domingo, maio 08, 2005

A última do W. Bush

Antes que o Nelson Ascher elogie amanhã (ou na semana que vem) na Folha a mea culpa do Bush na Letônia sobre a divisão da Europa no pós-guerra aquiescida entre Roosevelt, Stalin e Churchill, vou escrever aqui defendendo a divisão.

Vamos lá: a II Guerra durou de 1939 a 1945. Uns sete anos portanto. Sim, a parte européia da URSS estava em frangalhos, ainda não tinha bomba atômica e os EUA + Inglaterra poderiam muito bem combatê-la e até ter dado um passeio, já que os EUA estavam intactos e sua economia com a guerra praticamente duplicou de tamanho.

MAS, existem dois poréns. O Primeiro, os EUA NÃO sabiam do estado da infra-estrutura soviética. Não me lembro quem, entre o Kissinger e o Hobsbawn, falou isso. Mas um dos dois ganha a bicicleta, como diria o Bozo (acho q o Hobs ganha). Aliás, até o Reagan, que o diabo o tenha, os EUA superestimaram a economia da URSS.

O segundo fator é uma coisa simples: guerra cansa. Perguntem ao Zapata. A maior guerra em morticínio cansa mais ainda. Se o W. Bush governasse os EUA na época a II guerra acabaria provavelmente em 1955, otimista, e nem assim haveria a certeza dos EUA ganharem. Imagine um jogo de WAR. Com a declaração de guerra pelos EUA, o Alasca invadiria a Kamchachka, cercaria Vladivostok e, com otimismo, chegaria em 5 anos até Omsk. Isso na frente leste. Se o frio até Moscou não é brincadeira, imagine o frio siberiano...

No front oeste com a instabilidade gerada contra os movimentos esquerdistas, esqueça aqueles governos de união nacional na Europa Ocidental. Óbvio que os partidos comunistas iriam sublevar-se, principalmente na Alemanha Ocidental, na França, na Itália e na Grécia. Mais mortes por um resultado incerto? Além disso, a tecnologia norte-americana, com excessão da bomba atômica, se encontrava no mesmo nível tecnológico que a da soviética...

Tudo isso me faz concluir que o Bush só falou isso pra agradar o povo do leste europeu, radicais paga-paus dos EUA. A preparação para a passagem do Bush por Tibilisi é de partir o coração. O Azerbaijão está tão longe da influência da Rússia quanto os países bálticos e nunca precisou fazer esse papel ridículo...

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