quinta-feira, fevereiro 12, 2009

O trote e o Brasil

Vamos lá, vou nadar contra a corrente: sou favorável a trotes. Claro que não àqueles com violência exacerbada, com atitudes contra a vontade do calouro, muito menos essa coisa ridícula de pedir dinheiro em sinal, mas a estréia na universidade de forma alguma deve passar em branco.

Vou citar um exemplo: nos EUA existem as famosas "fraternidades". Sejam com letras gregas (como a famosa "Lambda Lambda Lambda" em "A Vingança dos Nerds") ou não (como a "Skull and Bones" de Yale, com ex-membros ilustres como George Bush pai e filho), o rito de entrada nelas é bem pesado, geralmente incluindo bebedeiras homéricas, castigos físicos e humilhações públicas. Já viram alguma linha em qualquer lugar que condene esses rituais? Já ouviram falar de alguma universidade norte-americana que fizesse campanhas contra os "rituais de fraternidades"? Então...

Voltemos ao Brasil, onde não há essa tradição de fraternidades (que é alemã, originalmente - até que o Hitler acabou com elas), infelizmente. Aqui o trote é claramente inspirado nos trotes do exército (outro que também não falam nada - vide o sucesso de "Tropa de Elite"), onde mesmo quem não quer participar acaba sendo visado pelos veteranos e é aí que sofre mesmo. Depois se reclamar corre o risco de ser discriminado entre os colegas. Mas tirando essa coisa da violência não-consentida e dos abusos, por que não se trata o trote da mesma maneira que os ritos de entrada em fraternidades? Há muita hipocrisia aqui...

Outra coisa que acho extremamente babaca é o tal do "trote social", onde os calouros e os veteranos substituem o rito por uma ajuda a uma creche, doação de sangue, etc. Ou seja, uma bobagem politicamente correta. Vou dizer algo que será tido como maldade: existem ocasiões em que fazer o legal não é o bom. Porra, a pessoa ralou (ultimamente com o boom de universidades privadas e à distância nem tanto) pra chegar na faculdade e terá como rito de passagem doar sangue? Ah, pro inferno! Eu quero bebemorar, que pintem a minha cara, que raspem a minha cabeça!!! Não essa baboseira, como sempre, politicamente correta...

PELO TROTE COM CACHAÇA E TINTA GUACHE!!!

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