sábado, dezembro 31, 2011

System of a Down, parte 3 - O pós-show

Ia escrever esse artigo logo, mas como foram surgindo muitas coisas, acabei empurrando com a barriga. Mas tenho que terminar isso antes de 2011. Aqui estão a primeira e a segunda partes.

Terminado o show, fui seguindo a manada. Lembrando que minha meta era chegar na estação Butantã antes dela fechar às 1h. O show durou menos que 2h, mais ou menos 23h30. Como eu tinha mais ou menos o mapa daquela região na minha cabeça, eu sabia que a avenida eventualmente iria dar nela (ou num local muito parecido). E segui a multidão. Segui, segui, segui... Isso uns 10, 15 minutos. Até que ela foi rareando... Aí perguntei para um cara de uma van se a direção para onde estava indo era pro centro de São Paulo ou para Taboão da Serra. E ele me respondeu: 'é pra Taboão!'. Semi-puto, e não querendo gastar a fábula que gastei no táxi (foi uns R$ 40, e era bandeira 1 - naquela hora já deveria vigorar a bandeira 2). Fiz o caminho de volta e confirmei depois com um PM que aquela era a direção certa.

E fui andando, andando, andando... Era só, mas não estava só: havia uma multidão de preto se deslocando pro mesmo lugar. Por isso não me senti inseguro, apesar daquela avenida ser mais comercial e estar bem vazia). Deviam ser todos os metaleiros quebrados de São Paulo e Região Metropolitana. Ao meu lado, passavam vans fretadas, pessoas pegando táxis na louca, táxis lotados, etc. Eu, com uma garrafa de água geladíssima que usei primeiro para tirar a poeira levantada do show das minhas mãos e cara. Depois para beber moderadamente (não queria acabar com a minha garganta com aquela água trincando).

E fui andando, andando, andando... Me lembro que passei por um Habib's tomado por pessoas de preto. Até pensei em parar ali, comer alguma coisa e até chamar um táxi pra me levar pro albergue ou pro Butantã. Nãããão! Preferi continuar.

E fui andando, andando, andando... Até que a multidão que ia na mesma direção começou a rarear, já estava chegando na fatídica 1h, até que, milagrosamente, passa um táxi vazio! Três pessoas entram e eu pergunto: "posso ir também?". E fomos. Eram uma garota e dois outros rapazes. A garota e um cara de Guarulhos, e o outro da capital mesmo. Ninguém se conhecia. Pedimos pra tocar pro Butantã. Percebi na hora que o taxista enrolou a gente legal porque ele foi na direção da casa de show e acabou tentando deixar a gente numa estação que ainda não tinha sido inaugurada! (fiquei quieto porque: 1) não tinha muita opção pra reclamar no momento - ainda mais porque mal entramos começou a chover...; 2) mesmo enrolado, tinham mais 3 pessoas no táxi, e no rateio ia sair mais barato do que se fosse sozinho, como efetivamente saiu).

Daí a garota teve a ideia, aceita por todos, de pedir pro taxista levar a gente para a Av. Paulista, pois lá era território conhecido e de lá todos sabiam como voltar pra casa. Até que passamos pela estação Clínicas. Pedimos para ele parar, pagamos (deve ter dado uns R$ 10 pra cada) e descemos para estação...

... Para confirmar que ela já estava FECHADA!! Aí o grupo se desfez: os três foram a pé para a Paulista (que não era muito longe) e me sugeriam pegar um ônibus que passaria pela Ana Rosa e me deixaria praticamente na porta do albergue.

Fiquei uns 10 minutos na parada, que ficava na frente do cemitério, com um monte de pessoas esquisitas. Até que o tal ônibus passou, peguei e paguei R$ 2,90. Não foi barato o que paguei com o deslocamento, mas foi mais barato e infinitamente mais prático do que eu teria que fazer se fosse no Rock in Rio. O saldo foi altamente positivo.

Cheguei no albergue, comi umas porcarias que tinha comprado antes, e fui tomar banho. Eu tomando banho e a TERRA escorrendo. Meu cabelo estava duríssimo.

Foi um dia, e principalmente, uma noite, épica. Como faz tempo que não tinha. Serviu para reabilitar as viagens e os albergues, que não quero jamais parar de fazer.

Quero me lembrar de 2011 como um ano ótimo por quatro coisas: a Copa do Brasil ganha pelo Vasco, a minha bem-vinda sobrinha e esse dia. Ah, faltou a quarta? Essa fica pra 2012...

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