quinta-feira, setembro 15, 2011

Voto Distrital: abraçe essa campanha.

Eu já assinei  no abaixo-assinado pela implementação do voto distrital no Brasil  . Por quê?

Antes que diga o porquê, vou explicar o que acontece atualmente no Brasil. Para quem não sabe, aqui é assim: você vota no deputado (ou na legenda) e tem que torcer para que: 1) seu deputado esteja entre os mais votados do partido/coligação; 2) que o partido/coligação consiga atingir o quociente eleitoral na quantidade x que seu deputado entre. O que costuma acontecer?

1) O seu deputado não fica entre os mais votados, e o seu voto, caso o partido/coligação, consiga atingir o quociente eleitoral, irá para uma pessoa eleita que às vezes pode ser alguém que você odeie ou que não vai fazer nada pelo lugar em que você vive;

2) O seu deputado fica entre os mais votados em geral, mas como o partido/coligação não atingiu o quociente eleitoral, ele não entra;

2.1) Alguma coligação adversária entra com um puxador de votos (Enéas, Tiririca, Maluf, etc.) e consegue atingir o quociente eleitoral diversas vezes, fazendo com que sejam eleitos deputados federais com menos de 1000 votos (isso aconteceu em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, na primeira eleição do Enéas); enquanto que o seu, com 50000, fica fora.

E como funciona o voto distrital? Simples, o país é dividido em distritos, de acordo com a população apurada pelo IBGE. E cada distrito terá direito a eleger um deputado. Quais são as vantagens?

1) Você não terá que escolher um candidato dentre centenas, mas apenas, quando muito, um candidato por partido, o que reduz a escolha a, no máximo, 27 candidatos (quantidade de partidos que há no Brasil).

2) O candidato que tiver maior votação ganha, sem choro nem vela. Aliás, a campanha do voto distrital defende o segundo turno para escolha de parlamentares, o que acaba com a possibilidade de um deputado ser eleito com menos de 50% dos votos válidos.

3) "Mas as pessoas esquecem em quem votou!" Isso pode até continuar acontecendo no sistema distrital, mas aí o interlocutor pode perguntar: "mas quem é o deputado do seu distrito?". Assim, as pessoas se identificarão com o deputado de seu distrito, independente de terem votado nele ou não, e ele poderá ser cobrado por sua atuação.

4) Esse é muito importante para o povo que mora no interior: vocês já tiveram que escolher entre um representante que pode ajudar a região, mas é conhecido bandido, e votar em um cara que julgam honesto mas que não fará nada pela região? Pois bem, o voto distrital acabaria com esse dilema. Você vai votar na pessoa que acha que representará melhor sua região e, se ela não fizer seu papel, você passa a apoiar outra pessoa que faça isso.

5) Ao contrário do voto em lista que querem implementar (digamos que seu candidato seja o mais eleito do partido; isso não adiantará nada, pois ele pode ser o último da lista instituída do partido e não assumirá o mandato - geralmente os primeiros da lista serão diretores partidários que em circunstâncias normais não teriam nenhuma possibilidade de serem eleitos), o partido não terá como impor seu candidato preferido, mas o candidato com maior potencial de votos.

Claro que o voto distrital não é uma panaceia que acabará com todos os problemas do Brasil. Mas eu acho que adotando o voto distrital nossos problemas serão levados a outro patamar. Mais ou menos quando houve o fim da inflação: pudemos começar a tratar de outros problemas. Poderemos, por exemplo, tratar do desequilibrio da representação parlamentar entre os estados, da possibilidade de recall (nova eleição antes do período) para políticos que se mostrarem incompetentes, etc. Dê uma olhada no site e nos argumentos. Vale a pena.

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