sábado, novembro 26, 2016

Aviso importante

Gostaria de informar que, às 17:10 do dia 26 de novembro de 2016, Fidel Castro continua morto.

quarta-feira, novembro 16, 2016

Fatwa Sinistra 1: extrema-direita

Nos últimos dois anos do Facebook eu me apropriei culturalmente da fatwa muçulmana. Por exemplo: todas as pessoas que são vegetarianas que não o sejam por questões religiosas ou de saúde são FILHAS DA PUTA. Acredito que haja algo razoável aqui, certo?

Pois bem: essa será a minha primeira Fatwa do Blog:

"Toda pessoa que falar que algo/alguém é de 'extrema-direita', tem a obrigação de, ao menos, apontar outro algo/alguém que seja apenas de 'direita' e algo/alguém que seja de 'centro-direita'. Caso contrário, ela é uma FILHA DA PUTA.

Parágrafo único: o mesmo vale para o espectro da esquerda".

Virou moda agora apontar qualquer pessoa, preferencialmente aquela quem a pessoa não gosta, de extrema-direita. Por exemplo: Jair Bolsonaro é de 'extrema-direita', certo? Ok, então quem seria o político brasileiro representativo da 'direita'? A primeira pessoa que vem à minha mente é o Ronaldo Caiado. Mas aí também há todos os evangélicos que são liberais na economia e conservadores nos costumes... Eles podem muito bem ser considerados a "direita clássica".

Então quem seria de "centro-direita"? Aécio Neves!? Nem a pau! Esse é centro-esquerda convicto - como, aliás, TODO o PSDB. Centro-direita, centro-direita... Acho que seriam todos os políticos mais à direita que sejam simpáticos às políticas sociais, tipo Bolsa-Família. Mas até aí todos os citados no parágrafo anterior, mesmo o Bolsonaro, são favoráveis. Então talvez seja o caso de colocar o Bolsonaro como de "direita" e o resto acima citados de "centro-direita".

Quanto ao espectro da esquerda, esse é facílimo:

Extrema-esquerda: PCB, PCO, PSTU e PCdoB

Esquerda: PSol (em borderline com a extrema-esquerda), PT, PSB e PDT.

Centro-esquerda: PSDB, PPS, PMDB.

Quanto ao "centro-centro", eu acho tão implausível a sua existência quanto à de um bissexual "50-50".

Outra pergunta é se é possível ser mais de "extrema-direita" que o Bolsonaro. Quem seriam os candidatos? A TFP? Não,

Escrevo tudo isso para mandar à puta que o pariu toda a imprensa que está escrevendo que o Steve Bannon, chefe de campanha e futuro consultor sênior do Donald Trump (além de detentor de parte dos direitos de transmissão da série Seinfeld), era CEO de um site de "extrema-direita".

O site em questão é o Breitbart, e querer considerá-lo de "extrema-direita" é uma piada, pelos seguintes motivos:

1) O site não é racista. "Ah, mas os muçulmanos!". Até onde eu saiba, o islamismo é uma RELIGIÃO, não uma RAÇA

2) O site é não é homofóbico. Muito pelo contrário, aliás: o finado Andrew Breitbart sempre foi reconhecido como um dos maiores apoiadores dos gays conservadores.

3) O site não é machista. Bem, talvez o Milo Yannopolous o seja, mas ele o é como todo gay.

4) Para não falar que o site, ao contrário de boa parte da oposição republicana ao Obama, nunca aceitou a hipótese de o Barack Obama ter nascido em outro país que não fosse os EUA*

*Aliás, esse assunto foi um dos responsáveis por um dos momentos mais engraçados da campanha, quando a imprensa estava especulando que o Trump não acreditava nisso. Ele convocou uma entrevista coletiva para esclarecer a situação e, em vez de ir direto ao ponto, mostrou o apoio de vários militares com a maior condecoração possível (a "Medal of Honor") a ele. No final, quando várias emissoras já tinham desistido de transmitir o evento ao vivo, ele finalmente solta a declaração - e jogando a culpa na Hillary. O vídeo esclarecendo a trollada está aqui.

Conclusão: o site é de DIREITA tão-somente, e muito dessa gritaria da imprensa é porque: 1) ele ajudou o Trump a ganhar a eleição; e 2) ele fez TODA a imprensa mainstream MUNDIAL passar a maior vergonha de sua história. Eles nunca vão perdoá-lo por isso.

PS: querem ver o que é extrema-direita de verdade? Divirtam-se.



quinta-feira, novembro 10, 2016

Vitória do Trump!

O Trump conseguiu talvez a maior façanha política da história dos Estados Unidos. Exagero meu?

1) Ele derrotou o establishment do Partido Republicano.
Para qualquer acompanhante atento da política dos EUA - sobretudo aqueles que NÃO se fiam na CNN ou no que a mídia brasileira noticia sobre os EUA (o que é a mesma coisa) - sabe que o Trump NUNCA foi o candidato preferido da elite partidária. Quem eles queriam ver candidato era ou o Marco Rubio, o Ted Cruz ou o Jeb(!) Bush. Esses três gastaram mais de 100 milhões de dólares nas primárias. O Trump conseguiu derrotá-los com menos de 50 milhões. Para não falar na mais escandalosa "cristianização" (google) que tentaram fazer com ele naquele período das denúncias de assédio*.

*E sinceramente: essas mulheres não só tiveram todas as primárias republicanas para atacar o Trump mas também toda a vida pregressa dele como celebridade de TV. Como querem que eu acredite nelas levando isso em conta.

2) Ele derrotou parte da imprensa CONSERVADORA americana
Os EUA realmente têm uma imprensa conservadora de verdade, ao contrário da do Brasil. Mas parte dela também não engoliu o Trump nas primárias. Elas atendem pela alcunha de Glenn Beck - cuja bordoada foi tão grande que passou a enxergar cada vez mais coisas positivas no Obama - e, surpresa!, a Fox News. Nesse caso, até o ponto de ele se recusar a comparecer a um debate nas primárias organizado por eles.

3) Ele derrotou os Irmãos Koch.
Você não conhece eles? São o equivalente ao George Soros da direita. Donos da maior companhia de capital fechado do mundo, simplesmente esnobaram o Trump nas primárias.

Esse foram os principais inimigos do Trump nas primárias. Quando a campanha passou a ser contra a Hillary Clinton, ele também derrotou:

4) A imprensa tradicional - não só americana
Sem comentários. Sobretudo, no Brasil - e caramba, Antagonista! Tudo bem que eu já desconfiava que o ódio do Diogo Mainardi contra ele era pelo fato de achar o topetudo o Doppelgänger do Silvio Berlusconi. Mas há uma diferença aqui: o Trump, apesar de aparentemente também ter problemas em manter suas cuecas no lugar, foi garfado em U$ 20 milhões mais uma pensão anual de U$ 350 mil por ter traído sua primeira mulher, Ivana "não fique com pena, fique com tudo" Trump.

5) Todo o Vale do Silício
Com a honrosa exceção de Peter Thiel, fundador do PayPal, que em discurso na convenção do Partido Republicano disse as famosas palavras: "Tenho orgulho de ser gay. Tenho orgulho de ser republicano. Mas sobretudo tenho orgulho de ser americano".
(Aliás, quem pensa que o Trump é homofóbico por favor me mostre ao menos UMA fala dele nesse sentido. Finalmente, não pensem que os gays são um grupo politicamente monolítico: aqui um vídeo pro-Trump feito pelo jornalista/polemista gay britânico Milo Yannopolous que fez a "Turnê da Bicha Perigosa" nas universidades americanas defendendo o "Daddy". Outro ponto crucial nesse sentido foi a saída do armário do dono de outro site conservador (The Gateway Pundit) Jim Hoft após o massacre em Orlando. Existe vida no ativismo gay além de Jean Wyllys, galera!).

6) Toda a indústria do entretenimento
Salvo gatos pingados. O abaixo-assinado de atores de diferentes épocas da série Jornada nas Estrelas contra o Trump foi algo asqueroso. Caramba, há nerds republicanos também, sabiam? E o fato dos principais nomes, como o William Shatner ou o Patrick Stewart terem sido safos o bastante para não cair nessa armadilha (republicanos ou - provavelmente - democartas, são espertos o bastante para não desagradar potenciais 50% do seu público) diz muito da besteira que isso foi.

7) Wall Street
Alguns nomes: George Soros, Mike Bloomberg, Warren Buffett. Todos com a Hillary.



(Depois de mais de dois meses após eu sair do Facebook, pretendo retomar esse blog, com algumas coisas que potencialmente postaria lá. Fiquem ligados).