sexta-feira, novembro 17, 2017

O Gato de Schrödinger II - Mais fatos

Como disse no post anterior, a Dilma teve 54,5 milhões de votos, contra 51 do Aécio. É razoável que tanto o PT como o PSDB terão MENOS em 2018 que em 2014. A questão é: quantos votos a menos terão?
No caso do PSDB é difícil saber, pois o principal responsável pela queda em 2018 será o sr. Aécio Neves - por mais que outros tucanos graúdos tenham sido denunciados na Lava-Jato. Obviamente, o PSDB cairá MENOS que o PT em 2018, pelos seguintes motivos: 1) não foi o PSDB quem cometeu o maior estelionato eleitoral da história da Nova (((República))); 2) está ocorrendo algum sucesso - não sem razão - em escolher o Aécio como bode expiatório do partido; 3) ao contrário do PT, o PSDB está claramente dividido - na questão do Aécio, no apoio ao Temer, cabeças brancas x cabeças pretas, etc. Em uma estimativa conservadora, acredito que o PSDB perderá 5 milhões de votos em 2018
E o PT? Bem, no caso dele é mais fácil fazer uma previsão, bastando usar o... PSDB como base. Até porque o próprio PSDB também cometeu estelionato eleitoral durante a reeleição do Fernando Henrique, lembram? Vamos às eleições de 1998:
Fernando Henrique - 36 milhões (53,6%)
Lula - 21,2 milhões (31,7%)
Ciro Gomes - 7,4 milhões (11%)
Agora, 2002:
Lula - 52,7 milhões (61,3%)
Serra - 33,4 milhões (38,7%)
Ou seja: com um estelionato eleitoral bem menos grave que o da Dilma (lembrando que em 1999, mesmo com a maxidesvalorização, a economia apenas ficou estagnada), o PSDB perdeu quase 10% dos eleitores de 1998. É plausível esperar, também numa estimativa conservadora, que o PT perca 20% de seus eleitores em 2018 (a crise foi pior, houve impeachment, etc.), o que dá aproximadamente 11 milhões de eleitores.

Assim, extraordinários 16 milhões de votos de eleitores decepcionados estão em disputa. Esses votos não irão nem para o PT, nem para o PSDB.

E tem mais uma coisa. Abro um parêntesis aqui para a importância de se fazer campanha entre os que não irão votar. Vejam esses dados:
1998 -
Brancos e Nulos - 15,4 milhões (18,7%)
Abstenções - 22,8 milhões (21,49%)
2002 -
Brancos e Nulos - 5,5 milhões (6%)
Abstenções - 20,4 milhões (20,47%)
É claro que grande parte da diferença entre brancos/nulos foi causada pela implantação da urna eletrônica, e que pode ter havido um apuramento no cadastro de eleitores e em menos erros para os analfabetos/semi-analfabetos. Fato é: 12,3 milhões de pessoas que não votaram ou não escolheram nenhum candidato em 1998 podem muito bem ter decidido pelo Lula em 2002. E isso num cenário onde era perfeitamente possível ter havido um cenário de anomia pós-estelionato e esse numero ter subido.
Vamos às contas:
Lula/98 - 21,2
10%FHC  3
Ciro          7,4
B/N/A     12,3
                42,9

PS: o Lula pode ter carisma, mas perdeu uma coisa com o impeachment: o PT saiu do poder e o Bolsa-Família não acabou...

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