sexta-feira, fevereiro 29, 2008

O Certo, o Errado e o Duvidoso

O certo: é certo que o Álvaro Pereira Júnior escreverá um 'eject' para a turnê do Iron Maiden no Brazil.

O duvidoso: é dúvida se a minha saga em Betim terminou HOJE ou não. Amanhã eu colocarei os pingos nos 'is'

O errado: é EXTREMAMENTE ERRADO terem apenas DUAS PESSOAS cuidando de pré-vestibular, graduação, pós-graduação e preparatório para concurso.

Inhotim 2

"elainep said...

Concordo com o que você disse sobre Inhotim, principalmente com sua última frase "são os grandes egos que modificam as paisagens", muito bacana! Condiz com o que penso sobre o não lugar em que está se transformando Inhotim. Antes era o nome do povoado, agora foi comprado juntamente com o povoado e os seus habitantes... Assim morre o terceiro mundo? Pode até ser... Mas quem disse que o primeiro mundo é mais feliz?"

Elaine,

Bom, na verdade não fui eu quem disse isso, mas foi o Lucas Mendes, de quem copiei o artigo (devidamente identificado e com indicação da fonte). Mas eu, mui respeitosamente, discordo do teor do seu comentário. Em 8 meses de Betim eu fico impressionado com a miséria cultural da região. A cidade é mais rica e menos populosa que Contagem e, no entanto, tem apenas TRÊS salas de cinema! Isso para ficar apenas na cultura de massa...

Além disso, em tempos que falamos tanto de "responsabilidade social" (versão agnóstica da "ética protestante"), acho extremamente positivo que uma pessoa como esse Bernardo Paz tenha preferido fazer um ótimo museu no meio do nada a usufruir de seus milhões (independente da licitude ou não do dinheiro*) investindo em coberturas no Belvedere ou apenas comprando fazenda/gado lá pra Tocantins/Mato Grosso.

*Também desconfio - e muito - da licitude desse dinheiro (se for apenas por sonegação de impostos eu perdôo, mas roubo não!), mas rogo para que demorem o suficiente para que Inhotim seja financeiramente auto-sustentável. E que continue na eventual ausência do Sr. Paz.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Plutarch's Parallel Lives, XXI a.D

Carlos Menem & Barack Obama, the men in American Continent who denied their Muslim heritage for rule their nations...

Only Nona, Decima y Morta, the Parcae, know...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

MP-DFT: vocês têm dois anos e meio para escapar das chicanas

Operação Aquarela

O juiz Roberval Belinatti, da 1ª Vara Criminal, autorizou a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e dos computadores do ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz; do empresário Nenê Constantino; do ex-secretário de governo Benjamim Roriz; dos empresários Valter Egídio da Costa, Valério Neves Campos e Osvaldino Xavier de Oliveira. E ainda das empresas Agrícola Xingu, Agropecuária Palma e da Associação de Ensino Marília e da Nely Transportes.

Todos estão envolvidos nas denúncias apontadas pela Operação Aquarela, realizada no ano passado pela Polícia Civil.

Durante as investigações, que tinham como alvo suspeitas de irregularidades no Banco de Brasília (BRB), a polícia chegou a um cheque de mais de R$ 2,2 milhões, nominal ao empresário Nenê Constantino.

Escutas telefônicas entre o então presidente do BRB, Tarcísio Franklin, e Joaquim Roriz, mostraram que o dinheiro foi dividido entre várias pessoas. Relembre um dos trechos gravados:

“Porque é de muita gente. Porque o depósito mesmo é só um, de duzentos e poucos mil. E como é que entrega os outros? Não tem jeito. Tinha que entregar em um lugar, pra naquele lugar dividir”, disse Roriz.

Pressionado, Roriz renunciou ao mandato no Senado. O juiz, Roberval Belinatti, explica que autorizou a quebra de sigilo, porque acredita que assim a investigação da origem do dinheiro poderá ser aprofundada.

“Com a quebra do sigilo, muitos documentos serão anexados aos autos e servirão de base para oferecer denúncia ou para o arquivamento dos autos”.

As informações da quebra de sigilo serão analisadas pela Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil. Assim que o inquérito for concluído, o documento será encaminhado ao Ministério Público.

Justificativas

Na casa do empresário Nenê Constantino, informaram que ele está viajando. O empresário Valter Egídio da Costa disse que não sabia da quebra do sigilo e que não está preocupado, porque não tem envolvimento com as suspeitas da Operação Aquarela.

O ex-secretário de governo Benjamim Roriz disse que apenas pegou empréstimo de R$ 30 mil com o ex-governador Joaquim Roriz e já pagou o valor devido.

Já o advogado Jefferson Mazine, da Associação de Ensino Marília, disse que não sabia sobre a quebra de sigilo e que entregou todos os documentos exigidos pela polícia no prazo estipulado.

O advogado do ex-senador Joaquim Roriz e da Agropecuária Palma e o empresário Valério Neves Campos não retornaram as ligações da equipe de reportagem do DFTV. Osvaldino Xavier, da Nely Transportes, e a Agrícola Xingu não foram encontrados.

Sobre o Kosovo 2

Lembram o que eu disse sobre as consequências da independência do Kosovo? Aquela parte em que falei sobre os sérvios-bósnios em quererem se separar do resto da Bósnia? Pois é, leiam a notícia abaixo:

"Sérvios da Bósnia rejeitam Kosovo e ameaçam pedir plebiscito para separação

Entidade autônoma sérvia na Bósnia aprovou resolução em que cogita plebiscito.
O documento também afirma que a independência unilateral do Kosovo é um ato inaceitável.

O Parlamento servo-bósnio rejeitou a independência do Kosovo em uma resolução aprovada na quinta-feira (21) à noite, na qual ameaça pedir a convocação de um plebiscito de secessão do grupo sérvio da Bósnia.

A resolução, aprovada em uma sessão extraordinária do Parlamento, estabelece que a entidade autônoma sérvia na Bósnia poderá pedir a convocação de um plebiscito de separação se a maioria dos países-membros da ONU e da União Européia (UE) reconhecer a independência do Kosovo.

A Bósnia-Hezergovina é uma federação tripartite (tem um representante muçulmano, um sérvio e um croata), com duas entidades autônomas - a Federação Croata Muçulmana e a República Sérvia da Bósnia.

O documento também ressalta que a República Sérvia (da Bósnia) considera a independência unilateral do Kosovo, proclamada pelos albano-kosovares, um ato inaceitável de violação da integridade territorial e da soberania da Sérvia, país internacionalmente reconhecido.

"Se a maioria dos países da ONU, e antes de tudo da UE, reconhece uma independência proclamada dessa forma, o Parlamento considera que isso estabeleceria um novo princípio e uma prática de reconhecimento do direito à separação e autodeterminação", diz a resolução.

"Em tal caso, a República Sérvia (da Bósnia) considera que terá o direito a determinar a postura sobre seu estatuto em um plebiscito", acrescenta.

A resolução foi apoiada por todos os deputados sérvios no Parlamento, de 83 cadeiras, enquanto sete deputados muçulmanos deram voto contrário.

O documento aprovado afirma que o grupo servo-bósnio pedirá a convocação do plebiscito de independência se os órgãos centrais da Bósnia - que os sérvios compartilham com muçulmanos e croatas - reconhecerem o Kosovo como um Estado independente.

Deputados de vários partidos nacionalistas no Parlamento autônomo servo-bósnio pediram durante o debate uma decisão imediata sobre a independência do grupo sérvio da Bósnia.

Milorad Dodik, o primeiro-ministro servo-bósnio e líder do principal partido, o social-democrata, se opôs a tais propostas ao ressaltar que seria "uma aventura", mas não renunciou totalmente à possibilidade do plebiscito.

O embaixador americano na Bósnia, Charles English, afirmou nesta sexta ao jornal liberal "Oslobodjenje" que a República Sérvia não tem o direito à secessão.

"O acordo de paz de Dayton (de 1995) estabeleceu um país íntegro, internacionalmente reconhecido", insistiu o embaixador, acrescentando que "as entidades na Bósnia - a sérvia e a comum de muçulmanos e croatas - não têm o direito à secessão"."

O precedente do Kosovo é esse: a partir de agora, tudo depende da condição extemporânea da política internacional. É importante dar a entender aos albaneses-kosovares (vocês viram alguma bandeira oficial do Kosovo nas comemorações!?) e aos muçulmanos no mundo todo que a União Européia é boazinha? Então tome Kosovo independente! Não é importante fazer isso com a Tchetchênia agora? E o Curdistão (o dia que o Cáucaso arder em chamas essa posição se manterá)? E aquela parte do noroeste da China que esqueci o nome? E o Tibet (o dia em que a China entrar em crise econômica e entrar numa turbulência política vocês não acham que o Dalai Lama e seus seguidores não irão se assanhar?)? E com os yanomamis? Será que um dia a condição das relações internacionais irá mudar e os EUA mais a União Européia passarão a ver o descaso da FUNAI com eles e demais nações indígenas como perseguição étnica?

Em artigo de hoje na Folha (cito de memória), o João Pereira Coutinho diz que o Kosovo faz lembrar a política de alianças pré-Primeira-Guerra e teme pelo futuro próximo, criticando o artigo do Christopher 'ateus do mundo, uini-vos!' Hitckens (sic?) por não considerar isso no artigo apologeta da independência kosovar, e discorda dos realistas que vêem um precedente para separatismos na Europa Ocidental. Sim, concordo com o Coutinho quando as condições do Kosovo são diferentes da do País Basco - e muito mais diferentes que no Alentejo. Mas aí eu (e também os sérvios, e os russos...) pergunto: por que os kosovares podem e os sérvio-bósnios (para não falar dos coratas-bósnios) não?

Fofocas do Planalto

(Imitando Nelson Rubens) OK OK! BOMBA! BOMBA! ACM ENFIA O SARAPATEL NO ACARAJÉ DA EMBAIXATRIZ!!!

Do site Alerta Total, um site que descobri por meu chefe.

Bastardo do ACM?

A embaixatriz Lúcia Flexa de Lima reclama a paternidade do falecido senador ACM para seu filho caçula, que seria um clone do falecido deputado Luis Eduardo Magalhães.

O processo, que corre em segredo de Justiça, foi aberto contra a vontade do embaixador Paulo Tarso de Lima.

A justiça baiana negou o pedido de exumação do corpo de ACM, para um exame de DNA.

domingo, fevereiro 24, 2008

Inhotim, Brumadinho-MG

Hoje eu fui para Inhotim, em um Museu de Arte Contemporânea que fica no meio do nada, ali pra perto de Brumadinho-MG (entre 45min-1h de Belo Horizonte). O que achei? Simplesmente fiquei embasbacado! Mas não acreditem em mim, acreditem no Lucas Mendes, que esteve por lá já na minha época das alterosas. O Original está aqui. E assino embaixo, principalmente na pergunta "Mas quem é que patrocina aquilo?"

"Choque de Inhotim

Eu não estava e nem você está preparado para levar o choque de Inhotim. Se você cair de quatro ou ficar de joelhos, não será o primeiro nem o último.

Vamos começar pelo nome. Inhotim. Tim era um fazendeiro gringo, e Inho, naqueles tempos, era senhor.

Virou Inhotim. Simples, mas às vezes é dificil entender.

Fui lá a primeira vez há uns 20 anos, a convite de Bernado Paz, para conhecer a mineração dele. Depois nos convidou para almoçar na casa da fazenda, modesta mas limpa e confortável.

Hoje é a única construção modesta em Inhotim, com certeza a maior combinação de museu de arte contemporânea e jardim botânico do mundo.

A cinco minutos do terceiríssimo mundo de Brumadinho e a menos de uma hora de Belo Horizonte, levei um choque de primeiro mundo como nunca tinha sentido no Brasil.

Não duvide se Inhotim tiver em Minas o impacto cultural igual ou maior que o Guggenheim teve em Bilbao e na região do País Basco.

O jardim nasceu na década de 80, filho da amizade de Bernardo com Burle Marx. O paisagista vinha do Rio e outras partes carregado de plantas nobres e raras.

Constrói-se um lago aqui, outro ali, mais uma fileira de palmeiras e um ninho de patas de elefante.

A fazenda virou um vasto e lindo jardim. Hoje Inhotim tem 310 empregados, a maioria jardineiros.

No tempo que eu conheci o Bernardo em Nova York ele nunca manifestou interesse por arte ou museu, mas ele diz que herdou a sensibilidade da mãe, que pintava e escrevia poesia em casa.

Conta que um dia foi "tungado".

A amizade com o artista Tunga deu nele um desejo irresistível de enriquecer o jardim com obras de arte moderna. Cada artista teria sua própria galeria, e a primeira obra foi a de Tunga.

Hoje são nove galerias em condições impecáveis para proteger as 400 obras do acervo, na maioria grandes instalações.

Cildo Meireles tem duas, Hélio Oitica uma, a galeria da Adriana Varejão - mulher de Bernardo - está quase pronta, e há trabalhos de artistas do mundo inteiro.

Para quem não entende de arte moderna, como é, é difícil saber se o melhor do Inhotim está dentro ou fora das galerias, no magnífico jardim.

Há quatro lagos com dezenas de aves e vários cisnes negros com tanta atitude que deixam os brancos de bico caído.

Inhotim está aberto para o público de quinta a domingo e em outubro vai fazer um ano.

Para quem detesta verde e arte, há um ótimo restaurante e um bar cheio de bossa onde os visitantes podem matutar sobre o fenômeno Inhotim.

Quanto custou? De onde veio o dinheiro? Será que se paga só com a venda de ingressos?

A maledicência mineira não tem limites, mas quando você ouve o Bernardo contar como foi e como vai ser daqui a alguns anos - 28 galerias, mais lagos, cisnes, spa isto, hotel aquilo, centro de conferências, campo de golfe com todos os buracos, você percebe que está diante de um dos maiores egos do mundo.

O Super Ego não é nada perto do ego faraônico-babilônico do Bernardo.

Este é o grande impulso do Inhotim. São egos como o dele que mudam a paisagem do mundo."

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Agora que tamos com bufunfa, o que fazer?

A dívida externa estava sob controle faz tempo, é verdade. Mas agora, pela primeira vez desde D. João VI (!), poderíamos pagar toda ela de uma vez - e sobrar uns U$ 4 bi para abater a dívida interna, esse sim nosso atual problema! Então, o que fazer? Aqui vai algumas sugestões:

1) Duplicar toda a BR-040 (Brasília-Belo Horizonte-Rio de Janeiro) e depois privatizar;

2) Duplicar toda a ligação Brasília-São Paulo (não sei como se chama a rodovia) e depois privatizar;

3) Duplicar toda a ligação Brasília-Salvador (idem) e depois privatizar;

4) Duplicar toda a Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba) e depois privatizar;

5) Duplicar todo o resto da BR-116, principalmente a parte no Sul, e depois privatizar;

6) Terminar o Anel Rodoviário de São Paulo

7) Fazer um Anel Rodoviário no Rio de Janeiro

8) Passar todas as rodovias federais para os estados, municípios e Distrito Federal, para privatizarem ao seu bel prazer

9) Pegar TODO o dinheiro dessas privatizações e investir em ferrovias DE PASSAGEIROS (e NÃO NECESSARIAMENTE DE TREM-BALA - basta um trem que consiga fazer 80km/h) para os seguintes destinos: Santos-São Paulo-Campinas, Rio de Janeiro-Belo Horizonte-Brasília, Rio de Janeiro-São Paulo, São-Luis/Belém-Palmas-Brasília-Uberlândia-São Paulo-Curitiba-Florianópolis-Porto Alegre, Uberlândia-Belo Horizonte-Vitória, Foz do Iguaçú-Curitiba-Paranaguá, Chapecó-Lages-Florianópolis-Itajaí, Brasília-Salvador, Brasília-Recife e a Transnoderstina (ligando todas as capitais). Ainda farei um mapa disso hoje

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Haikai Chinfrim

Funciona assim:
De quem eu gosto, não gosta de mim.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Sobre Fidel Castro

Antes de tudo, gostaria de dizer que considero Fidel Castro um crápula sanguinário, responsável pelo assassinato de dezenas de milhares, pela prisão de centenas de milhares, pelo exílio de milhões de cubanos (embora eu não vá com a cara daqueles cubanos da Flórida nem por decreto) por motivações políticas (das mais reacionárias - como diria Nelson Rodrigues, "não há nada mais velho do que a juventude comunista"), e que o mundo sem Fidel é, com certeza, um mundo melhor. Ah, também NÃO acredito nas tão propaladas conquistas da "revolução". Muita gente boa (e não só os suspeitos de sempre como o Olavo de Carvalho) já disse que o nível educacional e de saúde na Cuba pré-revolução eram mais altos do que hoje.

Dito isso, vamos ao que interessa: Fidel conseguiu seu lugar na história, pois pouquíssimos ditadores, na acepção clássica do termo, conseguiram chegar até o fim da vida no comando de forma initerrupta. E são pouquíssimos os que peitaram uma potência O socialismo cubano sobreviverá? Seguramente que não (faço uma aposta que o Raul Castro vai para o exílio em Caracas). Mas Fidel sim. Daqui a 500 anos, mesmo se não houver mais Cuba, ainda se falará de Fidel. E a figura dele (assim como a de Stalin) exercerá o mesmo tipo de fascinação do que quando falamos de pessoas como Vlad Trepes, Ivã IV, o Terrível, Ricardo III, Napoleão Bonaparte, etc. E mais: Che Guevara será reduzido a algo como Dom Sebastião, ou Tupac Amaru. Uma figura mítica, mas desimportante. E é merecido mesmo: o Fidel ficou 49 anos comandando aquela ilha, na base do cacete, e o Che, que era idêntico a ele, fica com fama de bonzinho!? Vá a merda!!!

domingo, fevereiro 17, 2008

Um adendo sobre o Kosovo / about Kosovo's independence

Alguma explicação para os kosovares comemorarem a independência do Kosovo com a bandeira da Albânia!? Isso vai dar merda... Sinto um cheiro de Estrela Solitária (Texas independente, não o Botafogo) no ar

Is there any explanation for Kosovians to celebrate Kosovo's independcence with the Albanian flag!? This looks like Texas' "Lonely Star" period. Ok, so we won't conplain with Trans-Dniester in Moldova, the "Half-Moon" in Bolivia, Curdistan, Srpska Republica at Bosnia, etc. This is REALLY a Pandora's Box!

Monólogo dos 8 meses

Cá estou eu, semi-exilado em Betim, na iminência de alcançar a marca de 8 meses empregado. Se eu fosse um feto, nasceria prematuro, mas funcional. Em termos financeiros, salvo se houver uma emergência (toc-toc-toc), terei a quantia necessária para a mais que urgente viagem para os Balcãs -as coisas lá estão interessantes- com um pequeno pulinho nos pampas argentinos. Essas viagens (e um plano ainda embrionário pós-viagem) irão acontecer, pois meu eu de 60 anos nunca me perdoará por não ter aproveitado a vitalidade da juventude dessa maneira.

Em termos de saúde diminuí o uso do Rivotril, mas o trabalho está me sugando de uma maneira quase insuportável, a ponto de secretamente clamar por um uso singelamente pontual de anti-depressivo (tarja preta, infelizmente - e minha irmã me aconselhou veementemente a não fazer isso, para eu não virar um esquizofrênico :\). Mas enfim, trabalhos vêm e vão, e eu permanecerei.

Mas o que complica mesmo é a solidão. E de novo me vem aquela sensação de "destino de vilão de novela", quando meu inconsciente de alguma forma tenta me convencer de que sou o principal culpado por isso e que devo pagar pelo que cometi. Sim, eu sou mesmo. Mas não da maneira que meu eu interno (id?) pensa.

Me afastei voluntariamente de alguns amigos sim. Esses amigos, acredito, me querem bem e não sabem/não concordam com os meus motivos sim. Mas quer saber? Faço tudo de novo! Porque a alternativa seria a completa destruição da minha força de vontade, a minha eliminação como um indivíduo e, no final, tal como aquele personagem niilista d'Os Demônios (pelo amor de suas almas, leiam esse livro!), o Alexei Kirillov, acabaria me matando como recurso extremo para provar a mim mesmo que o meu ego ainda seria poderoso o bastante. Não. Em vez disso, "matei" meus amigos em sentido figurado para que a vida triunfasse sobre a morte (ou a "morte" triunfasse sobre a morte). O perdão do ponto de vista cristão, nesse caso, custaria a minha vida. Talvez, citando Ele, eu não tenha sido forte o bastante para perdoar. Então nesse aspecto, a (tentativa de) sublimação o seja maior ato de força possível por minha parte.

Vamos ao Amor. Sentimento abstrato esse... Talvez pela minha mediocridade (mais total falta de sorte), nunca tenha amado. Quando muito, fiquei (e muitas vezes) obsecado. O problema, aí, foi o de nenhuma dessas obsessões terem dado certo - e as últimas terem dado muito errado - e o resultado agora é a impressão por minha parte de ter perdido a capacidade de amar. E, caso um dia alguém me ame de verdade (salvo amor de mãe), não perceber esses sinais.

Mas aquele aperto no coração dói muito, e não há jeito de eu me acostumar a essas pontadas.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Das lições amargas da vida

Se você estiver em uma situação onde precisa-se de um número mínimo de pessoas para se fazer algo (viagem, curso) e fica naquela situação de "só falta uma pessoa...", esse algo NÃO acontecerá. Nunca. Nem fudendo. Quando tiverem seus negócios, lembrem-se sempre disso.

Ah, e quando a situação for inversa, e aquele seu amigo vier falar com você "pô, só falta você pra isso dar certo", encher a porra do seu saco 24h/d e você tonto aceitar, saiba de uma coisa: vai ser uma merda, e ele ainda vai ter a cara de pau de falar depois que "ah, mas eu não forcei você a entrar nessa".

Nunca mais.

Crazy Train

Dia 05/4 estarei lá! Com camisa do Iron e sujeito a levar porrada, mas foda-se! Estarei lá! Falarei que banda de nü-metal (na minha época chamava-se 'alterna-metal') são emos se fingindo de machões, mas foda-se! Estarei lá!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Drops

Dia 11/02, e é a primeira vez que escuto Radiohead nesse ano (o Hail to the Thief, porque esse último é experimental demais pro meu gosto).

Se minha vida pudesse ser capturada num Photosharp, e esse a traduzisse numa canção, ela se chamaria "We[They] Suck Young Blood"

sábado, fevereiro 09, 2008

Sobre o Kosovo

Vai acontecer o seguinte: Com o Kosovo declarando independência, a Sérvia vai chiar. Esse é o ponto pacífico, certo? Ok, mas o que não é, e o que pouca gente sabe, é que com o Kosovo declarando independência, a Bósnia sofrerá grandes turbulências.

Como é? Simples, os sérvios-bósnios aceitaram o acordo de Daytona (nada a ver com Daytona Beach) para que eles, os croatas e os bósnios muçulmanos (em inglês são chamados de "Bosniaks", para diferenciar dos "Bosnians", que são todo mundo na Bósnia) parassem com a guerra civil e se unissem num país comum, multi-étnico. Com os EUA e a maior parte da UE (a Espanha, por razões óbvias, está com um pé atras) apoiando a independência do Kosovo, os sérvios-bósnios então poderão se perguntar: "Epa! Lutamos 10 anos para não nos juntarmos com esses muçulmanos xexelentos, tivemos que nos juntar a eles e a esses croatas carniceiros meio que contra a nossa vontade e agora o ocidente apóia a independência do Kosovo!? Também queremos independência então!". Os croatas-bósnios poderiam fazer o mesmo também, mas é mais improvável.

Daí o cenário pessimista é nova guerra nos Balcãs, e o pior de tudo: agora que o Pavarotti se foi, teremos que agüentar as tentativas de dó-de-peito do Bono em 'Miss Sarajevo'

* Uma das coisas mais curiosas quando estive em Belgrado foi encontrar no McDonald's um eslavo de uns 18,19 anos, loirinho, de olhos azuis, chamado Habib.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Sobre os escândalos da UnB

Em 2005, na iminência de eu sair na UnB depois de 8 anos, por causas naturais (graduação + mestrado, sem comprometer meu tempo em palhaçada de movimento estudantil), houve eleição para reitor. Meu orientador pediu para eu votar no Timothy Mulholland, basicamente porque os outros eram, digamos assim, "PSTU demais", e isso não seria bom pra UnB como um todo (entenda-se: o governo federal iria cotingenciar verbas). Fui lá, votei (o voto não era obrigatório, e voto de discente vale 1/7 do docente - e eu CONCORDO que seja assim) e depois falei pro meu professor que tinha votado nele.

Menti só pra agradar. Felizmente não votei no Timothy (anulei meu voto) e felizmente hoje não tenho a consciência pesada por ter eleito um reitor apologeta do sistema de castas, digo, cotas, por ter seu nome ligado à mutretagens da Finatec/cartões corporativos. Não diria que a UnB não merece isso, pois merece sim, infelizmente. Depois da palhaçada que fizeram com o Kramer (aliás, isso foi mais que merecidamente ridicularizado hoje na novela "Duas Caras") e dessa lambança do sistema de cotas, ainda acho que estamos em queda livre para o fundo do poço.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Haikai imperfeito

Betim, sem Avenida das Acácias:
tão chinfrim!

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

NEP pessoal

Para quem não se lembra, a NEP foi o conjunto de políticas econômicas que o Lênin adotou para tentar tirar a URSS do colapso econômico devido à guerra civil pós-1917. Com medidas não tão comunistas assim (como por exemplo a permissão de investimentos estrangeiros), o lema era: "é preciso dar um passo para trás para dar dois passos para frente". Então, estive a ponto de adotar essa medida no ano passado, quando quase fiz outro vestibular para graduação. O que me impediu foi o trampo em Betim. No dia 15 agora já poderei considerar que estou há 8 meses no trampo, e esses 8 meses são suficientes para dizer que, a menos que as condições e a situação do trabalho dêem uma guinada de 180°, o papai aqui voltará para Brasília em julho. E uma vez lá, voltarei às minhas diretrizes de 2007. Isso seria um desvio de 90º, o que, salvo para minha família - sempre ela...- não seria tão difícil para mim.

Isso se meu lado dionísico não quiser aflorar... Estou num conflito interno muito sério. Uma parte de mim quer investir na carreira, e se preparar para outra mudança lá para meados 2009. Já a outra parte quer que eu espere, que eu curta mais a vida (traduzindo: nova mochilagem, novas rebordosas em Florianópolis) e que só me ponha a fazer outra graduação em 01/2009. Porém ambas estão de acordo com o fato de que estou atrasadíssimo na confecção do meu TCC de comércio exterior.

domingo, fevereiro 03, 2008

Brasília vista de São Paulo (ou: Em casa fora dela)

Praticamente todos os principais cânones da sociologia brasileira (inclusive a trinca Freyre, Buarque e Holandae Prado Jr.) se especializaram em escrever sobre o Brasil no Brasil, mas acredito eu que só se interessaram depois de viver no estrangeiro (o Gilberto depois de passar pelos EUA, o Sérgio na Alemanha e o Caio na URSS). Então aqui vai um esboço do que seria um tratado ensaístico sobre Brasília, através de reminiscências ocorridas em São Paulo.

(...) Brasília e São Paulo são, ao mesmo tempo, mas não pelo mesmo motivo, a síntese do Brasil. Esta o é por ser a principal cidade de grande porte que possui um plano urbanístico totalmente caótico - na verdade nunca teve plano urbanístico de grande porte. Esse título deveria ser do Rio de Janeiro, mas o Pereira Passos, por razoes fito-econômicas (os navios estrangeiros não queriam mais aportar no Rio com medo da tripulação morrer de febre amarela e peste bubônca) implementou em boa parte da cidade um projeto urbanístico inspirado em Buenos Aires (daí a praça/estação Sáenz Peña). São Paulo representaria como assim dizer nossa face dionísica, que seria a predominante em nós. Já Brasília seria a síntese apolínea, representando a tentativa de se colocar uma ordem no bacanal. Mesmo os bairros mais pobres (mas não as invasões, verdadeiros enclaves dionísicos) possuem seu planejamento , e a devida formação de sopa de letrinhas.

E por que Brasília não é anômala ao Brasil? Porque ela é a encarnação do Estado. A imagem da Esplanada dos Ministérios, seus Setores de Autarquias, tudo isso representa a vontade dos brasileiros em se escorar no serviço público para gozar de estabilidade em sua vida útil. Estabilidade que a Av. Paulista não representa. Brasília também representa a idéia de "tábula rasa", de que só através da construção partindo do zero é que poderíamos voltar a ter chance de "entrarmos no primeiro mundo". Mas esse conceito de "tábula rasa" já é nosso fator de identidade latino-americano. É significativo que nossas cidades novas (Belo Horizonte, Goiânia, Brasília e Palmas) tenham surgido após grandes atribulações políticas (respectivamente: Proclamação da República, Revolução de 30, suicídio de Getúlio Vargas e retomada da democracia). É alvissareiro, aliás, que esse sentimento de "novo começo" tenha sido canalizado para a construção de cidades, e não na construção de novos regimes ou mesmo de um "homem novo"...

(...)

Talvez o problema da legitimidade de Brasília, ainda questionada quase 50 anos depois da fundação, tenha surgido pelo fato de ter sido concebida não pela mudança de regime, onde se esperava um futuro novo e radiante pela frente, mas após uma tragédia, onde a negação de nossa personalidade não foi completa.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

O paradoxo do carnaval carioca

É simples: a imagem do Rio é 50% carnaval 50% praia. Daí ele faz campanha disso para os gringos para que eles venham para o carnaval e curtam as praias. Porém, quando chega o carnaval, as escolas de samba são penalizadas se colocarem "pessoas que não sabem cantar a letra". Ou seja, é um puta de um anacronismo isso. Por que não institucionalizam de uma vez que o desfile de carnaval é para turistas/estrangeiros? A cidade e as comunidades lucrariam muito mais com isso...

E se alguém reclamasse, é só arranjar uma "Sapucaí do B" para os sambistas true metal aproveitarem...