domingo, janeiro 16, 2011

Por que o Super Nintendo vendeu mais que o Mega Drive e por que Donkey Kong Country vendeu tanto

Muito se foi dito sobre a vantagem da Nintendo sobre a Sega na guerra de 16 bits. Sim, ela vendeu mais, mas foi também pela seguinte razão:

Mudança para os 32 bits e descontinuidade. De acordo com a Wikipedia, o Sega Saturn foi lançado no Japão em 22 de novembro de 1994 e em 11 de maio de 1995 nos EUA, e o Mega Drive foi descontinuado por lá em 1995 e, nos Estados Unidos, em 1997. Por sua vez, o Nintendo 64 foi lançado em junho de 1996 no Japão e o Super Nintendo foi descontinuado em 1999 nos EUA e só em 2003 no Japão! Ou seja: por quase 2 anos nos EUA e por quase 8 anos no Japão o Super Nintendo NÃO TEVE CONCORRENTES. Era o que o PS2 representa atualmente: o único console da geração anterior que continuava sendo produzido (exceto no Brasil, lógico). Com tanto tempo de exclusividade, e considerando que o Super NES sempre fez mais sucesso no Japão que o Mega Drive, não era de se esperar que passasse à dianteira no geral.

O fator tempo também justifica o sucesso da série Donkey Kong Country no SNES. Senão vejamos:

Lançamento do DKC1: 21 de novembro de 1994
Lançamento do DKC2: 21 de novembro de 1995
Lançamento do DKC3: 22 de novembro de 1996

Desses, o único a ser lançado na vigência de um console da geração posterior foi o DKC3. Ah, e reparem que eles foram prudentes em lançar um jogo por ano Agora vejamos os derradeiros Sonics:

Sonic 3: 02 de fevereiro de 1994
Sonic & Knuckles: 17 de outubro de 1994

Ou seja: além do S&K ter sido lançado quando provavelmente TODOS já sabiam do lançamento do Saturn, o lançamento dele canibalizou o Sonic 3 (por mais que houvesse a tecnologia do 'lock on' - bastante confusa por sinal) e sobrecarregou o mercado.

Mas vamos ao saldo: enquanto o DKC1 teve quase 5 anos para ser vendido nos EUA, o DKC2 4 anos e o DKC3 3 anos, o Sonic 3 teve  quase 3 anos e o S&K menos de 2 anos e meio. Não vou colocar o Japão porque aí é covardia.

Além disso, entre a descontinuação do Mega Drive e a do Super Nintendo, a série Donkey Kong Country era o único jogo de plataforma 2d que estava sendo produzido e bancado por uma das então 3 grandes. Não havia mais Mario (o Miyamoto só estava interessado em 3d). Não havia mais Sonic (o Yuji Naka preferiu fazer NiGHTS - que, comparando com o Sonic, é uma bela bosta) . No máximo, o Rayman no Playstation e no Saturn (que vendeu bem no primeiro, diga-se) da então desconhecida Ubisoft. E, não havendo oferta decente, as pessoas se saciam por qualquer coisa.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

A merda que a Sega fez com Streets of Rage 3

Pois é, não foi só no 32x que a Sega fez merda em 1995...

Sempre tive uma relação especial com Streets of Rage. O primeiro eu comprei pirata, e veio com um bug onde você já começava com umas 30 vidas. Era divertido, pois quase todos os fins de tarde jogava com amigos da época para zerá-lo.

No final de 1992 comprei o segundo, sendo versão oficial dos EUA! É um desbunde o jogo, e eu adorava ficar caçando coincidências com o Street Fighter 2. Aliás, 1992 foi um desbunde para os donos de Mega Drive: Streets of Rage 2 e Sonic 2 - enquanto isso, o Super Nintendo ganhava Out of This World (ótimo jogo, mas de nicho), Prince of Persia (idem), o jogo do Papa-Léguas (complicadíssimo de se jogar), Super Star Wars (apelo um pouco mais amplo) e o Magical Quest do Mickey Mouse, que é um ótimo jogo, mas não dá nem pro cheiro se for pra competir com o Castle of Illusion... Nenhum lançamento da Nintendo.

Ai veio o Streets of Rage 3 em 1994. De novo comprei pirata, e dessa vez me veio a versão japonesa. Minha única restrição à época é que o jogo tem uma fase a menos (apesar de ter mais ou menos a mesma duração). Gostei de TODAS as melhoras e fiquei espeando pelo Streets of Rage 4, que nunca veio (e, pelo estado atual da Sega, espero que nunca venha*).

Daí os anos passam, me desfaço do Mega, volto a jogar pelo emulador e resolvo jogar o SoR3 de novo. E começo a morrer de forma que eu nunca morria antes! Mas tá, vou jogando e eventualmente zero. Então esse Natal eu resolvo baixar a trilogia no Wii. Jogo o primeiro e, tirando um efeito sonoro que não foi bem emulado, tudo OK. Daí resolvo jogar o SoR 3 de novo... E começo a morrer! E começo a resetar o jogo, a tirar o Wii da tomada de raiva (fazia muito pior na época do Mega...)... Daí me lembro que já tinha ouvido falar na internet que a versão americana do jogo foi modificada. Antes eu pensava que só tinha mudado o sub-chefe viado da primeira fase (esses japoneses safadinhos!), e resolvo pesquisar se a Sega norte-americana mexeu mais no jogo... Daí concluí: PORRA, SEGA! Olhem as cagadas que fizeram:

1) Tiraram a sequênia de abertura - o que era um charme nas versões anteriores;

2) Trocaram as cores do Axel e da Blaze e do Sammy/Skate - no caso do Axel e da Blaze, havia 2 JOGOS que ambos já vestiam respectivamente branco e vermelho (pra quê!? Pra QUÊ!?);

3) Trocaram o grito do Axel quando dá o" frente + frente + soco" de "Grand Upper!" para "Bare Knuckle!", o que ficou terrível;

4) Tirou a imagem da cidade devastada no final ruim (PRA QUÊ!? uma das coisas legais que a Sega fazia no começo da existência do Mega Drive era a possibilidade de finais bons ou ruins, e a Sega da América FERROU COM ISSO; e o mais importante, o que fudeu com tudo;

5) Não satisfeita em interromper o jogo pela metade no "easy", ela colocou a dificuldade do "normal" como sendo MAIS DIFÍCIL que a versão "hard" japonesa!

A Sega da América mostrou claramente que não aprendeu a lição do Sonic CD, e a consequência disso foi que os norte-americanos preferiram e preferem o Streets of Rage 2 até hoje. Felizmente essa cagada da Sega não foi suficiente para estragar a reputação do jogo, ao contrário de Golden Axe III.

*Outro motivo para que o SoR não volte hoje é o declínio do gênero beat 'em up, principalmente devido a jogadores e críticos imbecis que acham eles "muito repetitivos" (duvida? procure por este termo na próxima crítica de jogo...)

domingo, janeiro 02, 2011

Como o Agnelo pode fazer um bom governo

O Agnelo tem todas as condições POLÍTICAS para fazer um bom governo, pois tem maioria na CLDF, na bancada do DF no Congresso e o apoio do governo federal, além de não possuir nenhum adversário político de porte no horizonte (Horroriz, Arruda, Paulo Octávio, Pedro Passos e Luiz Estevão sem chances de disputa, Fraga, Frejat, Edmar e Avadia sem cargos nem mandatos, Rogério Rosso desmoralizado e futuramente sem partido... sobram apenas o Tadeu Filipelli, caso rompa com o governo, e a Jaqueline Horroriz).

O problema são as condições econômicas... Além de ter recebido o GDF em situação de penúria, a conjuntura internacional não será tão favorável assim. E ainda há os malditos gastos para a Copa do Mundo/Olimpíadas (parece que Brasília também sediará algumas partidas de futebol). Ele começou bem decimando os cargos comissionados (sei que não durará muito, mas se ele puder represar por um ano e não voltar ao patamar anterior já estará de bom tamanho). O que ele tem que fazer agora é diminuir as verbas de propaganda ao mínimo (fazer propaganda de quê no 1º ano de governo?) e se concentrar em algumas leis que alegrarão a população. Que tal essa? "Liberar as redes de supermercado para que vendam combustíveis", para acabar com esses cartéis de combustível filhos da puta. Também seria ótimo soltar a Procuradoria do Distrito Federal neles...

Mas seguem as principais medidas:

- Melhoria na saúde (é a chance de pedir uma ajuda pra Dilma para que o governo federal invista na saúde das cidades do Entorno);

- Melhoria na segurança, com a efetiva transformação dos "postos verdinhos" em postos avançados;

- Melhoria no transporte, pelos seguintes atos:

a) Inauguração das 5 estações restantes do metrô (e ele poderá falar: "uma coisa é iniciar uma obra, outra é terminá-la");

b) Inauguração do VLT pelo menos até a estação Asa Sul do metrô. Parece uma coisa besta, mas será fundamental para a Copa de 2014, pois permitirá o transporte ágil de torcedores até (perto dos) o Setor Hoteleiro e da Rodoviária. Além disso, com essa obra relativamente simples (já que a terraplanagem já foi toda feita) permitirá um aumento considerável nos gastos do turista no DF (pensem: a pessoa chega no aeroporto, tem que pegar uma conexão em 5 horas; daí ela aproveita e pega o VLT/metrô pra dar uma volta na cidade). E nada de ceder a lobby de taxistas (que ficaram com Horroriz, é sempre bom lembrar disso);

c) Implementação do bilhete único e integração de todos os transportes públicos. Hora do Agnelo mostrar que tem culhão e, se Deus quiser, pôr Canhedo, Amaral et caterva no bolso.