Surpreendentemente a Veja não fez nada de anormal no segundo turno do ano passado. Fez campanha contra o Lula, mas não passou dos limites, como naquela vez que pôs na legenda de uma foto de uma universitária gaúcha protestando por "melhores condições de estudo" como sendo uma "participante de um protesto pelo impeachment do Lula" - depois ela acabou se filiando à UJS (tá vendo? Não tivesse a adulteração ela não teria feito essa cagada). Talvez até pela minha saída do nicho universitário* e pela minha guinada para o centro, deixando de querer mudar o mundo para me adaptar a ele, eu até tenha concordado com a maioria das coisas que tão saindo por lá.
Até que eles lançam a seguinte gracinha nos obtuários:
"Morreram: dom Ivo Lorscheiter, bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Durante o regime militar, à frente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele denunciou as torturas e os assassinatos de esquerdistas nos porões dos quartéis. Lorscheiter foi um dos principais defensores da Teologia da Libertação, uma excrescência saída da cabeça de padres ideólogos latino-americanos que tentava conciliar cristianismo e marxismo. O suporte à Teologia da Libertação lhe valeu uma admoestação do papa João Paulo II, que o alertou, na qualidade de presidente da CNBB, para os riscos da politização do Evangelho. O bispo também apoiou a criação de bandos armados que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, deram origem ao MST. Dia 5, aos 79 anos, de falência de múltiplos órgãos, em Santa Maria."
Já começaram a se assanhar... Tudo bem que o que está em itálico é a crença pública e notória do povo da Veja. Mas uma coisa que não dá pra aguentar é que eles fiquem expondo suas ladainhas em um obituário. Isso é algo que me deixa extremamente puto, porque é uma falta de respeito com o falecido. Independente de quem tenha sido (tá bom, a menos que o defunto tenha sido um filho da puta daqueles, o que definitivamente não é o caso), nessas horas não se dá para ficar falando isso. Um contra-exemplo: pichar o Luis Eduardo Magalhães na época da sua morte por ter votado contra o impeachment do Collor. Devido a isso, esse é meu motivo semestral para odiar a Veja.
*Será que virarei um conservador? Ainda não posso dar essa resposta.
quarta-feira, março 14, 2007
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