segunda-feira, maio 10, 2010

Lembranças da adolescência - Mortal Kombat

Vou falar aqui de um jogo que marcou bastante a minha adolescência: Mortal Kombat. Criado pela Midway em 1992, seria futuramente um dos símbolos da década de 90 (para o melhor ou para o pior), junto com o Nirvana e a Image Comics. Consistia em um jogo de luta a la Street Fighter com personagens digitalizados e... Fatalities, movimento em que você matava o adversário no final da melhor de 3. Na época, sua violência explícita (embora não tenha sido o inventor do gênero foi o primeiro a atingir o mainstream) representou o choque que jogos como GTA e Bully ainda causam hoje.

Muitas pessoas fazem a típica crítica anacrônica ao jogo, seja comparando com os gráficos atuais seja pela violência acéfala que ele representou. Mas vou falar: o primeiro jogo sim, era legal pra caramba! Principalmente pela atmosfera de filme B de kung fu que exalava por todos os poros. Há até a conhecida lenda que teria sido influenciado pelo "Os Aventureiros do Bairro Proibido" (O Johnny Cage seria o Kurt Russel, a Sonya sua namorada, o Liu Kang o seu amigo chinês, o Shang Tsung o velho vilão e o Raiden um dos guerreiros do velho vilão que solta os raios). E foi legal. Minha única restrição, que é uma restrição geral a jogos de luta, é o uso de um botão para poder bloquear. Por que não colocar "pra trás" como no SFII?

Continuou sendo legal com Mortal Kombat 2, que manteve essa atmosfera de filme trash, já com alguns toques de ficção científica com o outworld, os fatalities continuaram sendo bem-feitos (o Liu Kang ganhou um maravilhoso, mas o meu preferido é aquele do Kung Lao que ele fatia a pessoa ao meio com seu chapéu) e houve a introdução galhofeira dos Friendships e Babalities. Infelizmente no MK seguinte a galhofa ganharia proporções ridículas...

Vamos ao MK3, o meu último. Infelizmente abandonaram o clima de kung fu para entrar de vez no de ficção científica, com direito a ninjas cibernéticos. O Sub Zero, o último dos ninjas, passou a ser um lutador "genérico" sem a máscara. Outra coisa foi a introdução do botão de corrida. Muito bom para os ratos de fliperama que adoram dar combos. Mas pra mim, cuja única habilidade pra isso é dar a voadora + "helicóptero" do Ryu foi uma dificuldade a mais.

Mas o principal problema do MK3 era os fatalities, que ficaram RIDÍCULOS - basta darem uma pesquisada no youtube para que vocês vejam o que estou falando -, incorporando o espírito da galhofa que eu falei no parágrafo anterior. E não me venham dizer, como alguns, que ficou ridículo porque os lutadores quando morrem soltam mais fêmures do que um corpo humano teria porque o MK2 também fazia o mesmo. Os fatalities é que ficaram ridículos mesmo, acabando com a graça do jogo.

Depois disso a série passou a ser 3d e acabou por completo o charme dos personagens digitalizados. Não por coincidência a série deixou de ser minimamente relevante.

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