sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Arrudagate - Político x Jurídico

Pois bem, o Marco Aurélio Mello, o maverick do STF, surpreendeu a todos e manteve a prisão do Arruda. A decisão definitiva do habeas corpus no Plenário do STF será na quarta-feira de Cinzas, e será histórica, mantendo ou revogando.

Independente disso, o Arruda já não tem nenhuma condição política de governar. Aliás, segundo o Cláudio Humberto, isso já (não) ocorria antes da prisão:

"Arruda já não mandava no
próprio governo

Nos últimos dias, José Roberto Arruda já não governava de fato. Ele se queixava da agenda vazia de compromissos, do telefone que não tocava, dos amigos desaparecidos. Ordens do governador, mesmo meramente administrativas, nem sequer eram acatadas por subordinados. Um deles, solicitado a “providenciar” o pagamento dos seus advogados de defesa, prometeu que o faria, mas depois nem atendia as ligações de Arruda."


A prova definitiva é que o Batista das Cooperativas (achou esse nome horrível? Existe um deputado estadual mineiro com a alcunha de "Pinduca"!) aceitou o andamento do processo de impeachment dele na CCJ da Câmara. Sinal de que a relação cargos no GDF x sobrevivência política já está ficando negativa pros excelentíssimos deputados distritais...


Antes disso, porém, o Arruda pediu afastamento (não renunciou) do GDF, com o Paulo Octávio assumindo o governo. Embora a situação do PO esteja um pouco melhor, já que (ainda) não apareceu imagens dele recebendo bolos de $$$ e nem provas de que coagiu ninguém, o ambiente político está péssimo para ele, já acumulando 4 pedidos de impeachment. E mais: existe a possibilidade inédita em tempos democráticos, de intervenção federal no Distrito Federal, também decidida pelo STF.


Nessa hora o tribunal julgará tudo não pelas circunstâncias jurídicas, mas pelas políticas. E a grande pergunta que os Excelentíssimos Ministros farão será: "Os indícios contra o Arruda, o Paulo Octávio, grande parte do GDF e a Câmara Legislativa são suficientes para garantir a legitimidade do governo?". Se a resposta for "não" para todos eles, que venha a intervenção.


E aí a coisa será com o Lula, que poderá decretar ou não a intervenção. Decretando, ele tem duas soluções: nomear um interventor de um partido aliado para dar uma força e palanque para a Dilma (ex: Tadeu Filipelli - nessas horas felizmente agradeço Horriz ter saído do PMDB e ter ido para um partido pequeno... O PSC não tem força nem atrativos o bastante para o Lula ficar puxando o saco) ou ficar no PT mesmo.


Se for esperto (e isso o Lula é), ele poderia nomear o Sigmaringa Seixas, que é do PT, do círculo íntimo de amizades do Lula e pode-se dizer que é um dos dois únicos políticos do DF de quem ninguém nunca ouviu nenhuma denúncia de corrupção (o outro é o Reguffe, que se candidatará a deputado federal - que consiga uma boa legenda!). Além disso, a carreira política do Sig é meio titubeante (ganha uma eleição aqui, perde outra acolá...), e o Lula bem que poderia dar essa forcinha pra ele.


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