segunda-feira, outubro 15, 2018

Notas sobre as eleições federais (16) - Elogio ao WhatsApp

Em 2008 e 2012 Barack Obama utilizou-se da internet para se (re-)eleger presidente dos EUA. Em 2016, os republicanos (na verdade o Trump - a cúpula partidária foi contra o topetudo laranja até o último momento) usou das mesmas táticas, valendo-se da trindade Facebook, Twitter e Google (pelo YouTube) para fazer o mesmo. Eleitoralmente, o Trump ganhou no Cinturão da Ferrugem, mas na internet, ele ganhou foi nos memes - principalmente o site-lixo mais influente da internet, o 4chan.

Imagem acima, como o pessoal do 4chan viu a história toda.

Pois bem: como é público e notório (e se você não sabia disso, dê uma olhada na primeira conferência semanal interna do Google após a eleição do Trump, com os principais nomes do Google - incluindo fundadores, CEO e CFO -tentando consolar os empregados e falando que "vão tomar atitudes" para que isso não ocorra https://www.youtube.com/watch?v=-he5S1UFeC8), TODO o Vale do Silício é de esquerda, e eles atribuem a vitória do Trump ao fato de que "hackers russos" influenciaram os eleitores americanos a votarem no Trump baseados em "fake news". A partir daí, passaram a fazer uma legítima caça as bruxas aos supostos sites de "fake news" (na verdade, conservadores), desde restringir o alcance de canais/pessoas conservadores (o mais famoso caso foi com o Prager University, onde inclusive estão levando processo - se você não conhece os vídeos do Praguer, recomendo avidamente) ou até excluindo-os, como no caso do mais que controverso Alex Jones, que, estranhamente, teve suas contas removidas da Apple, Facebook, YouTube e Spotfy NO MESMO DIA 06 DE AGOSTO (o Twitter demorou um pouco mais para excluí-lo - e sabe-se lá o porquê que o Google ainda mantém aplicativo do InfoWars, tendo excluído o Gab por ser "supremacista").

O Facebook (em cuja versão brasileira já não mais se pode dizer a palavra "viado" sem tomar ban, não pode mais fazer citações bíblicas literais condenando o homossexualismo e que tem como nome de salas de reuniões "Zumbi dos Palmares", "Marielle Franco" e "Respeita as Mina"), para combater essas "fake news", fez convênios com supostas agências verificadoras "isentas", como a Agência Lupa, que fica hospedada no site da Revista (ó!) de esquerda Piauí, da família co-proprietária do Banco Itaú Moreira Salles (que é tão ou mais esquerdista que a outra família, a Setúbal), mas de alguma maneira é considerada "isenta". O Mark Zuckerberg inclusive disse que nas eleições brasileiras ocorreria o grande teste de combate à "fake news". E parecia estar tudo ocorrendo nos conformes, com exclusão de contas ligadas ao MBL, contas de conservadores como o Olavo de Carvalho, Nando Moura e Bernardo Küster sendo devidamente banidas por 30 dias no início das eleições "porque sim"...

O problema é que, ao contrário dos EUA, a principal ferramenta de comunicação no Brasil não é o Facebook, muito menos o Twitter (e o Nando Moura está grande demais no momento para cair no Youtube). Aqui, o que manda é o "ZapZap". Por mais que o WhatsApp seja do Facebook, por mais que os fundadores do WhatsApp tenham saído da empresa em desacordo com as ideias do Zuckerberg para o aplicativo (ver aqui e aqui), não houve tempo hábil para o Zuckerberg implantar o seu pacote de maldades.

Em tese dá para se ser banido sim do WhatsApp, mas o processo é tão complicado e tão pouco divulgado que praticamente nunca acontece. Além disso, mesmo que não fosse, até pela característica do aplicativo (é mais uma caixa de ressonância que uma comunidade aberta), não iria funcionar a contento.

A campanha do Bolsonaro não só aprendeu a utilizar a internet da maneira com que os republicanos a usaram, como fez a devida e correta adaptação aos trópicos. E é exatamente por isso que o Haddad está chiando tanto com o aplicativo: eles esperavam uma campanha à americana, mas os principais cabos eleitorais são os Tiozões do Zap.


Nenhum comentário: