quinta-feira, abril 15, 2010

Baixem/Comprem ONTEM Judas Priest - Nostradamus

Faz tempo que não falo de música, não? Pois é... Devia falar do show do Franz Ferdinand, que fui e achei ótimo (raro ver uma banda gringa no auge de sua capacidade fazendo um show em Brasília - isso não acontecia talvez desde o show do Kreator no finado Gran Circo Lar, em fins dos anos 80, ou do 'Man or Astroman?' em fins da década de 90)...

Mas quero falar de algo mais profundo: o metal. Ritmo que marcou a minha adolescência, é nítida a sua decadência e quase-morte. Sério, qual foi a última banda realmente BOA a surgir/alcançar o estrelato na década passada? System of a Down, talvez? Mas eles estão em hiato desde 2006, após os MARAVILHOSOS Mesmerize/Hypnotize (o meu preferido é o Hypnotize)... Sério, o horizonte não é nada animador...

O metal só não morreu porque as bandas que o sustentam ainda estão firmes e fortes. Porém, estão lançando apenas álbuns genéricos e sem personalidade (Slayer), sem capacidade para fazer uma edição de som decente (Metallica) ou nítida decadência (Iron Maiden - em A Matter of Life and Death eles galopeiam, quando costumavam cavalgar, como bem disse uma crítica). Aí passo ao Judas Priest. Sim, o Halford não consegue mais os agudos do Painkiller, mas quem disse que a voz dele se resume aos agudos? Sua volta ao Padre Judas dava sinais que tinha sido alvissareira no álbum anterior Angel of Retribution, metade maravilhoso (Judas Rising, Angel, Hellrider, Loch Ness) metade mais ou menos.

Fizeram turnê, coisa e tal, e voltaram para o estúdio para gravar outro álbum, o primeiro conceitual (história de Nostradamus, dããã!), mas as idéias fluiram tanto que o álbum ficou duplo. Também mostraram que acompanhavam a cena metaleira da europa, principalmente a black metal, e cairam com tudo no uso dos teclados (já usados em menor escala em músicas como Touch of Evil). Resultado: Nostradamus, o álbum, é ÉPICO!

Devo confessar que gostei menos do primeiro álbum, apesar dele conter a primeira música que me cativou: "Awakening/Revelations" (acho uma graça a rima de "Pandora's box" com "paradox"!) . Sim, o álbum contém muitas "músicas-intervalo", e isso dá um charme danado, por incrível que pareça.

O segundo álbum... Já começa com que acho a melhor (dupla) música: "Solitude/Exiled". A carga dramática que o Halford põe quando canta acredito que seja única no rock e rara na música (quando vi uma tal de Maria Gadu ASSASSINANDO "Ne me quitte pas" me deu pena de não ter vivido para ouvir a Maysa cantando....). Acho que a única falha dos dois álbuns é a "Future of Mainkind", depois da porrada que é "Calm Before the Storm/Nostradamus". Ficou um desfecho pra lá de anticlimático...

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