Recado

O trabalho para escrever comentários sempre foi e sempre será MAIOR do que eu tenho para APAGAR comentários. Nem perco tempo lendo tudo, flw? :) De resto, bom saber que meu blog ainda é lido mesmo com os erros de português/estrutura (como o Google Ads ainda não me deu nenhum puto não tenho obrigação de escrever bem de graça) e tendo apagado quaisquer referências pessoais com nome e sobrenome (apelido não é referência pessoal, qualquer um pode ter) - já que sou anônimo, retirei todas as referências a pessoas não públicas. É a segunda notícia boa que tenho hoje :)

Pessoas matam, videogames NÃO!!! - Ou, PAU NO CU DA REDE RECORD DE TELEVISÃO

Era para eu estar dormindo. Ou então era para estar falando empolgado da quadra de shows maravilhosos que aconteceram em Brasília (é, o real valorizado tem suas vantagens...): Iron Maiden, Sepultura/Ozzy Osbourne e Motörhead. Mas não. Eu tenho que lembrar nessas horas que o subdesenvolvimento não significa apenas ser pobre de dinheiro, mas ser pobre de INTELIGÊNCIA e CARÁTER.

Mas antes falo um pouco sobre o infalável: o Massacre de Realengo. Foi uma tragédia que infelizmente poderia acontecer em qualquer lugar do mundo, e aconteceu aqui. Minha explicação sobre o inexplicável é a seguinte: 1) o cara tinha histórico de problemas psiquiátricos na família (mãe que deixou ele com família adotiva), e essas coisas podem ser hereditárias (no caso era); 2) ele foi criado em um ambiente altamente repressor - a saber, Testemunhas de Jeová (que, além de encherem o saco de todas as pessoas batendo de porta em porta nos fins de semana, NÃO celebram o Natal, NÃO celebram aniversários, celebram a sexta-feira santa como "Celebração da Morte de Cristo" e tratam com desprezo/nojo TODOS os apóstatas - pessoas que deixam a seita); 3) foi vítima pesada de bullying ; e 4) era virgem numa cidade altamente sexualizada (Rio de Janeiro) - e acho que o fato de ter sido criado em uma seita crente influenciou em muito para que, em vez de usar o dinheiro pra comprar uma arma, ter gasto com uma puta (nos EUA não há essa válvula de escape, e talvez por isso haja tantos massacres...). Uma razão sozinha muito provavelmente não faria um assassino, mas todas elas formaram uma bomba em potencial.

Quando soube desse massacre, além da consternação, minha primeira relação foi dizer: "é batata que a mídia vai culpar os 'jogos violentos' pelo massacre". Me lembro que a defesa atribuiu o ato daquele assassino do Morumbi ao fato dele jogar Duke Nuken (principalmente naquela "parte do cinema" na primeira fase), isso PASSOU no Jornal Nacional e o jogo acabou sendo proibido - claro que o fato do cidadão ter PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS e ser USUÁRIO DE COCAÍNA não parecem ter sido determinantes...

Anos depois eu vi uma reportagem da Band condenando o fato do GTA San Andreas, "da Sony", ser jogado por menores em Lan Houses por todo o Brasil. Ignorando o fato do GTA NÃO ser da Sony (é da Rockstar), na época o Playstation NÃO ser comercializado oficialmente no Brasil, o fato dele ser jogado em Lan Houses significasse que ele era jogado em PCs, NÃO EM PLAYSTATIONS e, mais importante, o jogo ter uma CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA NÃO RECOMENDADA PARA CRIANÇAS (no Brasil é assim: como não aceitamos que possam haver desenhos para adultos - com trechos pesados dos Simpsons sendo censurados na hora do almoço-, não aceitamos que possam haver jogos de videogame para adultos).

Depois teve uma reportagem oportunista ao cubo do Jornal Hoje associando o bullying ao... Jogo 'Bully' (também da Rockstar)! Ignoraram que: 1) praticantes de bullying mesmo não jogam esses jogos mais de nicho, eles têm PS2 e jogam Winning Eleven (ou "Brazucas"). No jogo o objetivo principal não é praticar bullying, mas DAR PORRADA NOS PRATICANTES DE BULLYING!

Voltando ao caso de Realengo: primeiro houve uma tentativa de associar a tragédia aos jogos em uma reportagem de O Globo, onde o 'jornalista' teve a pachorra de falar que o assassino "jogava Counter Strike, onde se ganha pontos atirando em velhinhas e crianças". Ele deve ter ouvido falar do Carmaggedoom e misturado tudo (Obs: e meu palpite era que o culpado da vez seria o Call of Duty: Modern Warfare 2, jogo de tiro onde há uma fase nas favelas do Rio e há a opção de se fazer um ataque terrorista num aeroporto da Rússia...). Depois de uma reação raivosa pelo Twitter, corrigiram a reportagem dando apenas um relato factual sobre o hábito dele. Parece que as coisas haviam esfriado...

Eis que a Rede Record comete essa PÉROLA. Vamos lá, comento na medida em que vejo a "reportagem":

1) PESSOAS matam. Livros não matam (o Lennon não morreu por causa de "O Apanhador do Campo de Centeio"; o massacre de Realengo não foi causado pela "Bíblia" ou pelo "Alcorão"). Músicas tristes/violentas não matam ("Suicide Solution", do Ozzy, não foi culpada pelo suicídio do americano em 1986. "Beyond the Realms of Death""Better by You, Better than Me"), do Judas Priest, não teve culpa do pacto suicida dos dois norte-americanos em 1990; nenhuma pessoa vai cometer uma chacina só porque viu o clipe "Jeremy" do Pearl Jam). Filmes não matam ("Matrix" não foi responsável por Columbine; "Clube da Luta" não foi responsável pelo Morumbi Shopping). OS. JOGOS. NÃO. TIVERAM. CULPA. PELO. MASSACRE. DE. REALENGO. Vamos para o extentio ab absurdum? OK: o ex-chefe poderia ter sido o culpado. A "sociedade repressora" poderia ser a culpada. Um pardal que acordasse ele mais cedo do que ele queria poderia ser o culpado. Para algum vegetariano radical, o fato dele ter trabalhado em uma empresa de salsichas e lidar com visceras todo dia poderia ter ajudado. Mas não. Em vez de buscar causas concretas (das 4 acima, principalmente os PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS, A CRIAÇÃO REPRESSORA E O BULLYING) busca-se qualquer coisa.

2) Só pra atualizar o PHA (o Juca Kfouri, o Reinaldo Azevedo e o Diogo Mainardi mandam alô pra você PH!) está mal-informado. Os jogos proibidos, que eu saiba, são Everquest (esse sim da Sony, mas que NUNCA FOI LANÇADO NO BRASIL), Carmaggedon e Duke Nuken (jogos estes do Windows 98, quando muito MS-DOS!). Counter-Strike já foi proibido, mas REVOGARAM A PROIBIÇÃO. Ah, proibiram Doom também. Mas proibiram 6 anos depois do lançamento e, se eu não me engano, a Id Software (produtora) já havia liberado o código-fonte do jogo! (UPDATE: lembrei que o Postal também foi proibido, mas não é um jogo tão conhecido assim).

3) Edição completamente BILTRE, AVILTANTE E CANALHA intercalando cenas de jogos de tiro com o Massacre do Realengo. Aviso aos leigos: geralmente em jogos de tiro você está lutando ou contra monstros ou contra um EXÉRCITO INIMIGO. São jogos de GUERRA. QUASE SEMPRE NÃO HÁ ASSASSINATO DE INOCENTES (e quando há, há DESENCORAJAMENTO disso com perda de pontos*) e é uma situação de LEGÍTIMA DEFESA: ou você atira e mata ou você é MORTO e é Game Over. Se eu fosse representante de alguma das publishers aqui no Brasil, lascava processo na Record por isso.

3.1) Acredito que mostram cenas do Max Payne. Bem, grosso modo Max Payne é como um Jack Bauer.  Deve executar missões da forma mais discreta possível. Envolve assassinatos. Mas, mais uma vez NÃO ASSASSINATOS DE INOCENTES. Ah, o jogo é tão "violento" que ganhou adaptação ao cinema com Mark Walberg. Além disso, o próximo jogo se passará em São Paulo. Antes eu estava feliz por passarem um jogo aqui, agora tô com medo do jogo ser associado a algum maluco homicida logal. Acho que fala sobre Manhunt também. Sobre ele, falo mais tarde. Também há cenas de 'Doom' e 'Duke Nuken'. Jogos mais velhos que o Onça. (UPDATE: na verdade eram imagens de 'Hitman', um assassino profissional. Mas veja bem, Record: no jogo o objetivo é cumprir suas missões da maneira mais discreta possível. VOCÊS ACHAM QUE MASSACRAR ESTUDANTES EM SALA DE AULA É SER DISCRETO!? Ah, sim: o "Hitman" também virou filme, mas não ficou muito bom...).

3.2) Um adendo que faço no post: repararam que o tal amigo do assassino disse que ficava "assustado com os jogos que ele jogava", MAS TEM UMA IMAGEM DO MORTAL KOMBAT  NO PC AO FUNDO!? Para quem não conhece, Mortal Kombat é um jogo de luta famoso pelos seus "fatalities", e que foi relançado para PS3/XBOX360? Aqui um fatality atual do personagem ao fundo do "amigo" do assassino, Sub-Zero.

4) Eles falaram da tragédia do Morumbi Shopping! Mostraram cenas de "Clube da Luta" (sem mencionar que o assassino NÃO VIU O FILME, APENAS ESCOLHEU A SESSÃO AO ACASO). Trataram o assassino como "jovem tímido, de classe média-alta" e até mencionaram que ele tinha problemas psiquiátricos (tanto que está num manicômio judicial na Bahia) MAS SE ESQUECERAM  DE FALAR QUE ELE ERA VICIADO EM COCAÍNA (drogas + problemas mentais = MERDA, vide o caso Glauco). E... SURPRESA! Falaram que o problema era que "ele era adepto dos jogos violentos". PORRA, RECORD!

5) Após esse memorex, há uma "lamentação dos tempos modernos". "Ah, as meninas brincavam com bonecas, os meninos jogavam bola". Sinceramente... Salvo pelos Comandos em Ação e Transformers (no zênite da Estrela), a molecada prefere, com razão, os brinquedos de HOJE (nunca vi graça naquela porra de bilboquê, nem em rodar pião). Mas eu sou saudosista também: embora eu adore meu Wii, parece que os videogames nunca serão como na época do Mega Drive/ Super Nintendo... Divago. Mais uma vez fala dos "jogos violentos e proibidos". Quero ver a listagem desses jogos "proibidos".

6) "Como manter os jovens afastados de jogos que estimulam a agressividade"? Mesmo considerando a assertiva falsa (jogos NÃO estimulam a agressividade), aqui vai uma dica: VERIFICAR. A. PORRA. DA. CLASSIFICAÇÃO. ETÁRIA! TODOS os jogos lançados oficialmente no Brasil passam pela "censura" (entre aspas porque não tem poder de proibir nada) do Ministério da Justiça, que tem uma CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA QUE TODOS OS PAIS DEVERIAM LER. E TAMBÉM HÁ ESSA CLASSIFICAÇÃO LÁ FORA, mas é uma auto-regulamentação das produtoras. Dica para os pais: 1) procurem saber dessa classificação; 2) os jogos para Wii e PS3 só podem ter no máximo a classificação "Mature" (17 anos). Classificação "Adults Only" (18 anos), só para Xbox 360. Você deixaria seu filho de 12 anos ver Tropa de Elite? Não? Então não deixe ele jogar GTA.

7) E mais uma vez uma edição CANALHA sobre "casos extremos de jovens que foram inspirados por jogos violentos". E pior: cenas de jogos com músias Nü Metal! Que clichê, Record!

8) Há um comentário até legal de uma psicanalista sobre "vício em jogos" que, devido ao teor SENCACIONALISTA da "REPORTAGEM" está fora de contexto. Sim, existem jogadores viciados (assim como há viciados em internet). Há casos extremos de pessoas que MORREM porque deixaram de fazer suas funções vitais básicas (como dormir e beber água) para jogar. Isso é um problema sério que deveria ser tratado de forma séria. Não descontextualizado numa "reportagem" estúpida.

9) Corta para as Lan Houses. Há um projeto, incluído no "Jogo Justo", onde se encoraja os donos de Lans a saberem o conteúdo dos jogos e a adequação para cada faixa etária. Não tinha Lan na minha adolescência, mas eu comprava cerveja e Playboy sem problemas. Isso é problema cultural brasileiro, e não é de hoje... Um jogador fala que os FPS jogados em Lan Houses não passam da velha brincadeira "polícia e bandido" em versão high-tech. Conferir "3". Como o próprio jogador diz: "ou mata ou morre". Isso se chama LEGÍTIMA DEFESA. Ou seja, estão comparando um instituto do Código Penal que é uma exclusão à punição de homicídio a um FILHO DA PUTA QUE MATOU CRIANÇAS INOCENTES SEM CHANCE DE SE DEFENDEREM!!!

10) Retiro o que disse no '8'. A CALHORDA DA PSICANALISTA chegou à brilhante "conclusão" de que, se a pessoa busca a adrenalina no jogo, ela IRÁ BUSCAR ISSO NA VIDA REAL!!! Ah, puta que o pariu! Se fosse assim, eu seria um exímio ladrão de carros por jogar GTA, um exímio assassino de tartarugas e consumidor de cogumelos por jogar Super Mario, um mediano lorde de guerra por jogar Dune 2 (não sou bom em RTS :$) pularia em TVs para conseguir prêmios por jogar Sonic (e se estiver na Record isso seria um catalizador, confesso...).

11) Agora falam sobre o GTA. Que ele "possibilita o jogador a arrombar um carro, roubar e até mesmo a matar". Bem, Dona Record, se sua ilação de "jogos violentos" a massacres estiver correta, vocês têm OBRIGAÇÃO de mostrar AO MENOS UM CASO em que um bandido foi estimulado a roubar e arrombar um carro "porque jogou GTA". Ao menos dessa vez não falaram que ele "estimula a espancar prostitutas"...

12) E eles falaram do Counter-Strike. Record, por favor: Counter-Strike é um MOD (modificação do jogo) do Half-Life! Não é propriamente um jogo, OK?

13) E eles falaram de... Duke Nuken! Um jogo de Windows 98 MS-DOS!!! Falam que "ele sai matando os inimigos em uma sequência assustadora". PORRA! Em Duke Nukem os inimigos são ALIENÍGENAS INVADINDO A TERRA! Record: desde já você está condenada a NUNCA MAIS PASSAR NENHUM FILME ONDE REAGIMOS A INVASÕES ALIENÍGENAS!!! E também foram CANALHAS o bastante para não mencionar que o jogo foi usado como argumento de defesa do assassino do Morumbi Shopping!

14) Finalmente uma coisa que preste na reportagem: fala da classificação etária que o MJ faz. Também fala da proibição pela justiça de alguns jogos (o que infelizmente acontece mesmo), sobre a dificuldade em fiscalizar as lojas (se um jogo foi proibido pela justiça não dá pra comercializar mesmo). MAS, em vez de apenas enconrajar os pais a pesquisarem mais sobre a porra da classificação indicativa e entrar em mais detalhes sobre ela, solta um "o controle TAMBÉM precisa ficar na família". Entendi isso como uma mensagem subliminar para que haja um controle MAIOR pelo Estado. Posso estar errado, mas com projetos tais como o do Sr. Valdir Raupp que quer "proibir jogos ofensivos" (ex: Super Mario Bros. poderia passar a ser "ofensivo" a um politicamente correto, porque "estimula o assassinato de tartarugas"), isso me dá MUITO medo.

15) Há um depoimento de uma mãe de um moleque de 16 anos que jogava "videogames violentos" desde os 12. Aprendeu da pior maneira o porquê da existência de uma classificação indicativa (jogos inadequados para a idade podem gerar alterações no comportamento mesmo, embora NUNCA DESCAMBEM PARA MASSACRES). E fala que ele NUNCA PARTIA PARA AGRESSÕES FÍSICAS, APENAS VERBAIS. Vai dizer que ninguém nunca saiu do cinema se sentindo o fodão depois de ver um filme de ação/guerra? Mas há um porém: o moleque fala que ele gritava com a mãe quando ela tirava a atenção dele do jogo. Dona mãe: então a Sra. não tem o DIREITO de gritar com seu filho se você estiver vendo Ana Maria Braga ou a sua novelinha das 8 e ele te interromper, ok? E há um momento cômico na reportagem: se ontem ele jogava GTA e Counter-Strike, hoje ele joga Paciênca e... PINTA NO PAINT!!!

16) De novo para a estrupícia da psicanalista. Dona psicanalista: os jogadores de FPS são em sua maioria NERDS! RETRAÍDOS! QUE SOFREM BULLYING! Os agressivos mesmo ficam no msn ouvindo música da moda preocupados com a próxima balada onde querem pegar todas. Ou então jogam Winning Eleven no PS. Além disso, o déficit de atenção/hiperatividade é causado pela INTERNET, e não pelos "jogos violentos".

17) Novo depoimento de família de "ex-jogadores de jogos violentos". Agora, eles abandonaram os "jogos violentos" e jogaram tão-somente Guitar Hero. EM NENHUM DOS DEPOIMENTOS OS PAIS ADMITEM QUE COMPRARAM JOGOS DE FAIXA ETÁRIA INADEQUADA PARA SEUS FILHOS!!! Como arremate final, há um depoimento adolescentemente retardado no teor: "se o cara tem cabeça fraca vai seguir as ações do jogo". Meu filho, estude! Mas não estude no mesmo lugar que aquela psicanalista não!

Simplesmente LAMENTÁVEL que o teor dessa discussão esteja ainda nesse nível no Brasil. E a Rede Record continua sendo o que sempre foi: uma BOSTA comandada por um bispo LADRÃO, SAFADO e com jornalistas DEPENDENTES DE GRANA DO BNDES (PHA e Azenha, eu falo de vocês). Além disso, é uma reportagem com a clássica falácia lógica post hoc ergo propter hoc (depois disso, logo por causa disso). Argumentos da Record: 1) O rapaz matou 14 pessoas; 2) Ele gostava de jogos violentos. Corolário: 3) O rapaz matou 14 pessoas porque ele gostava de jogos violentos. Respondo com um exposição clássica sobre o porquê dessa argumentação ser uma falácia: 1) O Sol nasce pela manhã; 2) O galo canta antes do nascer do sol. Corolário: 3) O sol nasce porque o galo canta antes. Ponto.

*Sim, há a o ataque terrorista em MW2, mas: 1) há um aviso na instalação do jogo perguntando sobre se você quer instalar essa fase; 2) mesmo instalada, há uma opção de NÃO JOGAR essa fase; 3) a instalação dessa fase representou um dano à imagem da série tão grande que os donos da Infinity Yard, criadores da série Call of Duty acabaram saíndo da companhia graças a pressões da dona da IY, a Activision.

Bolsonaro e o contra-ataque dos cotistas

Minha simpatia pelo Bolsonaro é NULA. Minto. Na verdade ela é NEGATIVA. Duvida? Ele foi uma das minhas lamentações de pessoas eleitas no ano passado. Conheço ele desde a época em que ele pregou a morte/assassinato do FHC e tomou suspensão da Câmara dos Deputados. O Bolsonaro é um daqueles seres conservadores estúpidos (concordaria até com os homossexuais que dizem que ele é 'enrustido') que tem o poder de Midas às avessas, pois tudo o que fala vira merda e reverte contra si próprio. Ele é contra ao Projeto de Lei anti-homofobia, que realmente tem absurdos. Mas a maneira em que fala que "se um filho meu fosse homossexual ele levaria porrada" causa orgasmos múltiplos no movimento gay. Ele é contra as cotas também. Aí começa a história...

Em um quadro daquele programeco chamado CQC, fizeram um quadro onde os transeuntes faziam perguntas relacionadas às suas principais bandeiras e ele respondia com as patadas de sempre. Aí vem a Preta Gil e pergunta "o que ele acharia se seu filho namorasse uma negra", e ele, mal-entendendo que seria com um homossexual, falou que não iria discutir "promiscuidades".

Vamos lá:

1) O Bolsonaro CLARAMENTE NÃO ENTENDEU A PERGUNTA. Tanto que isso foi endossado pelo âncora Marcelo Tas (que, reconheço, deu uma entrevista posterior bastante sensata sobre o caso) e foi confirmado pelo Bolsonaro posteriormente. Não acredito que o Bolsonaro tenha se "aproveitado" do gancho que o Tas deu, simplesmente porque não é o estilo dele;

2) Também caberia outra interpretação, que não foi usada: a Preta Gil já admitiu publicamente que é bissexual e participou de orgias (e que se arrepende de algumas dessas experiências). Além disso, o Gilberto Gil também aprontou das suas.  Tendo conhecimento desses atos, o Bolsonaro já teria partido por "argumentum ad hominem" e descascado a Preta Gil sem se importar com a pergunta dela.

3) E uma terceira também: Bolsonaro possui 2 filhos que são deputado estadual e vereador, respectivamente. E que seguem a mesmíssima linha do pai. Ele ainda poderia ter entendido como "namoro" o caso de um filho ter "amante" negra. Nesse caso, independentemente de cor da pele, a reação do Bolsonaro seria a mesma.

4) O movimento negro, que estava meio acanhado ultimamente, se reencontrou: mesmo com essas três possibilidades de interpretação, já lascou um "Bolsonaro considera promiscuidade namoro com negro".  O movimento gay nem se fala - no caso até justificável, pois ele, tradicional inimigo da causa gay, não retificou nenhuma linha em relação ao que disse sobre os homossexuais.

5) Aí vem a nova carga dos "cotistas": o Elio Gaspari, famoso defensor das cotas, já está espalhando que há ministro do STF que pensa em "mudar de lado" após o episódio do Bolsonaro (e de um deputado-pastor crente estúpido - o que é redundância, diga-se - que disse que os africanos são "amaldiçoados por Deus" e que isso é "teologicamente justificável"). Depois, há uma notícia de que no Mato Grosso do Sul o governador instituiu lei estadual incluindo cotas de 10% para negros e 3% para indígenas nos concursos estaduais.

Mais uma vez a estupidez está avançando no Brasil. Espero que o eventual Ministro do STF que esteja pensando em mudar a opinião sobre seu julgamento das cotas, que veja por si só a entrevista do Bolsonaro no CQC, as declarações posteriores dele e tire suas próprias conclusões.