quarta-feira, novembro 16, 2016

Fatwa Sinistra 1: extrema-direita

Nos últimos dois anos do Facebook eu me apropriei culturalmente da fatwa muçulmana. Por exemplo: todas as pessoas que são vegetarianas que não o sejam por questões religiosas ou de saúde são FILHAS DA PUTA. Acredito que haja algo razoável aqui, certo?

Pois bem: essa será a minha primeira Fatwa do Blog:

"Toda pessoa que falar que algo/alguém é de 'extrema-direita', tem a obrigação de, ao menos, apontar outro algo/alguém que seja apenas de 'direita' e algo/alguém que seja de 'centro-direita'. Caso contrário, ela é uma FILHA DA PUTA.

Parágrafo único: o mesmo vale para o espectro da esquerda".

Virou moda agora apontar qualquer pessoa, preferencialmente aquela quem a pessoa não gosta, de extrema-direita. Por exemplo: Jair Bolsonaro é de 'extrema-direita', certo? Ok, então quem seria o político brasileiro representativo da 'direita'? A primeira pessoa que vem à minha mente é o Ronaldo Caiado. Mas aí também há todos os evangélicos que são liberais na economia e conservadores nos costumes... Eles podem muito bem ser considerados a "direita clássica".

Então quem seria de "centro-direita"? Aécio Neves!? Nem a pau! Esse é centro-esquerda convicto - como, aliás, TODO o PSDB. Centro-direita, centro-direita... Acho que seriam todos os políticos mais à direita que sejam simpáticos às políticas sociais, tipo Bolsa-Família. Mas até aí todos os citados no parágrafo anterior, mesmo o Bolsonaro, são favoráveis. Então talvez seja o caso de colocar o Bolsonaro como de "direita" e o resto acima citados de "centro-direita".

Quanto ao espectro da esquerda, esse é facílimo:

Extrema-esquerda: PCB, PCO, PSTU e PCdoB

Esquerda: PSol (em borderline com a extrema-esquerda), PT, PSB e PDT.

Centro-esquerda: PSDB, PPS, PMDB.

Quanto ao "centro-centro", eu acho tão implausível a sua existência quanto à de um bissexual "50-50".

Outra pergunta é se é possível ser mais de "extrema-direita" que o Bolsonaro. Quem seriam os candidatos? A TFP? Não,

Escrevo tudo isso para mandar à puta que o pariu toda a imprensa que está escrevendo que o Steve Bannon, chefe de campanha e futuro consultor sênior do Donald Trump (além de detentor de parte dos direitos de transmissão da série Seinfeld), era CEO de um site de "extrema-direita".

O site em questão é o Breitbart, e querer considerá-lo de "extrema-direita" é uma piada, pelos seguintes motivos:

1) O site não é racista. "Ah, mas os muçulmanos!". Até onde eu saiba, o islamismo é uma RELIGIÃO, não uma RAÇA

2) O site é não é homofóbico. Muito pelo contrário, aliás: o finado Andrew Breitbart sempre foi reconhecido como um dos maiores apoiadores dos gays conservadores.

3) O site não é machista. Bem, talvez o Milo Yannopolous o seja, mas ele o é como todo gay.

4) Para não falar que o site, ao contrário de boa parte da oposição republicana ao Obama, nunca aceitou a hipótese de o Barack Obama ter nascido em outro país que não fosse os EUA*

*Aliás, esse assunto foi um dos responsáveis por um dos momentos mais engraçados da campanha, quando a imprensa estava especulando que o Trump não acreditava nisso. Ele convocou uma entrevista coletiva para esclarecer a situação e, em vez de ir direto ao ponto, mostrou o apoio de vários militares com a maior condecoração possível (a "Medal of Honor") a ele. No final, quando várias emissoras já tinham desistido de transmitir o evento ao vivo, ele finalmente solta a declaração - e jogando a culpa na Hillary. O vídeo esclarecendo a trollada está aqui.

Conclusão: o site é de DIREITA tão-somente, e muito dessa gritaria da imprensa é porque: 1) ele ajudou o Trump a ganhar a eleição; e 2) ele fez TODA a imprensa mainstream MUNDIAL passar a maior vergonha de sua história. Eles nunca vão perdoá-lo por isso.

PS: querem ver o que é extrema-direita de verdade? Divirtam-se.



Nenhum comentário: