sexta-feira, setembro 05, 2008

Eu gosto de Cu... ritiba

Falarei aqui do meu espanto que foi conhecer Curitiba. Mas antes disso uma definição de como são as cidades no Brasil:

1) Cidades microscópicas, as de até 10.000 habitantes
2) Cidades pequenas, entre 10 mil e 100 mil habitantes (dentre essas, classifico-as da seguinte maneira: as muito menores que Lavras, as ligeiramente menores que Lavras, as do mesmo porte de Lavras e as ligeiramente maiores que Lavras)
3) Cidades médias, de 100 mil até 500 mil (dentre essas, as cidades que são uma vez e meia Lavras, as que são o dobro que Lavras e as que têm segundo turno - caso de Betim)
4) Cidades grandes, de 500 mil até 3 milhões (subdivididas por sua vez em: Florianópolis, menos da metade de Brasília, menores que Brasília, do porte de Brasília e maiores que Brasília)
5) Cidades gigantes; ou seja, São Paulo e Rio de Janeiro.

Geralmente, as cidades grandes e gigantes que conheço ou foram originalmente planejadas e descambaram para o caos urbanístico (Belo Horizonte, Goiânia e, em menor grau, Brasília) ou já nasceram caóticas e com espasmos de planejamento (São Paulo e Rio de Janeiro). Mas Curitiba não se encaixa nesses dois grupos. Fundada ainda na colônia, possui hoje uns 3 milhões em sua área metropolitana, sendo uns 1.8 por conta própria. Daí* esperava um típico caos de metrópole brasileira, mas NÃO! Sou recebido com quarteirões com formato de quarteirões, calçadas bem-cuidadas e LIMPAS - aliás, como Florianópolis - além de praças extremamente bem-conservadas (se encontrei duas estátuas pichadas acho que estou exagerando; mas é preciso salientar que as placas indicativas não estavam lá - roubadas para serem derretidas ou apenas retiradas para manutenção?).

Então, peguei o ticket para o ônibus turístico. R$ 16, com direito a 5 utilizações sem dias limitados. Conheci dessa maneira as principais atrações da cidade: a Ópera de Arame, o Jardim Botânico - a estufa é menor do que parece - a Universidade Livre do Meio-Ambiente (construíram os alicerces em madeira, o que não gostei - quando a madeira começar a apodrecer e ser atacada por cupins como que vai ser?), os memoriais dos povos e os parques. Ah, os parques... Também são LIMPOS e BEM-CUIDADOS, mas o que mais me chamou a atenção foi o 'estoicismo' de seus prédios. Talvez seja essa a solução a ser generalizada: prédios sem fachada adornada são mais adequados para a nossa realidade, pois no momento em que estiverem com a tinta descamando e só passar outra mão que volta-se ao normal.

Não estou dizendo que Curitiba é perfeita. Tem violência sim (Alborghetti e Ratinho não fariam fama se a Grande Curitiba fosse um mar de rosas), tem favelas sim. Mas é um importante exemplo de que é possível sermos civilizados, com ruas limpas e bem-planejadas, além de espaços públicos decentes, apesar de tudo.

Existem outros segredos de Curitiba que não estou afim de falar (ai, ai, ai...), mas o meu recado final, na verdade um recado, é esse: Jaime Lerner, o sr. foi prefeito de Curitiba por três vezes e, graças a seu trabalho o sr. foi governador reeleito do Paraná, além de ter feito todos os seus sucessores pelo menos até 2012 (já que o Beto Richa vai ser reconduzido no dia 05). Hoje o sr. está merecidamente gozando de sua fama na iniciativa privada. Mas atenda as minhas súplicas: transfira seu domicílio para o DF e CANDIDATE-SE AO GOVERNO DAQUI!!! O SR. TEM MINHA CARTA BRANCA PARA FAZER O QUE LHE DER NA VENETA!

Nenhum comentário: