergue equivaleriam a uma diária em um hotel que eu ficaria ANTES DO PREÇO AUMENTAR. Também decido vender o ingresso.

Quanto a isso, devo uma satisfação às pessoas que vieram aqui: realmente estava vendendo, meia-entrada, e estava vendendo a preço de custo! MAS, houve a greve dos Correios, o que impossibilitou qualquer negócio que não em Brasília ou em SP, cidades em que eu estaria fisicamente. E em São Paulo eu não acessei o blog,  não vendo que chegaram nove (!) mensagens de pessoas desesperadas pelo ingresso. Acabei vendendo para um carioca que estava lá no albergue por R$ 100 (comprei por R$ 95 e lucrei pouco mais de 5%).

Vou na Paulista, compro o ingresso com a tal da taxa de conveniência (inteira R$ 240 - menos os R$ 100 da venda do ingresso do RIR ficou R$ 140; nada mal...) e parto para o show.

O dia do show foi tão ÉPICO que merece ser contado num post à parte. Aguardem.

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