domingo, agosto 03, 2008

crise nos EUA, Crise na China

Os EUA estão em crise econômica. Isso é certo, não? Pois é, o capitalismo tem dessas coisas. Há quem acredite que um dia chegará o 'Big One' e o sistema mudará de vez - para o comunismo, talvez. Outros, entre os quais me incluo, acham que as crises servem para eliminar de uma vez por todas o que está dando errado e partir para uma aprimoração do sistema.

Mas todos concordam que, de uma forma ou de outra, os EUA sairão da crise. Quanto tempo para isso? Não faço a mínima idéia. Outro ponto pacífico é que a crise econômica, por mais duradoura que seja, não irá mudar o sistema político deles - salvo uma catástrofe natural que mude radicalmente o mundo, mas aí as circunstâncias serão outras. Lembrando que a mudança mais importante na democracia norte-americana, que foi a universalização dos direitos civis aconteceu em um dos maiores períodos de bonança econômica do Século XX.

Aí volto minhas atenções para a China. Atenções? Não, temores é um termo melhor. Não sei se já disse aqui, mas compartilho da opinião dos chineses de que eles estão apenas tomando a posição no mundo que era naturalmente deles até a dinastia Qing (e acrescento: a Índia também - a Rússia talvez, pois a questão demográfica ali é gravíssima). Porém uma eventual crise econômica chinesa me preocupa deveras.

Imaginem algo como uma bolha fincanceira parecida do Japão no início da década de 90 estourando. Ou então essa do subprime nos EUA. Eu acho perfeitamente plausível, haja visto a quantidade de gruas no império do meio. Mas voltando: a crise chega, os empregados são demitidos, os imigrantes são hostilizados. E começam descontentamentos e eventuais pequenos protestos. Mas a China tem um particular: um 'pequeno' protesto pode facilmente chegar a dezenas de milhares de pessoas. Duvidam? Agora imaginem o seguinte: algum soldado raso dá desavisadamente um tiro em alguém. Começa a correria e os 'atropelamentos humanos'. Resultado: milhares de pessoas morrem. Tá, o governo consegue censurar a internet, o noticiário, o escambau. Mas nenhuma censura é perfeita. Outro exemplo: um determinado setor de trabalhadores prejudicados e minimamente articulados consegue organizar 'pequenos' protestos em cidades 'médias' do interior. Conseguindo mobilizar as massas, meus amigos, já estão abertas as portas para uma rebelião, aí já lembrando os protestos a Coréia do Sul nos anos 80. 1% da população protestando contra o governo são 13 milhões de pessoas! Uma eventual repressão mataria, por baixo, 500 mil!!

Bom, termino aqui. No próximo post direi por que apesar de tudo ainda acredito que o Brasil está melhor do que poderíamos pensar.

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